segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

The End


E o ano já está nos seus últimos momentos... É bem clichê isso de falar sobre o que aconteceu, mas eu acho extremamente necessário!
Para começar a falar do meu ano eu preciso deixar bem claro que houveram dois anos dentro dele, um no primeiro semestre, outro no segundo. Essa divisão foi bem completa, do tipo que rompe mesmo, não foi uma divisão contínua, foi um fim.

Meu primeiro ano foi bom, eu me diverti muito, me vinguei muito, achei que fiz muito sucesso e para ser sincera, passei por poucas e boas ao lado de pessoas que era bastante especiais. Na segunda metade as coisas mudaram totalmente, em alguns momentos eu achei que não fosse ser capaz de superar a primeira metade maravilhosa, achei que aquela parte da minha vida ia ser a base de comparação para todas as outras, mas eu descobri o novo!
Sempre peço um ano novo, eu tive o meu esse ano.

2009 foi o ano de rever tudo, foi o ano em que eu enfiei a cabeça no buraco como se fosse uma ema com medo e o que eu vi lá embaixo me fez ficar melhor. Acho que a palavra para definir o ano foi 'aprendizagem', o ano que eu mais aprendi, sem dúvida!! Mas foi também o melhor ano no sentido afetivo, foi o ano dos amigos novos, de compartilhar sonhos com pessoas que sonhassem parecido, um ano de 'achados' extraordinários e de sentimentos que eu sei que têm raízes profundas.

Me assustei bastante com essa montanha russa insana de coisas que aconteceram em 2009, mas agora já no finzinho, fecho os olhos e deixo o vento bagunçar o cabelo, porque eu sei que meu carrinho tá bem seguro nos ganchos.

Eu quero que o próximo ano seja cheio de surpresas, lógico que espero surpresas menos dolorosas, mas que venha novamente o novo.

Porque como diz Matha Medeiros, só somos eternos porque sabemos sempre apreciar o que de mais belo há, o novo.



PS: Lógico que precisa ser mencionado que esse ano eu fiz o 'Sucrilhos e Neurores' e fiz um milhão de amigos e desabafei, e aprendi a ser feliz nesse cantinho aqui...

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Nesse e em todos os Natais


Eu sempre gostei do Natal, gosto da ideia de fim de ano, gosto da esperança que vai brotando nos nossos olhares conforme o tempo vai pingando as suas gotinhas prateadas e o dezembro vai chegando ao fim...
Natal me lembra família, amigos e muitos sorrisos...
Quando evoco a lembrança mais antiga me lembro de um homem com a barba por fazer me acordando para me levar para cama, me lembro dos olhos verdes tão fortes dele, me lembro do quanto ele era amado, lembro da minha família na última verdadeira reunião de Natal, todo mundo, aquele monte de primo correndo para um lado e outro, vários carrinhos e bonecas pelo chão...
Natal me traz o sorriso da minha avó e a rabanada da tia que só podia ser comida pelas crianças...
Me traz meu avô vindo do Rio com mil malas cheia de presentes para todos os filhos dos vizinhos, pisca-piscas colorido com musiquinha e aqueles cartões imensos que cantavam Jingle Bells.
O Natal tem esse poder para mim, ele me faz ficar feliz, me faz sorrir... Eu quase pulo de alegria quando vou ao supermercado e vejo as ruas lotadas, vejo as pessoas se olhando nos olhos e desejando de coração um bom Natal.
Essa data já representou tanta coisa para mim, já foi a época em que eu parava para ouvir as histórias de uma Londres com neve, época em que eu abraçava um bom velhinho gordo que não era Papai Noel, época em que eu comia mousse de maracujá sentada no chão com amigos tão especiais...
Meus Natais sempre foram assim, momentos de compartilhar sorrisos ou lágrimas, dependendo da ocasião, mas momentos de união, de certeza de que os melhores presentes estão ali, sendo abertos pouco a pouco, dia a dia, os nossos amigos.
Esse ano meu Natal vai ser especial também, vou estar em família e ao lado do meu amor, aquele com quem quero passar todos os Natais que vierem...
Existem várias mensagens que gostaria de deixar, gostaria que Jesus renascesse no coração daqueles que o esqueceram e transformaram o Natal em uma data comercial, queria que a Paz que só Ele pode dar chegasse a quem precisa, queria que ninguém sentisse fome e que todo mundo se sentisse acolhido de alguma forma...
Não só porque é Natal, mas eu desejo do fundo da minha alma que aqueles que me fizeram tão felizes durante esse ano sintam toda essa felicidade de volta...
Eu desejo milhares de Natais na vida daqueles que amo tanto, pessoíssimas e golfinhos de um modo geral, corações que compartilham ideais comigo... Que me fazem tão melhor...
A todos os seguidores do blog e também leitores, o melhor Natal do mundo!! Obrigada por ter feito parte daquilo que eu vivi, de algum modo... Obrigada por fazer cada palavra valer tanto a pena!!
Obrigada a todos, mesmo, por cada dia desse ano tão louco, amigos e amores, dizem que dá para ser feliz sozinho, mas eu sei que a felicidade é bem maior compartilhada com vocês!!
Feliz Natal a todos nós!!


''Um clima de sonho se espalha no ar, pessoas se olham com brilho no olhar, a gente já sente chegando o Natal, é tempo de amor todo mundo é igual... Os velhos amigos irão se abraçar, os desconhecidos irão se falar e quem for criança vai olhar pro céu fazendo pedido pro velho Noel... Se a gente é capaz de espalhar a alegria, se a gente é capaz de toda essa magia eu tenho certeza que a gente podia fazer com que fosse Natal todo dia... Um jeito mais manso da gente de ser e falar, mais calma mais tempo pra gente se dar, me diz porque só no Natal é assim? Que bom se ele nunca tivesse mais fim... Que o Natal comece no seu coração, que seja para todos sem ter distinção, um gesto, um sorriso, um abraço que for... O melhor presente é sempre o Amor!''




(Música: Natal Todo Dia - Roupa Nova)

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A Menina que Roubava Livros e que plantava palavras

Acabei 'A Menina que Roubava Livros' e achei a história realmente tudo que todos os jornais e amigos me diziam.
Se fosse resumi-la diria que é uma história sobre um beijo que foi dado, ainda que tarde demais, e sobre palavras que sempre têm o potencial de mudar vidas, para o bem ou para o mal.
Fiquei então pensando nisso, nas palavras, em como um sim pode mudar uma vida, como um livro pode transformar tudo, pode salvar alguém.
Lisel foi salva por seu livro, acho que mais até do que isso, Liesel foi salva porque a morte para ela era só uma personagem coadjuvante, ela tinha convivido tanto com ela que não aceitaria que ela tomasse frente da sua história, da sua narrativa.
O livro me fez chorar muito, principalmente porque ontem foi um dia difícil, ver as palavras da narradora morte 'os seres humanos me assombram' me fizeram sentir isso.
Os seres humanos realmente me assombram, eu tenho medo deles, medo dessa compulsividade, disso de querer sempre mais e mais e mais.
Só que eu sou parte disso, eu sou uma humana, eu sou um amontoado de palavras que podem ser ditas e que quando são, alteram vidas.
Positiva ou negativamente, eu faço a diferença.
Liesel me ensinou muita coisa, me ensinou que mesmo que você não seja sempre uma menina boa, mesmo que cometa seus crimes e que às vezes deseje ardentemente pagar por eles, você sempre tem escolha, você sempre pode ser uma 'sacodidora de palavras', sempre pode fazer o possível para dizer coisas boas, ainda que saia um 'porco imundo' no meio delas.
Nós somos aquilo que fazemos os outros acreditarem, somos as palavras que falamos, os beijos que negamos e as noites que passamos contando, nem que seja mentalmente, a nossa história.
Eu sou tudo aquilo que eu calei e principalmente tudo aquilo que eu disse, e eu quero ser em 2010 um monte de palavras boas, de beijos dados, antes que venham nuvens com caixas toráxicas e levem tudo isso embora.


PS: Ok Lipe, você tinha razão, eu ia mesmo adorar o livro, tanto que o tornaria um livro de cabeceira, tanto que diria para todos que a história de uma garota magrela, de um menino de cabelos cor de limão e de um judeu com cabelos feito galhos foi a melhor história que eu li esse ano, talvez por todos os anos anteriores também. Obrigada!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Luto

É, às vezes acontecem coisas assim e a gente perde um pouco o chão...
Mas ela era tão nova, tão aparentemente feliz na vida dela...
Ela tinha toda a vida pela frente e a vida que ela quisesse, porque ela batalhava muito por aquilo que ela queria.
Ela gostava de Alanis e me emprestou letras de música que eu jamais poderei devolver, ela falava de Kill Bill e sempre tinha bons filmes para indicar. Tinha um sorriso tímido mas um olhar tão forte.
Não sei porquê, e isso me dá tanta angústia!
Odeio mortes estúpidas, odeio ver vidas tão boas interrompidas, odeio armas que atiram contra o próprio coração.
Odeio saber que eu nunca disse a ela que a achava especial, e que nunca vou ter a chance de dizer.
Odeio saber que é Natal e que uma família não vai comemorar, porque vai faltar na mesa a presença de alguém.
Mas o que mais odeio mesmo é não entender nada de vida e menos ainda de morte.
Você jamais vai ler isso aqui, mas eu vou sentir sua falta, estranho porque a gente nem era tão próxima, ainda assim, eu sei que o mundo era melhor com você nele.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Ao Bom e Velho Noel


'E quem for criança vai olhar pro céu

Fazendo um pedido pro velho Noel...'


