quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Do ir em frente



"Tudo bem se não deu certo
Eu achei que nós chegamos
Tão perto"

E numa quarta-feira de Sol rachando você descobre que o seu conto-de-fadas moderno, aquele que você contava pros amigos, aquela história de amor que outro vivia mas que você tinha carinho feito fosse história sua, você descobre que o quase perfeito virou quase eterno e foi-se pra qualquer lugar longe, não se sabe onde.
Cinthya e Fabricio se separaram, mando mensagem pro namorado. E ele tenta buscar por nome amigos próximos, tenho que explicar que ela é a mulher despojada que eu admiro desde o dia que topei com o blog, das poucas pessoas que me fizeram prestar atenção ao Programa do Jô porque estariam lá, preciso dizer que ele era o marido que eu comecei a ler pra entender mais sobre. Carpinejar surgiu pra mim porque veio Verri antes.
Então é assim também na vida real? Os relacionamentos vão terminar. Mesmo aqueles que fazem olhos brilharem de longe porque sabe, eles ainda são feitos por pessoas e pessoas com o tempo mudam, graça maior, as pessoas mudam.
Acho que foi o fim da última parte infantil minha, quase como uma separação dos pais, as pessoas se distanciam, a gente olha o amor do outro e julga tão fácil de ser amado, olha a relação e pensa: eu aqui tenho tantos problemas, esse é fadado ao sucesso.
Mas querida, existe amor fadado ao sucesso? O amor em si já é um fracasso pessoal maravilhoso que nos empurra pro outro por estar cansado de ser sozinho. O amor só é sucesso garantido em best seller de Nora Roberts, aqueles que a gente compra em banca de jornal.
Real mesmo é o medo de perder, real é o ciúme, a implicância, real é a vontade que precisa ser mútua de ficar junto. Coisas assim, prontas para acabarem até mesmo em um dia de Sol.
O que vai se fazer? É a vida, todos dizem.
A gente aprende a dar de ombro, a olhar pro céu até a vista ficar escura, cegueira pra não ver o nome refletindo em cada canto da casa, aprende a se aquecer outra vez, a expulsar o pé de meia que ficou caído no canto da cama, a não esperar o elogio que vinha vez ou outra no tom de voz conhecido. A gente aprende a voltar o amor pra dentro, guardar um tico, fazer brotar outra sementinha pra (coragem e bola pra frente), tentar plantar em outro jardim.
Até os amores mais lindos acabam. Só não não pode acabar a nossa vontade de tentar fazer a história, a nossa história, a melhor de todas, não a mais vendida ou o maior sucesso. Não o amor perfeito de filmes e comerciais de margarinas. Só a melhor história que se viveu mesmo.
Não pode acabar a vontade de ter vida pulsando na gente, no pulso próprio e a partir daí talvez comece a pulsar no alheio, a dar brilho pra outros olhos, a ser morada pra outro amor.



Ao som de Nenhum de Nós - Você vai Lembrar
(Arte de Cínthya Verri encontrada em Super Bem.Com)
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