quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Ideais à prova de Bala



"Um símbolo sozinho pode não representar nada, mas se todos se juntam, um símbolo pode significar muito, pode significar a mudança de um país"


Eu sou uma apaixonada por cinema declarada!
Assisto mil vezes o mesmo filme quando gosto e repito as falas, choro quando é preciso e fico com o coração na mão, mesmo sabendo o que vai acontecer.
Ontem tive a oportunidade maravilhosa de assistir novamente 'V de Vingança', no original 'V for Vendetta'.
O filme é um pouco sangrento, mas vale muito a pena.
Em uma Inglaterra futurista os 'homens-dedo' perseguem todos que os diferentes, em um nazismo mascarado de boa intenção.
Gosto de temas polêmicos e também de filmes ingleses, mas isso não basta para que o filme fosse bom. O elenco é excelente, as cenas e as falas espetaculares.Mascarado de Guy Fawkes, V (sobrevivente do massacre viral que foi realizado no país pelo governo) decide que 'o único veredcto é a Vingança'.
Um a um, todos os culpados pelo holocausto são mortos, entre diálogos lindos e ações que nos fazem pensar.
Para muitos o dia cinco de novembro não representa nada, mas foi nesse dia comum que um homem desafiou a nação que era potência mundial e quase explodiu o Parlamento Inglês com toda a família real dentro.
Guy Fawkes teria mudado a história se não tivesse sido traído, na Inglaterra e nos países colonizados por ela, o dia cinco é um feriado para se coroar a traição. Estranho não?
Existe até um versinho:
'Lembrai, lembrai, lembrai
O cinco de novembro
A pólvora, a traição, o ardil,
Por isso não vejo porque esquecer
Uma traição de pólvora tão vil'.
Guy foi traído, como já foi dito, e condenado a forca para servir de exemplo. Usando uma máscara lembrando o rosto do anti-herói, o plano de V é explodir o parlamento e acabar com um símbolo de poder tão sujo.
O enredo nos traz tantas reflexões... Até onde se deve ir para conseguir o que se quer? Qual o preço que é preciso pagar para atingir os objetivos?
Será que o fim justifica os meios?
Acredito que não, mas heróis, ou ainda anti-heróis, como Fawkes, como V são tão necessários.
Eles servem para mostrar ao povo que o poder não está em um monumento, ou em que está lá dentro. O poder está nas nossas mãos.
Revoluções são precisas, sempre! E eu não tenho um lado socialista, não é isso.
Mas é que às vezes a corrupção está em tantos lugares, que nós nos acostumamos a ela. Achamos comum dinheiro de propina guardado nas meias, nas cuecas, em qualquer lugar.
Nos acomodamos.
Talvez o Tiradentes brasileiro pudesse ser comparado àquele Guy Fawkes.Mas eu não sei se no Brasil futuro um homem teria a coragem de V. A coragem de passar por cima da própria vida para libertar um povo de um governo opressor.
Não acredito muito na força da nossa juventude, infelizmente. Acho tudo isso bonito demais, pura rebeldia sem causa.
Espero estar completamente enganada. Espero que novos heróis do povo surjam com a força de seus ideais, usando máscaras ou não. Espero ver a mudança de um país tão corrupto, ver as pessoas lutando por causas nobres, ver a moral governar uma nação.
Em uma das últimas cenas V enfrenta sozinho o chanceler, seus homens, e o primeiro-ministro.
Mata todos, e quando questionado por ser atingido e não morrer, apenas responde:
'Por trás dessa máscara existe mais do que um homem, por trás dessa máscara existe um ideal, e ideais são à prova de bala'.

(PS: tentei carregar uma imagem do cartaz, mas a internet não está colaborando aqui... Então quando for possível, coloco...)

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