Natal novamente...
Eu até pensei que esse ano talvez não fosse preciso fazer pedidos, mas pelo que vejo, faz tempo que nossa telepatia não anda em dia... Foi confiando nela que o ano foi o que foi...
Devo algumas explicações, eu sei. Esse ano eu realmente fui diferente do que o senhor esperava, mas fazer o quê, no fim foi diferente até do que eu mesma esperava!
Culpa de quem? Ah, vai saber...
Mas o senhor me aprontou poucas e boas esse ano, como ia querer que eu fosse uma boa menina o tempo todo?
Eu pisei na bola, magoei pessoas especiais, mas eu mereço crédito, afinal de contas, eu também fui muito magoada!
Portanto, o ano não foi o que eu esperava, eu sei que o senhor sabe bem disso.
O que o senhor não faz ideia (sem acento Noel, graças ao Novo Acordo Ortográfico, caso o senhor ainda não saiba...), é que eu resolvi escrever para agradecer.
Quem diria não é mesmo?
Eu pedi tanta coisa que achava que me faria melhor e o senhor me veio com esse mundo de novidades, o senhor fez tudo novo, de um jeito que eu jamais imaginaria, o senhor tirou meus pés do chão e eu fiquei meio maluca, sabe Noel.
Mas acho que essa insanidade me fez ficar um pouco melhor, (calma Noel, não é melhor que os outros, não estou sendo egocêntrica, é melhor comigo mesma!). Sabe Noel, eu fiquei melhor por dentro, eu tentei desfazer tudo de 'não bom e legal' que eu comecei a fazer, eu me esforcei para ser uma boa menina.
E sei que não foi em vão, porque não há como fazer pedidos, simplesmente porque o que eu mais queria já consegui.
Talvez eu estivesse enganada e a nossa telepatia estivesse cem por cento.
Porque eu quis tanto abraços sinceros, sorrisos cúmplices, amigos leais.
Eu queria ter com quem compartilhar sonhos, e ganhei essas pessoas sabe, que alguém denominou amigos verdadeiros, daqueles que a gente sabe que pode contar em qualquer hora.
Que mais eu posso pedir?
Eu tenho um amor que me faz sorrir, eu tenho amigos verdadeiros e leais que me fazem querer sempre ser melhor, eu tenho uma família que é uma família como todas as outras (às vezes irritante, mas necessária), eu tenho até um blog que já tem mais de quarenta seguidores!
Então, meu bom e velho Noel, para o ano que vem eu não tenho assim muitos pedidos...
Alguma coisa a respeito do aquecimento global, alguns livros (se for possível), mil beijos dele (tudo isso só no Natal tá?) e eu quero muito, muito mesmo, que todas as pessoas que me fizeram tão feliz esse ano sintam toda a alegria e paz que for possível.
Eu quero estar com elas para sempre dentro de mim, porque tê-las aqui me traz essa sensação tão boa de felicidade.
É Noel, viu, eu me tornei mesmo uma menina melhor.
Um feliz Natal para o senhor...


PS: Tá, eu disse que não queria nada... Mas, se tiver como, me traz o novo livro da Marian Keyes e a segunda temporada completa de Grey's Anatomy??

Beijo!!
''...Se a gente é capaz de espalhar alegria
Se a gente é capaz de toda essa magia
Eu tenho certeza que a gente podia
Fazer com que fosse Natal todo dia...''

(Música: Natal Todo Dia - Roupa Nova)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Submisso à Razão


O tempo foi sempre considerado Senhor da razão, as pessoas entregaram esse título a ele por estarem sempre esperando uma resposta lógica vinda da passagem linear dos dias, das horas, dos momentos.
Mas será que é o tempo o Senhor Absoluto da razão? Será que a razão se permite ter um senhor?
É inevitável a passagem do tempo, isso é um fato, mas nem sempre essa passagem trará respostas!
As pessoas se acostumaram a dizer que o tempo cura amores, dissabores, que o tempo alivia e perpetua certas coisas, mas é um ponto de vista um tanto quanto equivocado.
Não é o tempo que traz as respostas, o máximo que o tempo faz é abrir os olhos, e de olhos abertos é possível enxergar as respostas dentro de cada um.
Sim, o tempo não é o senhor da razão, o senhor da razão é quem controla o tempo, que eterniza momentos que causaram uma dor ou momentos de alegria.
Humanos são racionais, eles são movidos pela razão, não pelo tempo.
Animais vivem por extintos, eles entendem qual estação é melhor para caça ou para reprodução, eles não sentem, então o tempo para eles é somente isso, um regulador.
Para a raça humana entretando, o tempo tem um valor totalmente mais significativo, mesmo sendo também o regulador. Ele é o regulador dos compromissos, mas não dos sentimentos.
Não é o tempo quem determina quando uma pessoa será esquecida ou não, não é ele quem dita se aquela situação será eternizada em nossa mente, cada um é responsável pelo que guarda dentro de si, seja na mente, seja no coração.
Quando alguém diz que o tempo curará aquela dor não está ciente de que a dor só passará quando finalmente se começar a tratá-la, ainda que a dor seja emocional.
Não é a passagem do tempo que cura um amor, é a capacidade eterna que temos de nos renovarmos, de amar novamente, de olhar para frente.
O tempo é só um fator, ele passa, queiramos ou não.
Passa simplesmente, não resolve problemas, não cura feridas, não é o tempo que traz a cicatriz, mas a reação do organismo, interna.
A solução dos problemas não está em nada que não esteja dentro de você.
O tempo é mero coadjuvante disso que mora dentro de cada um, a razão.


(Texto escrito para Blorkutando - Tema: O Remédio é o Tempo)

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Margarida Colorida


'Vieste
Na hora exata, com ares de festa
E luas de prata...'


Ah, a Fada-Madrinha!
A Cris foi uma das pessoas que me seguraram a mão no meu momento de caos interior, em uma semana inteira de conversas de msn eu não podia mais não falar com ela todos os dias.
Eu sentia saudades do sotaque dela fofo, sentia saudades dela me chamando de 'cabeção' e dizendo 'pão de queíjo'...
Agora eu acabei de falar com ela, e foi tão rápido que nem deu tempo de desejar tudo de mais lindo que eu queria...
Porque eu desejo um chão de estrelas, um temporal de bolhas de sabão, um céu pintado de verde e jardins feitos por margaridas, até os de concreto puro.
Desejo noites inteiras passadas em claro ouvindo o doce som de uma cítara encantada, desejo tardes de muito sol e muita praia, tardes de frio, cobertor e filme.
Desejo a proximidade de alguns poucos quilômetros e visitas mensais.
Eu desejo muitas canções do Jack Johson, Janes Joplin, Legião e tudo mais...
Desejo livros lindos, histórias de amor que te façam sorrir e chorar, histórias que mostrem que melhor que ler sobre um belo amor é viver um lindo amor!
Desejo aquela ventania que você sabe que vai com lágrimas de saudades e cheia de mil beijos que mando.
Cafés da manhã servidos na cama, vizinhos maravilhosos, um trabalho que te dê tempo de falar comigo, pão de queijo bem quentinho e feito em Minas... Noites sentindo a brisa do mar batendo na cortina, todo o amor que couber no peito, dentro desse coração maravilhoso!
Desejo saúde para dar e vender, dinheiro para me visitar e para comprar bolsas e tiaras hippies, nossa, eu desejo tanta coisa que poderia passar horas inteiras aqui desejando...
Sinto sua falta Cris!! Tanta!! O suficiente para chorar só por ouvir sua voz...
Eu espero um 2010 mais próximo!!
Mais feliz, mais próspero.
Que nosso ano seja o ano das cores!
Te amo 'cabeção'...
(PS: desenho do Liipe!)

(Música: Vieste - Lenine [da terrinha dela!!!!])

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Eu me acerto


'Eu sobrevivo e atinjo algum ponto,
Eu me apronto pro dia seguinte...
E ninguém aqui vai notar,
Que eu jamais serei a mesma...'


