quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Estilo de Vida


'Guarde para o momento certo o que você tem

Respeite a palavra de Deus pro seu próprio bem

Se você me ama e a você também'

A sociedade atual prega descaradamente o sexo. Ele está nas novelas, nos filmes, nas canções e quando se permite, no pensamento.
Ser sensual deixou de ser um padrão de beleza e tornou-se uma necessidade para ser aceito. 
Ao que se diz as regras evoluíram, 'agora a moda é namorar pelado'.
Entretanto, fora de moda ou não, manter-se puro não é apenas uma alternativa para evitar gravidez indesejada ou doenças sexualmente transmissíveis, faz parte do modo de avaliar o sexo como de fato ele é: um complemento ao verdadeiro e puro Amor, o maior momento de intimidade entre duas pessoas.
Quando alguém se propõe a esperar o momento certo está dizendo a Deus que o seu corpo, ainda que falho e feito de carne, quer ser consagrado, quer seguir as suas leis, estar mais digno do momento.
Obviamente a teoria é mais fácil que a prática, ou melhor, a falta de prática, mas quando se tem um propósito, quando se quer de fato servir a Deus, a força vem dEle.
Pense bem, o que você terá a oferecer quando levar a sua vida e de mais alguém ao altar do Senhor?


(Ao som de: Depois do Casamento - Dj Alpiste)
Texto para a Ed. Opinativa do Bloínquês

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Como salvar uma vida?




'A medida que ele começar a levantar a voz, você baixa a sua e concede a ele uma útima chance.'  - pensava enquanto olhava fixamente os lábios dele se moverem  freneticamente, em mais uma briga.
Não entendia como conseguiam brigar tanto, como ele sempre tinha motivos, óbvios ou não, como havia forças depois de um dia de trabalho cansativo para tantas palavras jogadas como caco de vidro grosso de garrafa velha, tudo ali, na cara dela.
Críticas e lágrimas, vindas de direções contrárias eram tão comuns que talvez ela só precisasse respirar fundo e logo tudo voltaria ao normal.
O pai gritava e a fazia tremer, a mãe recolhia os talheres espalhados pelo chão, no canto da cozinha, abraçada aos joelhos ela não queria rezar, tinha medo de fechar os olhos e ao abri-los ele não estar mais ali.
Apesar de assustador, ela o amava, Amor daquela natureza boa das crianças, cheio de vontade de pegar pela mão e mostrar o caminho certo.
Resignava-se ao desatento, enquanto eles discutiam em um diálogo desleal, olhares da mãe e palavras dele.
Sempre, aquelas palavras que a seguiriam pelo resto da vida, mesmo quando fosse uma adulta e tentasse construir o seu mundo perfeito com alguém.
Mesmo quando ele não mais tivesse voz e os olhos da mãe já estivessem vermelhos de tanto chorar.
Respirou fundo e mais uma vez sonhou, despetalando flores imaginárias que viriam com a primavera. 
Um dia, quem sabe.




(Ao som de: How To Save a Life - The Fray)
(Texto para a Ed. Musical do Bloínquês, no começo era uma história de Amor, mas se transformou não sei como. Espero que gostem!)

sábado, 18 de setembro de 2010

Aquelas sentimentalidades



'Deixa eu dizer que te amo
Isso me acalma
Me acolhe a alma
Isso me ajuda a viver'


Quis tanto dizer que sentia muito, que se pudesse, não teria dito tudo aquilo, que se guardara ao máximo, não era de propósito, não queria causar constrangimento.
Era só vontade de fazer o mundo saber o quanto estava feliz ali, o quanto o amor invadia sua vida e precisava escapulir de algum modo. Travesso que só, escolhera as palavras.
Evitaria os olhos ao chão, as mãos sem saber o que fazer, o silêncio que parecia trazer uma obrigação que não havia, a de ouvir o mesmo.
Não era a intenção, não precisava de reciprocidade falada, ainda que isso lhe trouxesse um sorriso de alma.
Havia tempo entendera que de todas as maneiras de expressar, a fala era só a mais banal, pena ainda tivesse tanta vontade de dizer, pena não ter aprendido com as gueixas orientais a dizer pelos olhos, não ter nascido com alma de misteriosa, de pessoa que faz suspense.
Não sabia não dizer.
Tentava vez ou outra, engolia em seco no meio da frase, mas sempre estava lá, o verbo, com ou sem pronomes, amo.
Defeito de fábrica bobo, de difícil conserto.
Se amava, a garganta tremia e a língua coçava até não se aguentar mais e deixar as palavras fugirem, rumo certo, mas nem sempre pronto para ouvir.
Aprendeu inglês, língua do 'P', queria aprender hebraico, esperava de algum modo remediar essa mania de expressar as coisas e envergonhar as pessoas, mas o tempo passava e ia ficando pior, dizia te amo apertando livros, beijando alianças, tocando com carinho algum pertence alheio ao ver que não era notada.
Vai ver os objetos estivesse mais prontos pra todo aquele amor que emanava, vai ver eles podiam passar, quando necessário, o carinho que ela depositava ali.
Ou quem sabe, ela mesma num futuro desistisse de falar. Aprendesse a amar em silêncio, ao modo Clarice.
Será mesmo que queria isso?


