terça-feira, 30 de março de 2010

Altar Particular


'Sem mais
A vida vai passando num vazio
Estou com tudo a flutuar num rio
Esperando a resposta
Que chamo de Amor'


Era noite mas nem era mais nada.
Era a solidão só que dessa vez não doía, a escolha fora dela, já que sempre teria de ir, que passasse então a ir sozinha, um fado deixa de ser fado se você se acostuma a ele.
Nem medo mais havia.
Havia a lua solitária brilhando um sorriso metido a besta que não a convencia, a lua também era apenas mais uma só tentando se passar por feliz.
Feliz ela não estava, mas sinceramente, era hora de deixar de ser triste.
Fim de papo. De música. De conto.
Fim de amor?
Não, esse já se findara há algum tempo.

(Ao som de: Altar Particular - Maria Gadu)

segunda-feira, 22 de março de 2010

Melancia e Girassol


Ainda ontem março estava começando a pingar suas gotinhas prateadas e eu tinha um milhão de planos para postar... Mas março foi passando e as coisas aconteceram alucinadamente, é como se o ano tivesse todo ocorrido nesse espaço que ainda nem acabou... Eu tive um mês e tanto e isso me afastou daqui.
Foram muitos casamentos, muitas histórias de amor regadas de fotos e sorrisos e vontade de que seja mesmo para sempre, foram tantos momentos lindos juntos que eu fui me encantando em viver muito e acabar escrevendo pouco.
Inevitável.
Estou de volta, tão feliz, de um modo tão gostoso, tão leve e com jeitinho de pétala de flor arrancada e soprada ao vento. Eu estou ao vento. Com o perdão de todos os gerundismos frenéticos, estou estando.
Nada é tão belo quanto a história da nossa própria vida, a nossa história de amor, os nossos desamores, tombos, tropeços e mãos dadas. Nada tão poético, e olha que esse mês peguei Caio Fernando para ler.
Sinto uma coisa sem nome aqui dentro que eu nem me preocupo em nomear, porque sei que é reconhecida, sei que todo mundo sente e que cada um dá um nome próprio. Para mim talvez tivesse a ver com melancia e girassol, palavras que me agradam muito pela sonoridade. Estou com um girassol-melancia dentro da alma de tal forma, tão grande e amarelo e redondo, tão sorrindo pro céu azulado e com o interior todo vermelho.
Senti falta daqui, dos amigos daqui, das palavras ordenadas fora de ordem, mas precisava viver um pouco para me encher daquilo que é necessário para se escrever, força poética, brilho nos olhos, beijos em silêncio, olhares cúmplices, noites estreladas, e mais uma vez e sempre, amor.
Março vai passar, mas muita coisa, muito mais do que eu contava, vai ficar.
Para concluir e para que você tente entender ou não, pense na Doroth, no Mágico de Oz, Pedro Bial ontem fez um lindo discurso sobre ela e sobre Peter Pan, gosto dos dois personagens, mas acho a história da menina em busca do lar tão linda. É uma das minhas favoritas, que Alice no País das Maravilhas que nada, quero mais é a menina ruiva que buscava junto ao seu cãozinho e a amigos recém-feitos se encontrar.
Encontrei o Mágico de Oz, não esse mês, isso acho que já faz algum tempinho, tivemos um papo muito sério onde eu dizia algo como 'aqui Sr. Mágico, tá achando que é assim? Que é tudo tão fácil? Porque o senhor então não vá procurar também?' e ele só sorriu e me disse 'minha querida, a gente se encontra quando se perde pela primeira vez.'
Eita Mágico sabido.

Beijos a todos os meus queridos, queridos mesmo (!), que fazem com que eu venha compartilhar minha felicidade, minha vida, tudo, aqui, nesse lugar que se tornou um lar.
Obrigada!!

quinta-feira, 4 de março de 2010

Luz dos Olhos


'Chuva de prata que cai sem parar...
Um beijo molhado de luz
Sela o nosso amor'

Todos os dias ela se sentava lá no mesmo lugar, sentindo o vento bater, ouvindo as folhas brincando nos galhos e os pássaros naquele diálogo lindo.
Naquele dia algo alterou sua rotina, a voz dele.
Não sabia de onde vinha, mas logo sentiu que ele estava ao seu lado, chegou como quase todos os amores chegam mesmo, em silêncio mas em confusão.
Sentou ao lado dela e já começou a tagarelar sobre as nuvens que se formavam com jeito de chuva, sobre como o vento estava mais forte e sobre como tinha certeza que nunca a vira antes.
Sorrindo ela se permitiu calar, mesmo cheia de vontade de gritar que esperara por alguém a vida toda, sorrindo ela se permitiu calar sobre o porque de sua solidão e fingiu enxergar os desenhos que ele descrevia em todas as nuvens, fingiu saber a tonalidade exata do cinza chumbo e fingiu que sabia que os olhos dele eram os mais lindos que já vira.
Mas ela não via nada.
Se acostumara ao destino que a vida lhe oferecera e nunca reclamara, só que naquele dia, só naquele dia ela sentiu muita vontade de ver um rosto, de ver a cor do cabelo que ela sabia que estava balançando enlouquecido no meio de tanto vento.
E a chuva chegou, ele a segurou pela mão e correram para a sacada mais próxima, ela se deixando guiar, sem medo, porque das mãos dele vinha uma segurança tão boa de sentir.
- Você não disse praticamente nada até agora - ele refletiu..
- É porque gosto do som da sua voz - ela mentiu - e também porque estava te desenhando em mim.
Ele sorriu, ainda sem entender.
- Posso te pedir um favor?
Ela sabia que podia então nem esperou resposta.
- Eu queria ver a chuva como nunca vi antes, você me mostra?
Segurando firmemente a mão dela, começando a entender mais sobre aquela garota misteriosa de olhar distante, ele a levou para o meio da rua.
- E como estão as nuvens agora?
Então ele sentiu uma vontade tão grande de não dizer nada que apenas a abraçou.
E ela se deixou ficar no primeiro abraço que sentia de um garoto na vida, o primeiro abraço que a fazia enxergar mentalmente um mundo novo.
- As nuvens ainda estão lá?
- Não, elas estão indo embora. E se você quer mesmo saber, acho até que elas estão envergonhadas.
- Não deveriam, você me disse que elas eram tão belas.
- Disse? É que eu ainda não tinha reparado na menina que se sentava todos os dias no mesmo lugar.
E então ele a beijou nos lábios com a maior delicadeza que conseguiu, esperando uma resposta dela para prosseguir.
E desde aquele dia a chuva para ela tinha o cheiro dos lábios dele, a chuva tinha o som do sorriso do garoto dos sonhos que era real.