Eu acordei muito bem, mas acabei me deparando com verdades desconfortáveis. Eu.
É tão estranho quando isso acontece, quando a gente não precisa olhar no espelho para ver o reflexo.
Eu tenho medo do novo, acho que sempre tive, para aprender a nadar tive que fazer aula de natação. Sei lá, eu queria tanto ser o tipo de pessoa que arrisca, eu só sei arriscar no campo sentimental. Arrisco quebrar a cara por amar, arrisco errar, arrisco sem medo.
Agora se me mandam escolher, a coisa fica mais complicada. Eu tenho medo do que será no futuro, tenho medo de escolher errado, medo de que uma escolha reflita negativamente.
E sou bem falha, eu prometo coisas que me esforço para cumprir mas acabo decepcionando pessoas especiais, também faz parte da vida, a gente nunca vai poder ser perfeito.
Eu queria mais coragem para 2010. Mais ação, menos medo!
Queria ler novos livros, ver novos filmes, ir à lugares novos, sentir coisas novas.
Eu sei que o novo nos faz melhores, mas não consigo não sentir medo.
Eu espero um 2010 novo. Porque meu 2009 foi assustador e tão bom, por ter sido um ano novo de verdade, um ano de novos olhares, de novas coisas.
Quero isso de novo. Quero tentar o mestrado sem medo de estar fazendo a escolha errada.
Quero ir morar longe sem medo de sentir saudades e explodir de solidão.
Quero lançar o livro sem medo de críticas destrutivas.
Quero a renovação de dentro para fora.
Uma nova 'eu' para um novo ano.
Alguns créditos pela reflexão para Carol e Lara.
Carol por ter me dito algumas coisas que eu não queria ter ouvido. Lara por ter me feito chorar num post lindo, que me fez querer mudar tanta coisa...
Eu tenho amigos maravilhosos, que isso me dê força para ser mesmo aquela eterna 'metamorfose ambulante', para voar, sem medo, em todas as áreas.
'Não pensa mais nada, no final dá tudo certo de algum jeito... Eu jamais serei a mesma...'

(Música: Eu me Acerto - Zélia Duncan)

Nosso Amor de Quintal


O meu primeiro amor tinha cheiro de jabuticaba e adorava brincar de lego.
Para os muito novinhos de plantão, lego era a sensação nos meus sete, oito anos...
Erámos da terceira série e eu sempre estive com ele, nossos pais eram tão amigos que nós às vezes dormíamos juntos o fim de semana inteiro, um na casa do outro. Acho que eu sentirei saudades eternas daquela inocência maravilhosa.
Sonhava sempre com ele, morria de vergonha nas festas de aniversário onde o 'com-quem-será' sempre sobrava para mim, mas a felicidade que sentia quando conseguia passar uma fase no 'Mário Word' e ele me sorria em parabéns, ah, ela nem dá para descrever.
Meu amor de menina sofreu muito, principalmente quando ele descobriu que sentia ciúmes de mim, éramos da mesma sala de aula e eu não podia falar com ninguém que ele me batia, batia mesmo! De dar confusão e ter que chamar os pais na escola... Depois ficava alguns dias sem olhar para mim, com vergonha e no fim sempre me sorria aquele sorriso tão perfeito e lá ia eu novamente com meu lego brincar no quintal imenso da casa dele.
Foi com ele que aprendi a sonhar, com ele que aprendi a aprontar, a mentir, com ele que aprendi a ser essa pessoa de gênio difícil, porque ele me cobrava respostas, me pedia sugestões e me obrigava a me revoltar.
Certa vez ele me perguntou se eu tinha segredos e eu toda inocente disse que sim, que eu tinha, que eu achava que gostava dele. Ele me deu um beijo então, um beijo simples, estalado nos lábios e eu fiquei uma semana chorando todas as noites porque tinha medo de jamais sentir tanta coisa ao mesmo tempo, como tinha sentido naquele instante.
Um dia estávamos no mesmo quintal de sempre, eu acho que posso esquecer tudo dele, mas esse dia vai ficar para sempre. O pai dele chegou, perguntou se estávamos bem, saiu, a irmã dele esteve por lá, deu uma olhada e saiu também, até que a mãe dele chegou. Eu adorava a mãe dele porque ela fazia a melhor limonada do mundo e tinha o mesmo sorriso que ele, tinha um abraço que não podia ser mais perfeito e acolhedor.
Ela sentou no chão conosco, pegou nossas mãos e disse que era preciso que a gente entendesse algumas coisas, no mundo dos adultos, para que quando nos casássemos as coisas fossem um pouco melhores.
Eu fiquei mais vermelha que catchup, ele nem ligou.
E então ela nos contou que eles estavam indo embora, ele também não sabia, os pais estavam se separando, eles iriam todos para outra cidade, um tanto longe dali.
Eu fui embora tão devagar, porque eu sabia que era a última vez que eu estaria naquele quintal do nosso primeiro beijo, no quintal dos nossos sonhos, do nosso amor.
E ele foi embora, antes de completar uma semana do anúncio da separação.
Naquele ano eu fiz onze anos e meu aniversário foi uma chatice, eu esperava ele entrar para podermos cantar 'com-quem-será', mas ele não chegou.
Veio dois anos depois, passear por aqui, os pais acabaram nem se separando no fim, acho que a mudança fez bem para o amor deles.
A mudança que afogou meu primeiro amor.
Ele estava lindo, não era mais criança, mas tinha o mesmo olhar e o mesmo sorriso. Era véspera de Natal e ele me beijou, acho que um beijo tão doce que foi quase imperceptível, nós sabíamos que era o último, não porque ele estava indo embora novamente, mas porque não havia mais espaço em nós para aquele amor tão puro.
Dessa vez eu não chorei, fiquei apenas uns bons minutos sentindo o perfume da minha infância, o cheiro das jabuticabeiras florescendo.
Ele me ensinou como era amar alguém, sofrer, chorar, ter explosões de alegria e morrer de vontade de estar para sempre dentro de um abraço, tudo ao mesmo tempo.
Outros amores vieram e aperfeiçoaram o sentimento...
Hoje quando eu digo que amo eu vejo reflexos daquele primeiro amor, não da pessoa em si, reflexos daquele sentimento que se permitia ser tão inocente e infantil.
(Texto para Blogueando - Tema: Meu primeiro Amor)

sábado, 12 de dezembro de 2009

Quem sabe



'Então como ela já sabia, a vaca ia pro brejo.'
O que ela não sabia era como a situação tinha chegado àquele ponto.
Era complicado se imaginar longe dele, era complicado não desejar a todo instante o horário do intervalo para simplesmente olhar para ele do outro lado do pátio, no corredor, era quase impossível não desejar o fim da aula para esperar encontrá-lo no caminho para casa.
Ela não podia mais escapar, mentia para todos, mas não havia mais maneira de mentir para si. Não havia modo de se convencer que o formigamento que vinha crescendo vagarosamente quando ele a tocava por qualquer motivo fosse só coisa de amigo.
Era o fim.
Ela estava ali, quebrando aquela regra idiota que havia imposto: não se apaixone, somos amigos. Amigos.
Era o limite que ela havia imposto, como é que se prestava ao papel de rompê-lo?
Coração tolo!
Logo ele, tão metido a tal, logo ele que falava de todas as garotas da escola, ele que podia ter quem quisesse?
Ele que a abraçou apertado quando ela chorou por horas o bolo daquele carinha idiota, ele que apertou a mão dela bem firme enquando ela desafiava todo mundo e dizia que era sim madura suficiente para fazer o que quisesse. Ele que passara tardes inteiras rindo de um filme bobo com ela, ele que fazia o msn valer tanto a pena, mesmo de madrugada.
Não tinha mais jeito, ela estava na dele.
E ela que deixou bem claro que eram apenas amigos, ela que poderia ter se apaixonado por todos, tinha entendido que era dele o pensamento, dele o coração, dele o sorriso e dele a lágrima de vontade louca de estar no abraço de um modo diferente.
Dava para ouvir o coração aos pulos, ela podia apostar, mesmo que a chuva fizesse um ruído absurdo lá fora.
Então ele pigarreou e ela entendeu que precisava dizer a verdade, era somente um jogo, o máximo que poderia acontecer era perder.
- Quebrando todas as regras?
Esforçou-se para dizer.
- De que valem todas elas, foi você quem as criou.
- Mas e se eu me arrepender, e se você se arrepender... E se sei lá...
Mas já era tarde, ele já sorria e ela sabia, ela sabia, não tinha mais jeito.
- Sabe, você vai se arrepender de qualquer forma, eu faço valer a pena.
E então, deixou de ser importante o que eles eram, passou a importar o que poderiam ser.
'Estranho seria se eu não me apaixonasse por você...'
(Texto para Once Upon a Time, torçam por mim!)

(Música: All Star - Nando Reis)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Amor imortal morre de tarde

As pessoas sempre se casaram, desde que nascemos ouvimos lindas histórias de amor, assistimos aos filmes de comédia romântica onde até o caos coopera para o fim perfeito, o 'felizes para sempre'.
Mas será que o para sempre dura quanto tempo? Será quando foi que o 'até que a morte os separe' passou a significar até que a pasta apertada ao meio, a toalha jogada em cima da cama, os nossos defeitos nos separe?
Os casamentos não mudaram, as pessoas é que mudaram. Estão cada vez menos tolerantes, mais impacientes, mais exigentes. As pessoas estão matando o sentimento, aos poucos, com um olhar frio, uma palavra dura, um modo de desagradar sempre.
O amor não deixou de existir, mas ele fica bem escondido embaixo de toda a roupa suja que tem sempre que se lavar, embaixo das discussões de relação que longe de ajudar e aproximar os casais, os afastam ainda mais.
O problema não é o divórcio, é a consciência dos que se casam esperando que durante todos os anos da eternidade estarão bem, acreditando que não haverão dias de tpm, dias de pouco dinheiro, dias chuvosos em que se terão que conviver mesmo, olhar nos olhos e estar junto de um modo único.
Difícil dizer de quem é a culpa, mas numa busca por independência as pessoas se casam mais jovens, vale tudo para sair de casa, vale tudo para se ter o próprio espaço e ainda vale tudo para não ficar sozinho. Como saída vem o casamento, afinal.
Mas não existe amor perfeito, é ilusão achar que não haverão dias de briga, dias de luta, dias de ódio.
Infelizmente, o até que a morte os separe passou a ter um novo sentido: até que nós consigamos matar o sentimento e a morte dele nos separe.