(Ao som de: Amor, I love you - Marisa Monte)

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Mais vivo



'Porque eu sei que é Amor
Sei que só há uma resposta'

Sabe-se lá de onde surgiu aquele ar de felicidade ao atender o telefonema daquele número tão conhecido. Como havia chegado o brilho de olhos e o sorriso que brincava já delicado, presente, constante.
Era outra, as pernas mais fortes, as mãos mais serenas e a voz mais alegre.
Talvez até a paz houvesse chegado e ela nem notara, no turbilhão de coisas juntas que a movia para frente, para ele e para o novo, já nem tão assustador diante da certeza daqueles braços sempre lá para acolhê-la.
O foco se modificara, o sonho que ela nem sabia que tivera dera as caras e agora era o mundo novo de esperar por ser mais que um.
Quem sabe o Amor não tinha mesmo esse poder que ela sempre desejou que tivesse, mesmo vestindo a capa de garota incrédula, quem sabe lá de longe ele pensasse o tempo todo nela e isso fizesse com que o coraçãozinho desgarrado dela quisesse se aquecer daquele calor bom que vinha dele.
Ou ainda era o destino, coisa fatal, que encaminhara tudo e a deixara ali, sentada na pontinha da cadeira esperando o prato principal chegar sem mais querer tirar os olhos da entrada.
O frio na barriga estava lá, as borboletas no estômagos tão clichês vindas de leituras adolescentes, tudo se fazendo notar.
Se fechasse os olhos já poderia ouvir de algum lugar não tão longe 'I love you 'till the end', e ele estaria esperando por ela, do outro lado, a apenas alguns passos, para fazer ser para sempre.


Ao som de: Porque eu sei que é Amor - Titãs

(Para aquela que se casará em breve, 120 dias. É tão bom vê-la com essa felicidade transbordante!)

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Aparição


'Espera Amor que eu tô chegando,
Espera Amor, nossa temporada das flores'

E já que era do violão que vinham todas as notas de amor, ele seria o seu leme, o seu único companheiro de viagem, talvez o indicasse o caminho, novo, sempre.
Com o gosto de amores antigos ele ia aos tropeços, querendo tanto achar que pensava vez ou outra ter de fato encontrado. Estacionava e dedilhava canções desconexas, não havia tempo de aprender a tocar nada profundo, não havia platéia que valesse o trabalho ainda.
Até que num raio de sombra ela surgiu, por trás de uma árvore da clareira, reunindo no cabelo tantos pontos de luz que quase o cegou. Desnorteado ainda tentou pedir socorro ao eterno companheiro, mas os dedos moviam-se sozinhos, e o corpo todo ia seguindo, musicando os passos, as batidas, mas jamais as notas do violão.
O Amor sorrindo de longe, acenou discretamente, mas lhe valeu o mundo o aceno. E ele foi seguindo em frente, violão nas costas, indo atrás do cheiro de flores e vento que vinha daquela aparição tão salvadora de vidas.


Primeira postagem pro Palavras Mil
Ao som de: Temporada das Flores - Leoni

(Ps: Mais um de amor, ando batendo figurinhas por aí, acho que a primavera me inspira a poetar, ainda que em prosa).

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A vida lá fora


'Ninguém nunca te disse como ser tão imperfeito?
Você tem tão poucas chances de alcançar o seu destino'

