O tempo é que via passar
A gente só vai rodar
Na mesma ilusão
De recomeçar
Era tudo tão pequeno e desbotado depois de anos que ela não se importou com a pieguice da situação e se permitiu sentar nas tábuas velhas da varandinha dos fundos e ficar imaginando se dali a alguns anos ela olharia pra trás e veria que seus problemas, assim como as lembranças da infância, eram bem menores do que imaginava.
Ia fechar os olhos mas pensou em como a cena pareceria ridícula para qualquer espectador, correu então os olhos perdidos até o muro tantas vezes rabiscado e quis do fundo da alma ter levado bem mais tempo pra se livrar de tudo aquilo.
Lá daquele lugar de onde brotam as coisas puras saiu uma lágrima que ela ainda tentou prender, mas era só a nostalgia, pensou. Estragando o esmalte perfeito das unhas cavou um pouco da terra que tantas vezes beijara com os pés descalços, e guardou num vidrinho de tamanho não confiável, como os sonhos, que se parecem pequenos quando são sonhados, mas se realizados, são grandiosos.
Apertou firme com as mãos unidas e depois de dar mais uma olhadela pra árvore que já tivera uma casa desajeitada em seus galhos, entendeu que era preciso ir embora.
Enfim.
Ao som de: Ter que Esperar - Chicas
(Um Feliz dia do Rock pra todos que gostam do estilo musical, até pra quem não conhece e acha que o que se faz hoje em dia por algumas bandinhas de adolescente é rock)
Tay , me prendi no texto, imaginei as cenas o tempo todo aqui. É a segunda hoje já, adorei :)
ResponderExcluirbejs :*
Adorei o texto, escreveu muito bem.
ResponderExcluirAmo teu blog,
beijos!
Narrou o fato com tal perfeição, que eu duvido que seja ficção! :)
ResponderExcluirAlgumas vezes é difícil se desapegar do passado, é mais fácil entrar em um expresso de lembranças do que encarar o futuro, o novo, o imprevisível. Confesso que tenho dias nostálgicos e não me envergonho de ser quem sou, de sentir o que sinto, de ser absolutamente um pensador, sonhador e chorão, beijo.
ResponderExcluirCharlie B.