Lunna


Dezembro não está sendo o melhor mês, o meu conforto é que ele vai acabar e trazer algo novo, algo que eu não faço a menor ideia do que será, mas que eu espero de verdade que seja lindo.
Um sentimento de incompreensão anda me rondando, durante todo o ano nunca me senti tão assim, falando, falando, falando, sem ser entendida.
Meus pais não entendem que eu sinto falta da Lunna, não entendem o modo como eu considero um absurdo imenso e uma falta de respeito sem tamanho o fato deles terem pego a minha cachorra e terem dado para uma mulher tão irresponsável que eu prefiro nem comentar...
É como se eu tivesse sido roubada. Pior, roubada por pessoas que estão ao meu lado. Isso dos nossos pais saberem o tempo todo o que fazer das nossas vidas às vezes é tão frustrante!
Hoje eu queria sumir, acho que até agora foi a maior vontade que eu já tive.
Vontade de ir para qualquer lugar onde eu tenha o meu espaço, as minhas coisas e se possível ninguém para mexer nelas, vontade de ir para bem longe e levar no mínimo umas poucas pessoas.
Eu sei que relacionamentos são sempre complicados, principalmente entre pais e filhos. Mas eu sempre respeitei tanto todas as coisas deles, será que não dava para me respeitar um pouquinho que fosse?
Não entendo mesmo!
E para piorar ainda brigam comigo porque eu estou sentindo falta de 'uma cachorra', me mandam arrumar outra.
É tão fácil né, é só uma questão de substituição. Não quero mais você, te dou para os outros, arranjo outro e fico com ele até minha vontade passar.
Hoje eu nem sei o que eu queria, mas eu sei que eu queria estar no meio do nada, sentada, só ouvindo o vento e pensando em como os humanos podem ser tão cruéis de propósito.
''Não deixe para vir me procurar
Quando a saudade simplesmente bater
Quem ama sabe cuidar
Quem ama quer sempre por perto o querer...''

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O que fazer de tudo isso?


'Eu amo você, mas não sei o quê

Isso quer dizer...'



Queria sim, uma querência toda cheia de si, mas ciente de não poder...
Ia fazer o quê? Resultado de querer sozinho era desgraça, prefiria fingir que num era aquilo nada...
Talvez bocado de amizade mal intencionada, qualquer um que se cuide pode ter, talvez desejo de pele, coisa de alma mesmo, coisa que ninguém ia poder julgar porque escondido todo mundo sente...
Amor, amor mesmo, daqueles que a gente sente e jura que sente, não, isso não era não, não mesmo,
porque aquela querência toda tinha juízo suficiente pra se dizer não amor.
O que ele ia fazer do sentimento de nome proibido?
Ah, isso era mais difícil prever que chuva em junho...
Porque sentir a gente pode até ser corajoso pra tal, mas dizer, vixe, tem de ser muito é homem.
Dizer e esperar pra ouvir, nossa, isso era demais demais pra ele...
Queria correr o risco nada!
Tava bom só sentir mesmo aquele friozinho na espinha tão gostoso que vinha vez em quando... Queria olhar a boca com vontade de beber a vida que saía dela em palavras mal arranjadas...
Queria só olhar, só sentir o cheiro de terra quente e seca, só deixar ficar no abraço desajeitado que era a maravilha do fim do dia...
Dizer, pra correr o risco de espantar tudo isso? Pra quê?
Sentimento mesmo a gente sente é pra gente.

(Música: Lenha - Zeca Baleiro)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Tomara

Hoje eu só queria um Sol lindo como se todo dia fosse verão,
Um campo com árvores como se toda sombra fosse calma
E ele, me mostrando que toda forma de amar vale a pena.



(Com tantas saudades agora, a chuva foi embora e a nostalgia resolveu chegar só hoje, queria minha cachorra de volta. Lunna!)

domingo, 6 de dezembro de 2009

A perfeição da Imperfeição


'Saber amar...

Saber deixar alguém te amar...

Todas as formas de se controlar alguém

Só trazem um amor vazio...'


A chuva continua por aqui, mas dessa vez eu não estou tão nostálgica, acho que no fim das contas a gente aprende mesmo, até com a solidão. A chuva tem me feito bem, eu fico horas pensando, deitada na cama, ouvindo só o barulho da chuva... Ontem foi preciso sair e eu acabei tomando muita chuva, muita mesmo, cheguei em casa enxarcada, mas estava tão feliz, porque ele esteve o tempo todo ao meu lado, as mãos segurando as minhas, correndo na chuva.
É tão bom quando a gente tem alguém para enfrentar a chuva.
E o amor mais uma vez me fez sorrir sozinha, olhando através da janela a chuva cair, tão fina.
É tão complicado ter um relacionamento! Tão mesmo! E eu não digo um relacionamento entre homem e mulher, eu digo relacionamento em todos os sentidos.
É difícil conviver com os nossos pais, porque eles têm uma coisa que não temos, experiência, é difícil se deixar controlar. É complicado conviver com nossos irmãos porque por mais que sejam feitos da mesma matéria, eles são diferentes de um modo irritante.
É impossível ter uma melhor amiga e nunca ter brigado com ela.
É improvável ter um relacionamento sem nunca ter odiado aquela pessoa, sem nunca ter tido vontade de dizer o quanto ela era irritante quando falava daquele jeito, ou quando fazia aquilo, o quanto ela ficava insuportável quando o time dela ganhava ou ainda o quanto ela deixava você na mão de vez em quando.
Não dá.
Porque relacionamentos acontecem entre pessoas (ok, tem quem se relacione com os animais, mas a questão aqui é relacionamento humano), pessoas que são sempre diferentes, pessoas que concordam e discordam, que se amam e se odeiam. Pessoas falhas.
Simples assim.
Eu passei algum tempo da minha adolescência achando que ia encontrar um príncipe encantado, mas graças a Deus eu não fiquei anos assim. Porque eu até achava que príncipes provavelmente eram muito chatos, com aquele cabelo todo arrumadinho e as palavras certas na ponta da língua.
Eu sou meio errada demais para arranjar príncipes encantados, sério.
Não daria nada certo.
Então eu comecei a acreditar que os defeitos podiam ser suportáveis, se eu quisesse manter algum relacionamento.
Suportáveis, mas, cá entre nós, evitáveis sempre que for possível.
Eu aprendi que relacionamentos perfeitos se existissem seriam tão tediosos, porque a felicidade está em reconhecer que o outro está se esforçando por você, está implicando menos, saindo menos com os amigos...
Amar alguém é justamente isso, entender que aquela pessoa tem defeitos, como qualquer outra e que mesmo assim, ela é tão especial.
Hoje eu sei que os defeitos dele, os defeitos de todos os meus amigos, e até os meus, fazem com que sejamos mais especiais.
Te amo não pelo que você é, mas pelo que eu sou quando estou com você.
Assim, a chuva trouxe um monte de pensamentos doces, e a mão dele estava firme ao lado da minha, quando resolvemos plantar tudo isso.

'Sei que amores imperfeitos são as flores da estação...'

(Músicas: Saber Amar - Paralamas do Sucesso e Amores Imperfeitos - Skank)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A menina da Metamorfose Ambulante


'Meus cabelos pela grama e eu sem nem querer saber

Por onde começo ou onde vou parar...

Vou adiante como posso

Liberdade é do que gosto...'



