Sempre reparei no modo como os olhos das pessoas brilhavam e isso me fez descobrir o que esperaria da vida.
Era ainda uma adolescente mimada e metida a dona do mundo quando percebi que queria ser professora, era tão bom sentir como os olhos de alguns professores brilhavam ao transmitir conhecimento.
Feita a descoberta era minha hora de começar a procurar algo que se pudesse transmitir, até aí não houve problema algum.
O problema começou quando notei que idealizo demais as coisas.
Idealizei um mundo onde os alunos tivessem a mesma sede de conhecimento que eu tinha quando estudava, um mundo em que eles notariam o brilho dos meus olhos e teriam interesse em ouvir o que eu digo, um mundo em que eu pudesse explicar o prazer de ter algo para passar.
Idealizei escolas em que professores fossem amigos, companheiros de classe, em que os materiais pedagógicos fossem mesmo pedagógicos. Escolas em que se funcionasse planejar aula com antecedência.
Idealizei diretores que procurassem a verdade, mas que não acreditassem em verdades absolutas, diretores que soubessem ouvir e entender o lado do professor, afinal, para ouvir o lado do aluno existem já mil outras pessoas.
Sonhei e sonhei. E hoje, com menos de um ano de profissão, sou frustrada.
Não por considerar o salário baixo, não por achar a carga horária extensa, por ver a desunião da classe.
Sou frustrada porque nada disso existe, porque o professor quase nunca tem razão, porque os pais mandam os filhos para a escola para ter sossego e não para aprenderem.
Frustrada porque por mais que tente me moldar, não me ensinaram ainda na faculdade, e talvez nunca me ensinem, que o aluno tem sempre razão, até mesmo aquele aluno que nunca entendeu nada de brilho nos olhos, de sede de conhecimento.
Infelizmente estou enxergando os meus olhos e vejo que eles brilham, mas não de prazer, brilham porque estão com lágrimas.
(Tradução da frase: Se você pode ler isso, agradeça a um professor)
Irmã, eu vou te pedir para não desistir. Porque o "mal" não pode triunfar, mal no sentido mesmo dessa falta de valor minar aqueles vocacionados para a mais linda profissão de todas: a de ser professor.
ResponderExcluirEu te peço persistência. Eu também quero dar aulas. Mais até do que chegar a juiz ou promotor. É lindo você estudar, aprender e passar o conhecimento em frente. Essas lições que vocês, professores, passam é o jeito de alcançar a tal imortalidade.
Tay, "Olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar também.Tá me entendendo?"
BEijooos, meu bem!
Tem selinho lá no blog pra ti :*
ResponderExcluirBom, estou cursando licenciatura, no primeiro semestre. E o que já têm me falado muito é sobre esse "choque de realidade" de que eu preciso. Mas só que desde o começo eu sabia das dificuldades, até porque meus professores sempre me alertaram. Isso até causou um pouco de resistência da minha parte quanto a essa profissão, mas, no fim, o sonho venceu. Acontece que entre saber o que é a realidade da profissão e saber lidar com ela, há um quase abismo. E aí?
ResponderExcluirEspero que encontres a realização na nossa profissão. E que eu, daqui a alguns anos, também a ache.