'Não existe acaso
Todo amor já foi sonhado'
Começou sendo quase de verdade, ainda assim meio de mentira.
Ela queria porque assim parecia ser certo, não que despertasse a alma ou fizesse o céu ser lilás cor de céu em primavera estando ali em pleno outono de alma e hemisfério. Queria porque fazia bem, assim um bem diferente do comum, um bem estranho que ela não esperava sentir assim, de cara.
Deu de ombros e não se convenceu da capacidade eterna e alheia de tornar as coisas belas quando se há espaço para isso. E aquela meia verdade inventada que tinha cor de sonho ainda, uma tonalidade meio translúcida foi tomando forma, argila molhada e modelada entre brincadeiras de se esfregar os dedos sujos no nariz. Era vestígio de felicidade fugidia, e aquela sensação de novo, de que algo fugia sempre ao controle quando se procurava tatear.
Diariamente decidia-se por analisar e topava com cada coisa ali dentro, e a quase verdade lá, insistente, querendo mostrar que já nem era inteiramente mentira. Havia algo de insano.
Deu por si sendo sincera quando menos quis, fim de manhã e ela olhando o movimento que á água teimava em fazer, sem metáforas ela soube-se teimando em vão.
Às vezes nunca fora mentira, verdades inventadas podiam entrar em outro quesito, às vezes estava lá desde sempre, pronto pra ser lido, mas faltava o vocabulário pra entender que uma quase história de amor está longe, bem longe, de ser assim também uma quase história de desamor. Nem sempre quando o copo está meio vazio pode estar meio cheio.
Algumas coisas só estão completas quando são pela metade.
Inclusive verdades.
Inclusive histórias exclusivas, de amor.
(Ao som de: Leoni e Raquel Becker - Antes e Depois)
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