Todos os dias enquanto vou para a faculdade fico olhando a paisagem pela janela, ouvindo qualquer canção e pensando pensando na vida...
A vida é mesmo movimento, acho que eu sempre soube disso, mas depois que li Clarice eu entendi que a vida é mesmo transfiguração.
Tudo muda.
E isso é tão maravilhoso!
Fala sério, já pensou como deve ser super tedioso ser um eucalipto? Plantado em fila, tão igual aos outros, sempre tombando para onde manda o vento, sempre em uma dança simultânea...
Não nasci para isso sabe... Nem coreografia eu conseguia fazer, ainda bem!
Porque é tão mais divertido você mostrar o seu ritmo, para quê seguir alguém?
Para quê ser a cópia do movimento do outro, se você tem o seu próprio ritmo, a sua própria ginga, se você tem o seu jeito único de se movimentar?
Eu não nasci para eucalipto não.
Eu fico olhando todos os dias, nem a paisagem permanece a mesma, às vezes o céu está mais claro, às vezes existem muitos carros pelo caminho. Nem a paisagem se contenta em ser sempre do mesmo modo!
Por que eu então é que tenho que ser?
Pra quê ter sempre a mesma opinião, o mesmo ponto de vista, a mesma respostas?
Não vale a pena ter tanta certeza, no fim vai tudo mudar mesmo e as respostas que você achou que eram certas, já mudaram.
Lógico que não dá para viver uma vida tão relativa assim, eu nem sei se acredito na relatividade mesmo. Há que se ter algumas certezas, no mínimo. Eu tenho as minhas, não digo que não são inabaláveis, mas eu luto por elas.
Acho que é tudo questão de acreditar, eu acredito nas minhas certezas.
E acredito também na força da dúvida.
A força que faz o mundo girar, que faz com que eu não seja uma paisagem monótona. Pelo amor gente, nem o deserto tem sempre a mesma forma!
Hoje eu gosto do branco, amanhã se quiser amar o preto me permito mudar.
Eu vejo a beleza da metamorfose, Martha Medeiros diz que sempre mudamos para melhor, e eu vou com ela.
Acho que quem não se renova fica preso, deixa de viver, passa a ser aquilo que sempre foi, com o tempo deixa de sentir até o vento batendo no rosto e bagunçando o cabelo.
Tem tanta gente que me acha maluca porque eu mudo tanto. Não me importo.
Eu estaria louca se ficasse para sempre do mesmo jeito. Sem alteração...
Já reparou que até uma folha de papel em branco, se deixada exposta, se altera?
Nem que seja pela poeira, mas ela vai escurecendo pouco a pouco.
A gente é assim também. Se a gente estagna e fica lá, esperando a vida, ela vai passando, deixando a gente amarelado para trás.
E até parece que eu vou deixar a minha vida passar e ficar para trás! Não mesmo!
Cada segundo que passou eternizou algo, deixou para trás, o que eu sou agora, não serei jamais.
Não tem como, não dá para viver duas vezes a mesma coisa.
Até os filósofos falaram sobre isso já.
A não ser que você viva no vácuo, se parar por cinco segundos e reparar verá a mudança acontecendo em alguma coisa a seu redor. E mesmo que não veja, ela acontece. Dentro de você milhares de células morreram e novas surgiram, seu coração bombeou sangue para o corpo, você está vivo!
Tenha orgulho então, aproveite essa oportunidade de ser o que quiser ser, porque só você tem potencial para cuidar da sua vida.
Só você pode mudar aquilo que te faz mal ou te deixa triste, só você pode tentar retardar um pouquinho o tempo para continuar sentindo a felicidade de estar no abraço apertado de quem se ama.
Só você pode escolher quando é hora de mudar, de deixar para trás algo bom e correr atrás de algo maravilhoso.
Vida de eucalipto não presta, no fim eles sempre viram papel...
É clichê demais, mas se hoje fosse o último dia das nossas vidas, eu teria vivido como se fosse o primeiro, um dia de descobertas, de olhar o novo que se apresenta diante de mim.


'Nascemos todos os dias quando nasce o Sol. Começa hoje mesmo a vida que te resta'.

(Ligya Fagundes Telles)

(Música: Meu Amor se Mudou para a Lua - Kid Abelha)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Ideais à prova de Bala



"Um símbolo sozinho pode não representar nada, mas se todos se juntam, um símbolo pode significar muito, pode significar a mudança de um país"


Eu sou uma apaixonada por cinema declarada!
Assisto mil vezes o mesmo filme quando gosto e repito as falas, choro quando é preciso e fico com o coração na mão, mesmo sabendo o que vai acontecer.
Ontem tive a oportunidade maravilhosa de assistir novamente 'V de Vingança', no original 'V for Vendetta'.
O filme é um pouco sangrento, mas vale muito a pena.
Em uma Inglaterra futurista os 'homens-dedo' perseguem todos que os diferentes, em um nazismo mascarado de boa intenção.
Gosto de temas polêmicos e também de filmes ingleses, mas isso não basta para que o filme fosse bom. O elenco é excelente, as cenas e as falas espetaculares.Mascarado de Guy Fawkes, V (sobrevivente do massacre viral que foi realizado no país pelo governo) decide que 'o único veredcto é a Vingança'.
Um a um, todos os culpados pelo holocausto são mortos, entre diálogos lindos e ações que nos fazem pensar.
Para muitos o dia cinco de novembro não representa nada, mas foi nesse dia comum que um homem desafiou a nação que era potência mundial e quase explodiu o Parlamento Inglês com toda a família real dentro.
Guy Fawkes teria mudado a história se não tivesse sido traído, na Inglaterra e nos países colonizados por ela, o dia cinco é um feriado para se coroar a traição. Estranho não?
Existe até um versinho:
'Lembrai, lembrai, lembrai
O cinco de novembro
A pólvora, a traição, o ardil,
Por isso não vejo porque esquecer
Uma traição de pólvora tão vil'.
Guy foi traído, como já foi dito, e condenado a forca para servir de exemplo. Usando uma máscara lembrando o rosto do anti-herói, o plano de V é explodir o parlamento e acabar com um símbolo de poder tão sujo.
O enredo nos traz tantas reflexões... Até onde se deve ir para conseguir o que se quer? Qual o preço que é preciso pagar para atingir os objetivos?
Será que o fim justifica os meios?
Acredito que não, mas heróis, ou ainda anti-heróis, como Fawkes, como V são tão necessários.
Eles servem para mostrar ao povo que o poder não está em um monumento, ou em que está lá dentro. O poder está nas nossas mãos.
Revoluções são precisas, sempre! E eu não tenho um lado socialista, não é isso.
Mas é que às vezes a corrupção está em tantos lugares, que nós nos acostumamos a ela. Achamos comum dinheiro de propina guardado nas meias, nas cuecas, em qualquer lugar.
Nos acomodamos.
Talvez o Tiradentes brasileiro pudesse ser comparado àquele Guy Fawkes.Mas eu não sei se no Brasil futuro um homem teria a coragem de V. A coragem de passar por cima da própria vida para libertar um povo de um governo opressor.
Não acredito muito na força da nossa juventude, infelizmente. Acho tudo isso bonito demais, pura rebeldia sem causa.
Espero estar completamente enganada. Espero que novos heróis do povo surjam com a força de seus ideais, usando máscaras ou não. Espero ver a mudança de um país tão corrupto, ver as pessoas lutando por causas nobres, ver a moral governar uma nação.
Em uma das últimas cenas V enfrenta sozinho o chanceler, seus homens, e o primeiro-ministro.
Mata todos, e quando questionado por ser atingido e não morrer, apenas responde:
'Por trás dessa máscara existe mais do que um homem, por trás dessa máscara existe um ideal, e ideais são à prova de bala'.

(PS: tentei carregar uma imagem do cartaz, mas a internet não está colaborando aqui... Então quando for possível, coloco...)

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Bem, a semana começou e eu estou correndo de novo.
Trabalho da Clarice para essa semana e eu não largo o livro, a teoria, nada! Espero que dê certo...
Vou voltar a postar com mais frequência assim que a loucura disso tudo passar, logo logo...
Por hoje, passei só para agradecer aos novos seguidores, aos amigos que sempre comentam, que sempre fazem o blog muito mais bonito!
Beijo!!

PS: Anos que certas pessoas não comentam por aqui... Saudades!

domingo, 29 de novembro de 2009

Para Lara, como desculpa

Às vezes a coisa mais complicada do mundo é demonstrar afeto.
Não por não saber demonstrar, mas pela pessoa não saber entender a sua demonstração.
É um post de desculpas, um post que deveria ter sido feito ontem, de aniversário, afinal de contas, eu sempre faço posts de aniversários para minhas amigas.
Ela não ganhou.
Não por não ser amiga! De forma alguma, ela merece tanto quanto as outras, mas eu não estava em um bom dia, a culpa não é dela, é minha, que não sou uma máquina de escrever coisas boas para pessoas que merecem tanto.
Ela é maravilhosa. Muito irritante, é verdade sim, mas eu a amo desde o dia em que a vi, a força que vinha dos olhos dela me deu tanta força também.
Eu disse que ela foi uma luz e ela não acreditou.
Bem, eu não tenho o costume de mentir, nem para me proteger.
Você merecia um post lindo, cheio de coisas lindas, só que eu não consegui fazer.
Mesmo assim, desejei tudo de melhor, pedi muito a Deus por você, mandei um recado no orkut, desejei mesmo, ainda que em pensamento.
Sinto muito por ter magoado você.
De verdade.
Espero que minhas palavras tenham sido boas, não é o que você merece, mas o que eu estou conseguindo fazer.
Feliz aniversário, atrasado!
Deus abençoe todos os seus dias e faça essa luz que vejo em você crescer, multiplicar e iluminar a vida de muita gente ainda!
Te amo demais, menina ciumenta! Mesmo!

A Eternidade Momentânea da Vida

'Mas essa vida é passageira
Chorar eu sei que é besteira
Mas meu amigo,
Não dá pra segurar...'