(Tema Proposto por Bloínquês)
(Ao som de Chuva de Prata - Roupa Nova)

(Primeiro Lugar da Semana!! Obrigada galera do Bloínquês!)

quarta-feira, 3 de março de 2010

Sobre a Lua e Você e Eu


'E eu te amo,
E eu peço vem.
Grita que você me quer
Que eu vou gritar também!'

Um dia você me deu a Lua e eu não poderia te dar nada que não fosse meu coração.
Um dia eu tive tanto medo de perder você que chorei em silêncio ouvindo 'Me Diga', e você, lendo todos os meus pensamentos, me disse.
Um dia eu imaginei meus filhos ruivos, hoje não consigo imaginar descendência que não tenha seu olhar.
Um dia eu pensei que se comemorar meses fosse coisa de gente sem ter o que fazer.
Hoje eu grito de felicidade e cheguei a sorrir para a chuva, hoje são os 58.
Bem mais que a garantia da Semp Toshiba, dava até para ter financiado um carro.
Essa noite eu dormi feito anjo, lembrando tudo aquilo guardado na caixa que você me emprestou, a caixa que eu te ajudei a construir, mês a mês.
Obrigada não por todos esses meses, mas por todos os dias. Por todos os momentos em que eu não quis morrer porque estava ao seu lado. Todas as cólicas que você cuidou e todas as vezes que exigiu silêncio ao meu redor porque eu estava com dor de cabeça. Obrigada por ser o melhor amigo, o meu cúmplice e o mais louco de todos, sempre, para combinar tão certinho comigo.
Obrigada por fazer do nosso amor a história mais linda que eu já li, e olha que você sabe como devoro histórias românticas.
A gente nunca vai virar filme! Não teria tempo de passar tanta chuva e felicidade junta.

Te amo.

'E os pés que irão por esse caminho vão terminar no altar. Eu só queria me casar com alguém igual a
você!'

(Ao som de: Luz dos Olhos e No Recreio - Nando Reis)

(P.S.: Sim, estou falando demais de amor nesse começo de mês, desculpem, mas não poderia não falar! Já já volto com contos e crônicas sobre outros temas, por enquanto, me deixa gritar ao mundo o quanto um certo menino implicante faz minha vida valer tão a pena. Obrigada pelos novos seguidores e também pelos amigos de sempre, que me alegram tanto com seus comentários!! Beijos!)

terça-feira, 2 de março de 2010

Apenas diga o que preciso ouvir


'Então me diga
Se você ainda gosta de mim
Porque de você eu gosto
Isso não deve ser assim
Tão ruim'


Hoje nós tivemos aquela conversa tão importante debaixo de uma sombrinha estampada com as cores do arco-íris.
Hoje eu vi o quanto te amo tanto, bem mais do que eu sempre pensei que seria capaz de amar alguém, é clichê, mas você sabe que eu não sou essa chorona que desaba só de sentir você tocar meu rosto.
Deus, como eu te amo!
Eu bem que vivia dizendo que esse era o método de descobrir o quanto alguém é especial, se imaginando sem.
Doeu tanto, ainda está doendo, mas agora eu tenho um pingo de esperança do tamanho de toda a chuva. A chuva que pra a gente tem tanto significado.
Parece que sempre esteve chovendo para nós, não é mesmo?
E para todo mundo a chuva é nostálgica, para mim é você.
Você que eu nunca quero perder, você que me faria desistir de todos os sonhos, porque não tem graça a realização se eu não puder estar ao seu lado para comemorar.
Parece exagero, pouca gente ama assim.
Mas é egoísmo mesmo, eu não quero não sorrir todos os dias quando acordo, não quero sentir o frio que senti só de me imaginar sem você.
Não me quero sem você.
Fazer o quê se até a me amar eu aprendi com você?
Sou uma boba saída de comédias românticas, você sempre diz.
Espero tanto, tanto, tanto que hoje seja mais um capítulo de uma história de lágrimas, chuvas e sorrisos no fim das contas.
Porque quero acreditar que você é o único que tem paciência, o único que é capaz de entender as burrices que eu faço, o único que é capaz de perdoar quando eu estrago tudo, quando eu por medo de perder você, te escondo meus problemas.
Quero acreditar que a gente é pra sempre e bem mais, que a gente é pra todo o resto que vier depois do pra sempre.
Quero que no fim do dia você me abrace e me faça chorar de novo só pelo seu toque, porque eu entendi que eu desisto de tudo com o sorriso nos lábios, se não precisar abrir mão de você.
Cansei de dizer, mas 'não quero nunca te perder'.

'Pra você guardei o Amor que nunca soube dar...'

(Ao som de: Me diga e Pra Você Guardei o Amor - Nando Reis)

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