Soltou a corda do balão e sentiu as mãos coçando de vontade de detê-lo, mas foi impulso tardio, estava livre e partira já.
Aquele vento que levava embora o que a gente não dava atenção por cinco segundos.
Sorriu pro destino então, lá longe reparou no olhar dele, insatisfeito com o time que jogava, tão imerso em seu mundo futebolístico, incapaz de sentir o suor que escorria do lugar onde nasciam os cabelos na testa. Incapaz de notar que ela o despira com pressa e sede, porque isso de amar aos poucos não cabia na estação.
Sugou o ar e mastigou o picolé, chutou alguma pedra por ali e procurou se lembrar da definição de felicidade que lera em um livro da Clarice Lispector, em vão. Talvez o calor não combinasse também com frases estudadas e retiradas de livros cultos.
Os sentimentos deviam variar conforme o tempo e a passagem das estações, sobrava vez ou outra o desespero de ver tudo mudar tão sem consciência.
Foi até ele e jogou-se ao seu lado, esbarrando nos braços tão maiores de longe. Era banal mas ainda assim era amor.
- Casa comigo.
Nem perguntou, ele não se daria ao trabalho de responder. Saiu como ordem mesmo, como sentença de vida. Casa comigo pra eu te tirar desse caos interno que sei que você também vive, idiota.
Ele olhou ao redor e notou a menina, cabelo despenteado pelo vento, dedos melados e olhos vidrados.
- Aquele era o seu balão, não é? Quer que eu lhe compre outro?
- Eu o soltei de propósito. Ele é livre.
- Você não é muito nova para expressar tudo isso?
- Sou muito nova pra quase tudo.
Ele não achou a graça que ela imaginou do comentário e o assunto acabou assim, sem nem ter pausas constrangedoras.
Fim de amor em pleno verão ainda.


(Ao som de: Algum Dia - Capital Inicial)

domingo, 12 de setembro de 2010

Bem forte e sem açúcar



Vieram as xícaras de café e a conversa tomou outro rumo. 
Ela deixou a franja cair sobre os olhos por alguns minutos ignorando a força que ele fazia para notar se havia ou não lágrimas em seus olhos.
Quis dizer que sentia muito, mas era desnecessário expressar qualquer sentimentalismo bobo, talvez ela nem sentisse. Lá dentro era uma garota crescida que não mais acreditava em amores eternos, sabia que ele era especial, mas se tinha que ir, que fosse então. Logo.
Uma vez ela cortou o dedo e o sangue saía como se fosse possível escapar todo por aquele buraco mínimo, não sabia porque, mas tocando com a unha a pontinha do pires, ela se lembrava disso.
Encarou-o e segurou a gargalhada.
- Eu queria fazer parte do seu mundo, eu tentei sabia? Eu li seus livros, ouvi suas canções preferidas e busquei compreender o universo que você habitava. Eu fiz sonhos para nós dois e imaginava as brigas que teria com você ao ver o modo como você educaria os nossos filhos. Teríamos uma menina e ela não teria seus olhos, mas o seu olhar. Eu fugi tantas vezes do clichê porque sabia que ele te desagradava, desisti das frases feitas e me cansei de notar o jeito doce como você sorria ao ser olhada. Eu fiz tanto e hoje eu jogo tudo fora, porque de que me valeu usar neón pra dizer te amo, se você não entende nem em braile? Vê. Eu estou aqui agora dizendo que vou partir, eu nem sei para onde, talvez eu nem vá, mas me ver livre de você é uma necessidade para notar se você vai ao menos olhar para trás quando eu partir.
Ela achou tão delicado a forma como a luz teimava em pousar nos dedos dele, reparou que a camisa estava com a gola direita desarrumada e sentiu amor como jamais sentira antes. Ali estava ele, frágil, com medo e dor, pedindo socorro e virando as costas para ser notado. Um menino perdido sem seu urso de pelúcia ou seu cachorro companheiro.
Deu uma golada no café e pousou a xícara com força, haviam revistas nas prateleiras, de algum lugar ali os Beatles acenavam e diziam para ela ir em frente.
- Se você não fosse tão a réplica de sonhos infantis que tive, se não fizesse tudo em câmera lenta e não me matasse de rir por dentro achando que sou tão insensível a ponto de notar que você já não está aqui, que já partiu para voltar triunfante ao ver minha saudade, se você não fosse tão esse complexo ambulante eu não sei se sentiria esse quase amor, que vai ver você consegue moldar. Ainda bem que você vai, porque eu vou te esperar, se é o que você quer ouvir.
Ele saiu então, ventou na porta do café e ela segurou com força a xícara dele.
Minutos depois ele estava ali, rindo de tudo aquilo, e mais xícaras vinham, e o assunto já havia se transformado em banalidades amorosas, como de costume.



Post para a 32º Edição conto/história do Bloínquês.

(Ai que saudades do meu mundo aqui do blog! Setembro veio, a primavera está chegando e enfim eu consigo organizar os pensamentos para postar novamente!! Espero um mês lindo para todos nós! E lógico que não ia esquecer de me lembrar, mesmo ela não lendo o meu blog, hoje é aniversário da minha mãe!  Feliz aniversário para ela!!! Te amo mãe!)
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