Havíamos nos conhecido no ano anterior, André sempre fora tão diferente de todos os outros que eu soube que minha vida, se escolhesse estar ao lado dele, não seria nada normal.
Ele dizia que nosso amor tinha sido ao primeiro olhar, mas eu sei o quanto me custou sair da minha cidade, largar minha família em São Paulo e vir para o interior de Minas.
Em quase dois anos de namoro planejamos tudo e nosso casamento foi perfeito.
O sol começava a se pôr, estávamos em uma fazenda de algum amigo de infância dele, estavam lá todos os meus amigos de São Paulo, minha família e os amigos e familiares dele. Eu estava tão encantada com tudo!
Me lembro do sorriso dele ao dizer sim, do modo como ele me beijou tão delicadamente na frente de todos, de como me conduziu enquanto dançávamos. Hoje eu vivo eternizando todos esses momentos.
Nossa lua de mel foi em Angra dos Reis e aquela foi a melhor semana da minha vida, ele me acordava com flores, passávamos o dia no mar, as noites eram no mínimo inusitadas para mim, uma mulher de vinte com experiência de menina de doze.
Voltamos para casa e a vida acabou voltando ao normal, aos poucos.
Ainda assim, viver ao lado dele era tudo que eu sempre pude desejar, ele me amava, ser amada não tinha preço, eu não conseguia mesmo entender tudo que eu sentia, tudo que ele me fazia sentir.
André trabalhava na cidade vizinha, ele era fazia softwares para computadores em um shopping.
Antes de nos casarmos ele sempre viajava de moto, mas eu temia muito o transporte e por isso nós compramos um carro.
Naquele dia ele saiu no horário normal, me deu um beijo de bom dia, perguntou pelo exame de sangue que eu faria, estávamos na confiança de uma gravidez, ele beijou minha barriga, disse que me amava e que se não fosse dessa vez, ainda teríamos a vida inteira para que acontecesse.
Ele disse.
Eu arrumei tudo que tinha que ser feito e saí pro ginecologista, pro meu exame.
Pouco tempo depois a tia dele me ligou, disse que iria me buscar, achei estranho mas aceitei a carona, estava um dia muito quente.
No caminho ela me contou que o André tinha sofrido um acidente, ele havia chegado ao trabalho e teve que fazer alguma coisa em outra cidade, estava indo de carro quando uma caminhonete na contra-mão o fez sair da pista, capotar.
Na hora eu não consegui chorar, não consegui pensar nada, não fiz nada.
Eu só dizia que ele ia sobreviver, ele ia sobreviver porque nós tínhamos que ter a vida inteira para ter um filho.
No hospital o clima era péssimo, ninguém acreditava, quando cheguei fui logo encaminhada a ele, somente quando o vi que desmoronei.
Meu marido, ali, praticamente morto, todo entubado, quebrado, sujo de sangue.
O pai dos meus futuros filhos.
André morreu.
Naquele mesmo dia. O meu amor, o homem com quem eu escolhi passar toda a minha vida. O meu.
Ninguém sabia da minha suspeita de gravidez, mesmo assim, todos me trataram com todo cuidado possível.
Quando aconteceu essa tragédia tínhamos quatro meses e meio de namoro.
Eu demorei algum tempo para me adaptar à falta dele, a suspeita se confirmou e eu estava mesmo grávida.
Durante toda a gestação eu pensava no bebê que cresceria sem o pai.
Quando Elisa nasceu e eu vi o olharzinho dela, o furinho no queixo que ela tinha que era do pai, sentindo o toque da mãozinha dela eu entendi: 'Será difícil, mas tenho certeza que irei vencer'.
Hoje minha filha tem quatro anos, é a luz da minha vida. Eu passei por uma depressão quando o André morreu, mas ela foi o presente que Deus me deu para confimar a linda história de amor que nós vivemos.
Minha filha não cresce sem pai, eu ainda não encontrei um homem para estar ao meu lado, na verdade não sei se vou conseguir voltar a amar de novo alguém como amava o André, mas sei que o futuro não me pertence.
Moro com meus pais e minha filha, que é muito mimada por eles.
Todas as noites me lembro que tenho que viver cada dia como se fosse o último, porque uma hora será mesmo. Faço planos, mas não vivo por eles. A vida inteira pode durar tão pouco.
E eu quero ser feliz, apesar de todo a dor que senti, a vida inteira.

(Música: Vida Passageira - Ira!)

sábado, 28 de novembro de 2009

Terceira do Plural no fim de Semana


'E todo mundo diz que ele completa ela

E vice-versa que nem feijão com arroz...'

Fim de semana de novo.
Ela tinha um milhão de planos, ele nem sabia o que queria fazer, no fim aquele tempo sempre fazia bem para os dois.
Na escrivaninha dela os cds, dvds e mil livros de teoria. Ela não entendia mesmo pra quê servia toda aquela teoria, atrás da porta o destino marcado à lápis no mapa.
Com coragem e sem dinheiro, lá iam os dois, mundo afora mesmo. Ainda bem que entendiam que era preciso correr riscos.
Ela ia procurando pelo amor em todo mundo, fazendo com que as pessoas falassem, ele ia simplesmente acompanhando, vez ou outra tecia algum comentário quase em silêncio. Ele não entendia como ela fazia aquilo, de se aproximar, tomar lugar e fazer com os outros prestassem atenção.
Na verdade, nem ela entendia. Achava mesmo que era dom, presente divino, sabe lá.
Ia levando o caderninho, metade em branco, porque sabia que ainda ia encontrar muita gente, muito amor no caminho. Ia sendo levada por ele, pela mão, em meio ao trânsito ou ao matagal, de saco cheio da poluição sonora ou dos insetos. Ela tinha TPM, ele tinha aquele amor do tamanho que cabia ter.
Amanhã é domingo, e ela vai reclamar que não estudou nada ainda. Ele vai sorrir e dizer que ela é uma CDF danada, e que quando se casarem, os filhos, se Deus quiser, puxarão os avós.


PS: Eu sou a pior pessoa do mundo para colocar título nos textos!! Ignorem!!

(Música: Eduardo e Mônica - Legião Urbana)

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A nossa história de Amor

Ela tinha dezesseis mas queria ter vinte. Ele tinha dezesseis e amava isso.
Ela adorava cinema e tinha todos os sonhos que cabiam no peito. Ele lia gibis e procurava não sonhar tanto.
Ela tinha sentido o gosto das coisas, tinha segurado o vento. Ele começava a abrir os olhos.
Ela falava do mundo todo. Ele falava do olhar dela.
Ela queria tudo. Ele a abraçava.
Ela se sentia amada. Ele nunca falava de amor.
Ela tinha tanto medo de tudo. Ele sabia que ia dar certo.
Ela sempre fechava os olhos. Ele também.
Ela chorava frequentemente. Ele tinha o aperto de mão mais firme do Universo.
Ela disse que o amava. Ele não soube o que dizer.
Ela chorou mais mil vezes. Ele sempre sorria.
Ela falava o tempo todo. Ele apenas calava.
Ela era perfeccionista. Ele a fazia errar de propósito.
Ela se sentia besta. Ele gostava disso.
Ela sonhava conhecer as estrelas. Ele a levou até lá.
Tinha tudo pra não dar certo.
Ela sabia desde o princípio.
Ele gostava de apostar alto.
E os dois fizeram acontecer.
Eternizaram cada momento.
E ela vivia ao lado dele, e ela cada vez mais queria estar com ele. Ela o amava.
E ele também, do jeito dele, de apanhar gravetos.
Mas não havia dúvidas.
Só podia ser amor.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Have you Ever Seen the Rain?


'Mesmo as pedras, com o tempo, mudam'

(Cecília Meireles)


Nossa, faz tanto tempo que não venho divagar por aqui...
O fim de semana passou muito rápido, foi de Sol, piscina e compreensão. Foi um fim de semana em que eu estive com muitas pessoas, mas estive principalmente comigo, aproveitando e me deleitando com a minha companhia.
Não estudei nada, mas me diverti, no fim das contas, até valeu a pena, porque todas as ideias que precisava surgiram no meio dos amigos e da diversão.
Na segunda saiu o resultado do Once Upon a Time e eu fiquei em segundo lugar, terceira vez consecutiva que eu fico entre os três primeiros, fiquei ultra feliz!!
A semana então começou contudo, lembrando que estamos a apenas um mês do Natal.
E eu fiquei pensando um milhão de coisas bestas, como sempre... Pensando já em como esse ano foi tão diferente de tudo que eu imaginei, clichê essa frase, eu sei, mas é que eu esperava muito de 2009 e eu realmente tive muito. Acho que a gente nunca tá pronto pra ver tudo isso...
Ano passado eu tive um ano perfeito, tinha sido de cara o melhor ano da minha vida, o primeiro da facul, novas amizades, novos ares, nova cabeça. Aí veio esse ano, eu esperando confirmações, e até certo ponto, eu tive dois anos 2009, um até julho, o outro a partir de agosto.
A primeira metade foi de certezas, ao menos eu achava, a segunda de dúvidas, de dúvidas principalmente em relação às certezas do começo.
E foi aí que o ano se revelou bem melhor do que o ano passado, porque já dizia uma música do Engenheiros, 'a dúvida é o preço da pureza e é inútil ter certeza'... Sabe aquilo que 'quando eu encontrei todas as respostas, foram e mudaram as perguntas'? Mais ou menos assim.
No fim, ou melhor, quase no fim já, eu vejo não claramente, mas vejo o que 2009 foi.
O meu ano.
Meu.
Não no sentido egoísta, mas no sentido introspectivo mesmo. Foi o ano em que eu tive que correr os meus riscos, tive que pagar os meus preços, tive que ser eu. Na verdade, não tive. Escolhi. Esse foi um ano que eu descobri isso também, que a gente sempre tem escolha, sempre tem! Não dá pra ficar sempre culpando isso ou aquilo, você sempre pode escolher o SEU caminho.
Foi o ano de voltar ao MEU caminho, de entregar novamente o meu Caminho, de chorar e sofrer e achar que o mundo ia acabar, e no fim descobrir que se é sempre mais forte do que imaginava.
Foi o ano dos bons amigos, dos que estiveram tão próximos mesmo estando distantes, dos que com um abraço aliviaram a alma, dos que com uma palavra, um olhar, fizeram tudo melhor.
Foi o ano do amor, de rever conceitos e firmar principios.
Um ano que Deus me permitiu tanta aprendizagem...
E ele nem acabou ainda...
Espero que ano que vem seja tão bom e tão diferente quanto foi 2009, porque bom mesmo é ter sempre o melhor ano das nossas vidas!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Faz de conta que não foi

'Saudade existe
Pra quem sabe ter...'


