quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Estacas e Alho

'Minha dor é perceber
Que apesar de termos feito
TUDO que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais...'
Verdade cruel, mas verdade. 'Você pode até dizer que eu tô por fora, ou então que eu tô inventando...'
Não há nada de novo sob o céu. A moda é a mesma, a música (ao menos a boa) é a mesma, e sim, a literatura que faz sucesso também é a mesma.
Nós ainda somos os mesmos!
Ainda amamos a cultura alheia, ainda comemos a comida estrangeira, ainda somos um Brasil estrangeiro.
As meninas ainda sonham com príncipes, em pleno século XXI. As mães ainda são super protetoras e os pais caretas e ciumentos.
Os filhos, metidos a rebeldes e reclamões.
A gente muda a data, mas o produto é o mesmo.
Vamos ao sucesso do momento, ao livro que TODO mundo já ouviu falar...
Crepúsculo.
Um vampiro, uma garota desastrada que não quer viver longe do seu amado predador.
Novo não?
Afinal de contas, quem dessa geração já leu algo assim?
Talvez até mais charmoso que Edward, os vampiros do passado eram vampiros, não usavam capas de caçadores de ursos. Sangue é sangue, de urso ou de humano.
E esse culto à beleza morta já rendeu até Escola Literária.
Pra quem nunca ouviu falar, a Segunda Geração Romântica foi a geração do mal-d0-século.
O amor impossível era exaltado, além da beleza ultra idealizada, a beleza morta, pálida...
Lord Byron foi um dos principais representantes dessa escola. Byron pregava o amor ultra-romântico, quando mais vale morrer do que ficar sem a figura amada.
Bella sem Edward? Ela prefere morrer...
Nada de novo...
Eu não me irrito por pessoas idolatrarem o livro.
Até porque eu sou muito a favor da literatura de massa, graças ao fenômeno do vampirismo milhares de jovens começaram a ler. Eu inclusive li todos os livros da série, mais para terminar do que por amor mesmo.
O problema está em transformar o mundo fictício em mundo real.
Ou ao menos ter essa ilusão.
Os meninos estão cada vez mais tentando ser Edward Cullens, as meninas idealizam e menosprezam homens que não são pálidos, não tem super sentido e não voam.
Gente!
Um livro é só um livro.
Vampiros não existem.
A morte está longe de ser bela, ainda que por amor.
Vivamos.
Leitores que amam a série, não deixe que sua vida se transforme nisso, porque a graça da literatura é justamente isso, ela é surreal, ela é para distrair.
Para viver, não existe páginas.
Quanto àqueles que acreditam que a autora americana revolucionou a literatura universal...
Queridos... Leiam Oscar Wilde, ele fala de vampiros mais perigosos que os de hoje, vampiros de alma... Leiam Byron, o poeta do amor impossível... Leiam!!! Álvares de Azevedo, a segunda geração romântica, a primeira, a terceira...
Para se dizer que um livro é o melhor que já se leu, é bom ao menos variar o autor...
Depois de ler coisas diversas, a gente conversa...

2 comentários:

  1. (Nossa, não deixa a Raíssa ler isso.)

    Caraca.
    Novidade: Eu já sabia que ela não era tão inovadora assim. Ela realmente assistiu UnderWorld (eu falo assim pq Anjos da NOite é tosco) e de lá retirou os enfeites.
    A base, como você disse, com certeza ela leu esses livros e aprendeu o que não colocar na série. Não que o que conitnha nesses livros era ruim; era para evitar que adolescentes bitolados não dessem atenção ao livro.
    Ela deu os meninos um cara para se tornarem, e Às meninas um homem para idealizar e venerar.
    Claro que os melhores personagens da série não receberam devido destaque. MOtivo: Dar à história um pequeno foco que não fosse Bella, ou nem em pensamento, Por Edward de lado.

    Sorte ou não, vendeu.
    E iludiu muitas pessoas.
    Pena que ilusões não duram para sempre...

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  2. "A morte está longe de ser bela, ainda que por amor.Vivamos!... a graça da literatura é justamente isso, ela é surreal, ela é para distrair". Bem concluo q tenho uma amiga Nerd! rs... cabecinha brilhante! de Tay Carlos! Lezadinha!

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Lembre-se que você me faz feliz. Críticas serão sempre aceitas, desde que você use de um mínimo de educação. Eu jamais ofendo ninguém, tente prezar a reciprocidade.
Beijos!

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