terça-feira, 20 de setembro de 2011
Do pedido
Querido,
Fujo ao protocolo e te escrevo novamente, não sei esperar respostas, não sei contar carneiros e muito menos estrelas.
Conto os dias para te ver, coisa infantil de quem risca com lápis de cor vermelho de ponta ruim o calendário, fazendo vez ou outra um coração apaixonado, bobo e solitário em meio aos milhares de 'xizes' existentes naquela folhinha tola.
Eu espero que você esteja grandioso e bem. Veja, grandioso. Sim, eu espero que você esteja vencendo os desafios que te movem da mesma forma que eu estou aqui tentando fingir conformidade com a resignação que me propus.
Verdade fosse dita e se ainda pudesse ser esse o meu forte, eu diria que te amo.
Eu diria que não me importa como você está, me chame de egoísta ou do nome que desejar, importante faz-se a sua presença aqui. Importante é o calor que emana do seu abraço quando eu sinto medo a ponto de perder o controle. Importante era a nossa música cantada no programa da madrugada da rádio porque você sabia que eu ficaria estudando e o rádio estaria ligado, porque você ligava e pedia e me fazia acreditar que eu era terrivelmente importante para você, a ponto de não importar mais nada.
Eu fujo do assunto, você me conhece.
Os acontecimentos prosseguem, eles vão indo em frente, a fama está começando a me atingir e vez ou outra alguém desse mundo tão pequeno me para na rua e comenta alguma coisa sobre as coisas que eu escrevo. A vontade de dizer que é para você tudo some em algum lugar, no meio do buraco que fica porque você parte sempre.
E então talvez seja a hora de começar a usar todas essas palavras que se dizem tão minhas amigas para te contar algumas inconveniências aleatórias. Eu torço para o Vasco. É paixão boba, de menina, aprendi com o tio. Flamenguista que só você nunca aceitaria e por isso a minha sina de torcer calada, não quero mais. Eu sou mimada e odeio as roupas jogadas pela cama, as dos outros, as minhas eu posso colocar onde desejar. Eu sou machista e penso que homem sensível é bonito, mas não é para mim.
Eu te desejo com uma urgência e ardência de dar medo. Eu te quero de uma forma que me assusta porque eu não sei lidar com essa necessidade toda de dizer te amo. Eu nunca digo isso.
Eu deixei de me importar com o lugar que escolhi para criar meus filhos, eu deixei de querer uma filha com o nome que você não gosta, eu mudei sem que você me pedisse nada. E eu passei a querer pedir.
Aquela menina que sempre se disse livre e pregava relacionamentos modernos. Eu comecei a querer pedir, e a sussurrar para a cortina da sala, o abajur do quarto, o telefone mudo que você podia ficar.
E a ficha caiu.
Não é uma amizade com desejo. Não é um desejo amigo. Não é apenas a vontade de que você seja o meu melhor amigo, o meu homem. É vontade de que seja meu.
Meu tudo. E principalmente meu marido.
Sou terrível, eu sei.
Mas grita aqui dentro que a gente precisa se casar como na canção do Jeneci, domingo de sol e um tecido claro e fino se balançando pelo ar.
Casa comigo dono do meu plano perfeito?
Casa comigo porque você é o meu plano perfeito, porque eu brinco de ser gente mas quando você está aqui eu nem sei o que eu sou, eu quero só ser com você.
Marry me, love.
Você quer casar comigo para ser o marido de uma mulher boba que durante as noites acorda para te ver dormir? Você quer se casar comigo e ser o meu sonho de consumo mesmo voltando de uniforme suado depois da pelada do domingo?
Você quer se casar comigo e experimentar todo dia o felizes para sempre que a gente sempre abusou e implicou?
Porque meu querido, eu nunca tive tanta certeza de algo como eu tenho agora, palavras tremendo ao saírem, pedaço de linha pronto para dar um nó no seu dedo e dizer que somos bem casados.
Lembra daquele filme em que um lindo garotinho dizia querer se casar com a mocinha para poder beijá-la a vida inteira?
Case-se comigo porque por todo esse tempo e por todo que virá eu quero ser beijada apenas por você.
E não bastasse isso eu quero que meus filhos tenham os seus cílios, eu quero sua companhia na cozinha e em todos os cômodos.
Eu nunca te pedi para ficar e talvez hoje seja o pedido mais difícil da minha vida. Mas eu te juro que se você disser sim a gente pode tentar encher tudo de balões e voar como naquela história infantil de um casal que se amou tanto que borboletas vinham realizar os sonhos de viagem deles.
Amar você acaba com minha moral de pessoa adulta, madura e séria.
Amar você me faz querer estar com você a cada loucura pensada.
E não é uma aliança que mudará tudo isso, nem a toalha molhada em cima da cama, nem o seu sobrenome colado no meu.
O que me fará melhor é a certeza de que para sempre, todos os dias, é o seu beijo que vai me acordar do sonho e me mostrar que o conto não é de fadas, mas o amor é mesmo o segredo.
Perdido o medo, pedido não é mais segredo.
Amo você.
Tay.
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No meu google reader aparecia que haviam dois textos no seu blog que eu não havia lido ainda. Pois bem, resolvi ler o primeiro. Após isso, resolvi parar. Tenho que absorver primeiro todo o sentimento signado de forma tão singular nessas palavras em fonte Georgia que eu tanto gosto. è quase uma frequência cardíaca esse texto, dá pra perceber a intensidade que algumas palavras ou expressões possuem. Texto pra se ler, texto pra sentir. Lindo!
ResponderExcluiraaah com certeza é muito melhor que o meu! Me emocionou muito... a poesia nas palavras dela... mostrando o amor que eles tinham um pelo outro... UAU!
ResponderExcluircurti mesmo.Vou até tirar a minha da edição, tah mto melhor HAUSHUAHSAUHS
Beeijos!
recantodalara.blogspot.com