'Me desculpe essa carência,
Essa saudades
Essa vontade quase louca
Uma querência assim covarde.
Me desculpe essa tão imprecisa
E exibida
Necessidade.
Mas é que eu te amo.
E não me cabe
A presença que fica
Da sua ausência
Dentro aqui de mim.'



[Ele está indo passar o fim de semana fora, três dias, e eu tô com o coração na mão por isso. Eita coração mais besta esse meu. Mas é que eu sinto uma falta tamanha dele, que sei lá explicar. Sei lá nem sentir. Sei lá nada. Só sei que queria estar com ele, nem que fosse pra reclamar da raiva que ele me faz. Eu queria ele. Só ele.]

(Música: Vida Cigana - Ratto)

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

A melhor metade Dela



O céu mantinha o mesmo tom de azul quase roxo, bem típico de primavera, mas para ela o céu poderia ter sido pintado naquele instante de rosa chock que nada faria diferença. Naquele momento nada parecia real. Nada parecia existir além do toque dele, leve e marcante, do cheiro que vinha dele, alguma coisa parecida com madeira molhada por água do mar.
Ela sentia tudo ao extremo, cada célula do corpo com os cinco sentidos apurados. Enxergava os espectros multicoloridos, ainda estando de olhos fechados.
Ela sempre quisera tudo, intensa nos mínimos detalhes, desde que se lembr
ava. O tipo oito ou oitenta. Mas não poderia dizer que aquilo era tudo, porque tudo era pouco pra descrever aquile sentimento, aquele momento, aquela explosão de coisas dentro dela.
Além do quê, classificar como tudo era ainda definir, e ela não queria definir, pois não sabia que seria incapaz de conseguir. Nunca fora tão boa com as palavras, nem com os sentimentos. Temia o que sairia da junção disso.
Se um dia a perguntassem ela diria que o Sol queimava forte e o vento talvez sussurrasse uma canção que ela não ouvira, atenta apenas à respiração dele naquele ritmo comfuso.
Ela mesma nem sabia se respirava, não se sentia dentro dela, não era mais o todo do seu corpo, era bem mais, substância universal, desfragmentada e era ele.
Ele.
Ele que sorria e chorava.
E o som da água muito longe, querendo lembrar que tudo seguia um caminho.
Num esforço sobre-humano ela ainda abriu os olhos, só para ficar certa que não era mesmo real.
Não podia ser com aquele céu pintado de lilás e o sorriso tímido dele enfeitando o Universo.
Que fosse sonho a realidade então, eternamente. Que fosse insano, insandecido ou insaciável.
Naquele instante ela era feliz sendo parte do sonho, da realização de algo tão encantador e mágico.
O amor.


[Texto proposto por Once Upon a Time. Dessa vez eu tive dificuldades, porque eu tinha duas histórias para a frase. Acabei escolhendo falar de amor, porque no fim das contas, mesmo sendo um tema batido, é ele que nos faz ir além dessa realidade morta e fria. Ele nos aprensenta as cores, ele nos faz enxergar tudo novo. Mesmo assim, acho que vou postar o outro texto também. Fiquem na torcida!! Boa sorte para mim!
Beijo!!]

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Isso de não-querer querendo tanto...

'Quem inventou o amor,
Me explica por favor...'

Acho que o fim do ano está mesmo atrás da porta! Os dias estão cada vez mais corridos, e eu como sempre, protelando até o último instante, enrolando, enrolando.
Tempo, tempo, mano velho, falta um tanto ainda eu sei, pra você correr macio...
Eu achei que fosse descansar hoje, porque sinceramente, alguma coisa me diz que se eu continuar nesse ritmo, não vou demorar muito pra não aguentar mais.
Só que acabei não descansando. Ele precisou de mim, e eu fico muito feliz em poder ajudar. Sempre, mesmo quando estou cansada, mesmo quando tenho que enrolar minhas coisas para fazer as dele.
Por ele, eu sempre penso que vale a pena. E vale mesmo.
Ando com saudades, de algumas coisas que nem sei explicar direito. Ando com saudades de chupar manga, coisa mais besta de se falar, mas eu estou sentindo.
Saudades de ter tempo, para ele, pra mim, para ler o livro que eu tô afim e não tô conseguindo terminar.
Mas esse é uma reclamação clichê, a falta de tempo.
Hoje eu queria mesmo era que a terça-feira tivesse sido de Sol e eu tivesse estado ao lado dele, matando o tempo.
Queria que ele estivesse aproveitando o tempo dele agora ao meu lado, que me mandasse sair daqui e que me levasse pro universo dele.
Eu queria estar com ele.
Só isso.
Porque ele vai viajar na quinta e eu sei vou sentir tanta saudades, vou querer estar em todos os lugares que ele estará. Vou querer estar só com ele.
Só com ele.
De um jeito que só a gente sabe estar.
E eu sei também que preciso me adaptar a estar sem ele, afinal de contas, Viçosa é um pouquinho bem distante de Juiz de Fora. E vai saber pra onde o destino vai nos levar.
Enfim.
Vou ver se eu mesma saio daqui, vou lá e levo ele pro meu mundo.
Pro meu faz de conta de novo, pro nosso compacto pedaço de perfeição.
Eu preciso estar com aquela parte de mim que mora nele.

(Música: Quem Inventou o Amor - Legião Urbana)

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Frases Soltas #02


"Dentro dela era como se não houvesse a morte,

como se o amor pudesse fundi-la,

como se a eternidade fosse a renovação''.

oba!!

A semana começou bem, trabalhos e mais trabalhos da facul...
Como toda segunda, o dia passou na expectativa do resultado semanal do 'Once Upon a Time'.
Que rufam os tambores...
Lá vou eu de hora em hora na comunidade do orkut procurando o resultado, semana passada eu fiquei em segundo lugar e estava com a pilha pra essa semana...
E eu fiquei em PRIMEIRO!!!!
Nossa, estou muito muito muito feliz, porque é tão bom receber reconhecimento por algo feito com tanto carinho.
Escrever é minha paixão, sempre foi. Um dia será minha profissão.
E quando este dia chegar, eu vou me lembrar do meu primeiro lugar de hoje.
Do quanto me fez bem ler o nome do meu blog tão novinho ainda lá...
Do quanto estou feliz!!

Obrigada pelos comentários, queridos seguidores e também queridos anônimos que passam por aqui.
Esse blog não seria nada sem a presença de vocês!!

Obrigada mesmo!
Minha segunda foi muito mais feliz depois disso!

domingo, 15 de novembro de 2009

Frases Soltas


'É porque estou muito nova ainda,
e sempre que me tocam
ou não me tocam,
sinto.'

(Clarice Lispector - Perto do Coração Selvagem)

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Monólogo de um Amor (In)Consciente


E você tanto falou mal de mim, tanto me praguejou que eu resolvi dar as caras pra que você ouvisse da minha boca essa história tão linda.
Eu sou o Amor. É, sou mesmo. E apesar dos pesares, pode acreditar que eu não vim reclamar da minha vida, mesmo ela estando longe de ser o mar de rosas que você imagina.
Fui colocado pra escanteio e antes que me atire no leito de morte, preciso que escute a sua história.
Você era uma menina tão doce, apesar do medo sempre aparente e da teimosia que te fazia acreditar que era dona do mundo.
Foi o sorriso exibido dele que te fez vacilar e aí vocês disseram que eu aconteci à primeira vista.
Nada disso, eu lá sou erva daninha pra nascer com o vento? Eu fui plantado aos poucos.
Você há de se lembrar da primeira vez que ele afastou o seu cabelo e apenas esbarrou os dedos tortos e finos na sua orelha esquerda. Ou ainda de quando o mundo deu a entender que acabaria em chuva e vocês se permitiram ficar para sempre na eternidade momentânea daquele abraço.
Era você que dizia que ninguém te fazia sentir as coisas como ele. Você, não se lembra?
Quando foi então que colocaram na sua cabeça que eu era perfeito?
Santa paciência menina, olhe pra mim, eu sou o Amor!
Você achou mesmo que eu só causava suspiros, nem uma lagrimazinha sequer?
Não é de propósito, pelo menos não sempre, mas eu sou assim um tanto confuso, é comigo, não é com você ou com ele. Confuso sim, volúvel não. Sou eterno, você sabe que mesmo me matando eu volto pra puxar seu pé, pra atormentar seus sonhos.
Não quero teu mal, mas é que você era feliz e não sabia, não posso deixar que me mate sem que saiba.
Enquanto você esteve com ele, enquanto suspirou por um beijo, enquanto sentiu a ponta dos seus dedos doerem de necessidade dele, enquanto seus olhos procuravam por ele em qualquer canto, enquanto você brigava com ele por uma tolice ou não e até enquanto tentava me sufocar junto com as lágrimas que você matava no travesseiro, você nunca foi tão feliz, nunca esteve tão plena.
Aquela foi a época mais feliz da minha vida, quando você não me praguejava, mas entendia que eu era mesmo assim, coisa insana.
Olhe, não me leve tão a sério, não se leve tão a sério!
Meu desejo é a felicidade, parece estranho, mas eu ando sempre ao lado dela. Somos um casal diferente, meio exótico, você e ele também. Todo mundo dizia que não duraria, tão tolos. Só eu sei a força que eu tenho dentro de vocês. Só eu sei que você não consegue me matar. Eu sei que você vai voltar pro travesseiro depois de me ouvir e vai chorar de novo, mas que você entende que é só na loucura dessa coisa toda que você sabe ser feliz.
Liga pra ele. Diz que tô vivo ainda, sou guerreiro. Ele sabe, também estou nele, mesmo com aquela capa de garoto independente, ele não vive sem ti.
Vai lá dizer pra ele que eu tô te incomodando, não te dou sossego e não te deixo pensar em mais nada. Quero a felicidade! Ainda mais que antes...
Porque o pra sempre é até pouco tempo pra quem tem pressa, e eu quero começar a inundar logo o teu mundo de luz.



[Gente, semana passada eu fiquei em SEGUNDO lugar!!! Pra mim foi sensacional, era a primeira semana que eu participava, até tentei duas vezes postar sobre o quanto eu fiquei feliz, mas a internet fez questão de sumir com meu texto, então deixo aqui o meu agradecimento desde já!


Agora é ficar na expectativa pro resultado da 18° semana! Torçam por mim!]

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Super Bonder


'Me leva pra casa
Me pega no colo
Me conta uma história
Me fala de amor...'


Abriu a porta do carro e decidiu ir longe, não sabia em que direção, mas precisava de distância, aquela que doía, que fazia o coração expremer lágrimas nos olhos.
Talvez doesse menos longe dele, afinal de contas, tem amor que não sabe ficar perto de quem ele ama.
O dela não sabia, já fazia tempo que ela tinha certeza que era mesmo amor, não fosse, ela já tinha dado adeus com mais facilidade.
Era aquele sufoco sempre que se falavam, sempre que não se falavam, sempre que apertava aquele tanto de coisa sufocante dentro da garganta.
Eita amor mais teimoso, mais rabugento!
Brinquedo estragado que a gente não consegue jogar fora!
Tinha sido um presente de Natal, ele tinha aparecido por magia mesmo, por resposta às orações, por desejo secreto do coração de se entregar, mesmo com todo aquele medo que ela sempre tivera de tirar os pés no chão, de deixar morar alguém ali, naquele coração feito de vidro e pintado de sépia para parecer mais forte.
Ele entrou, tomou lugar como se tivesse sempre esperado o momento de estar ali, tomando posse de algo seu por direito. Tomava conta até direitinho, às vezes deixava tudo uma bagunça sem fim, um caos na alma dela.
E ficava assim, sem ligar, sem dizer nada, sem pedir perdão.
Devia ter faltado à aula das 'palavrinhas mágicas' ainda no maternal, só podia ser isso.
Será que ele perdia um pedaço toda vez que pedia desculpas?
Porque ela ficava até com medo, afinal de contas, para onde iam todas as desculpas não pedidas? Todos os perdões não ditos?
Coisa falha esse amor.
Isso da gente pedir perdão até sem motivo e do outro não pedir nem com razões de sobra pra isso.
Devia mesmo era ter escolhido o outro lado, o da razão que pregavam todas as feministas, pensava enquanto se enxergava dirigindo, enquanto percorria qualquer canto de qualquer cidade deserta sem a presença dele.
Maria Gadu tocava no som, repetindo mil vezes uma fala dela nos últimos dias... 'Quem é que vai pagar a conta desse amor pagão?'
Queria conseguir não chorar, porque sabia que não era o fim. Nunca ia ter fim, era apego demais, carinho demais, tempo demais pra ter ido embora tão rápido, ela pensava.
Era amor demais, ela sentia.
Como é que a gente ia lançar mão daquela coisa que movia tudo, trazia o caos e depois a calmaria do abraço onde se quer viver pra sempre?
Ela quis nunca ter experimentado nada daquilo, não dá pra sentir falta de algo nunca tido. Ou dava? Porque ela não sabia o que era antes de ter sido com ele. Ela sabia que era mais forte, mas pra quê toda aquela força, aquele ar de dona do mundo, de 'sou a mais poderosa'?
Acelerou mais um pouco, aumentou o volume do som e apertou o controle.
Pouco a pouco o horizonte foi aparecendo diante dos seus olhos e ela não mais queria ir, era tanto medo de que dessa vez não tivesse volta. Medo de que ele se desse conta de que podia viver sem ela, de que ela acabasse reparando que dava mesmo pra ser feliz sem ele.
Chorou mais ainda, porque sabia que queria mesmo era aquilo tudo, ainda que confuso, louco, desastroso e meio remendado de tantas quedas.
Era o tal do amor, ué.
Ele apareceu bem na frente dela então, o portão da garagem todo aberto, o pé no acelerador e ele ali na frente, sem dizer nada.
Nem desculpa, nem perdão, nem te amo.
Também, ela nem sabia o que queria ouvir...
Idiota, você ainda vai me perder. Pensou sozinha.
Tolinha, eu sou pra sempre seu. Pensou ele com um meio sorriso.
E foi em direção ao carro, abriu a porta do carona, aumentou ainda mais o som.
- Toca pra qualquer lugar paixão, você sabe, com você tanto faz.

(Música: Me Leva Para Casa - Ratto)

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Saudades. Já?!

'Ela é uma menina com uma flor - diria Vinicius.
Mas eu digo mais. Digo, então, que ela é uma menina com uma flor e seus encantos.
Tipo bruxa que faz magia pro bem.
E ela é assim, mesmo fragmentada depois da luta, ela parece 'todainteira'.
Porque leva no bolso aquele monte de girassóis que eu lhe enviei por meio do vento.
E nos lábios carrega, ainda, aquela prece poderosíssima: 'Andarei vestida e armada com as armas do Amor. Para que meus inimigos tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me exerguem e nem em pensamento eles possam me fazer mal.'
E, assim, ninguém a alcança.
Vai ver porque ela não é mesmo daqui. Veio de qualquer outro mundo distante, onde o coração pesa mais na balança.
De um lugar onde se trocam carinhos na alma.'

Eu tô realmente muito piegas com ela!! Demais demais, ela morre de vergonha e no fim das contas, eu morro mais ainda.
Mas eu só sei ser assim, e até gosto de ser assim, de deixar tudo escrito aqui, o carinho imenso por ela e por uma outra melhor amiga também, golfinho que nada no mar insano do meu coração.
Ela vai viajar, tudo bem comum até, ela vive viajando de um lado pro outro, ela é meio como o Pequeno Príncipe também, ela vai por aí levando esse sorriso dela e tentando ver o melhor dos outros. Dessa vez eu queria que ela fosse com o meu olhar no pensamento, talvez porque ela esteja indo pra minha 'ex-terra' ou não. Talvez porque sei lá, eu ando me sentindo mais próxima dela (possível?), talvez porque eu esteja querendo que ela esteja feliz, mesmo naquele calor.
Ou só porque eu a amo, e eu só consigo dizer isso aqui, por escrito, mas eu sei que é forte e ela sabe também. Eu sei que é real e ela sabe também. Eu sei que ela é a amiga que vai arrumar o véu (não que eu vá me casar de véu, mas faz de conta...) antes da música começar a tocar no meu casamento.
Ela é a que me orienta, não só ela, mas é a que eu quero falar no momento.
E eu fico falando dela toda vida, olhe o tamanho do post já!
Porque ela foi a primeira pessoa que esteve ao meu lado quando a minha ficha caiu, e ela teve toda a sensibilidade do mundo pra me ajudar, pra me mostrar que o mundo ainda era mundo e que tinha ficado até melhor desse jeito novo.
Boa viagem coração.
Leve contigo um pedaço desse meu coração tão clichê e piegas.
Leve meu abraço.
E trate de voltar logo, porque eu sinto falta.
Você sabe.

Como disse alguém cheio de finessè, carinho a gente não agradece, então, muito obrigada pela amizade, pela cumplicidade, pelo companheirismo e pelo compartilhamento de sorvetes, ideias, angústias e sorrisos.
Deus abençoe o seu caminho lá e te dê toda luz que for possível na sua apresentação.
Sucesso!!

Beijo Pessoíssima.

A autora do texto lá de cima é a 'Cris, a que sonha', do blog http://p-s-quesejadoce.blogspot.com
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...