quarta-feira, 30 de junho de 2010

Matadora Ocasional


Junho se foi e foi sim o maior mês do ano, tanto acontecimento dentro desses trinta dias que eu estou perdida em algumas datas.
Mas junho foi o mês de redescobrir a capacidade humana, ou melhor, masculina, de irritar os outros.
Porque os homens têm de ser tão palhaços?
Um deles ontem, talvez um dos principais exemplares para mim, disse que eles sabem ser felizes. Como assim? Nós mulheres também sabemos! Acontece que eles arranjam umas brincadeiras tão idiotas, uns apelidos infantis, umas coisas que eu não acho graça mesmo.
É verdade que estou numa fase de total irritação, estou tensa e por vezes mal humorada. Mas eu sou feliz, eu acho graça de piada, de filme infantil, de comercial bem feito. Acho graça de textos, principalmente dos da Cínthya Verri, mas não vejo a menor graça em certas palhaçadas masculinas.
Fico me achando a chata do ano, afinal, ele é sempre tão alegre, tão feliz com todo esse circo e eu de cara feia irritando por estar muito irritada.
Coisa bem difícil isso de se relacionar, ainda mais em um ambiente em que duas pessoas são mulheres e as outras quinze são homens tão cheios de 'alegria' e quase sempre de cerveja também.
Fazer o quê se coletivo de homem quase sempre é circo?
Espero que a irritação se dissipe nas férias e que eu volte com mais vontade de achar graça de coisas tão bobas para mim. Por ele, afinal.
Agora, que tem hora que dá vontade matar, isso dá mesmo.
Cuidado pra não ser soterrado por Cereal matinal.

PS: Descobri o blog da Cínthya Verri no blog do Fabrício Carpinejar, ela é a namorada dele e escreve de um jeito muito leve e divertido, passa lá: http://matandocarpinejar.blogspot.com.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Ligue e seja Feliz



Olhou pro Sol e se cansou de segurar as lágrimas.
Que doesse, que sangrasse, mas que deixasse sair, só assim secariam uma hora, enfim.
É sempre escuro após ver tanta luz.
É sempre frio após se expor ao calor.
É sempre duro quando são os seus sonhos, mas é sempre válido tudo isso.
Ela teria levado o brilho, o calor, o fogo.
Aquele fogo que acende e queima, que encanta uns e faz tão mal à outros.
Deixasse de ter pretensões à perfeição. Nem Jesus agradou a todos.
Levaria o que havia de melhor, a lembrança de que era sim tudo que aquilo que sabia ser.
Independente do que qualquer um dissesse.


Tradução da imagem: Para ser bem sucedido é preciso ter reações diferentes para cada pessoa... Respeite isso! Algumas vezes, 'foda-se' é a melhor resposta, mas não sempre... Infelizmente!

(Ainda não sei o que vou fazer a respeito do último post, mas eu JAMAIS vou desistir dos meus sonhos, ainda que encontre mil empecilhos pelo caminho. Momentos como aqueles vão surgir aos montes, se eu quiser ser alguém melhor, terei que passar por cima deles. Deles e de quem os causar. Sinto muito por usar este espaço para expressar toda essa confusão. Já me disseram uma vez e eu não posso me esquecer, as pipas sobem contra o vento, e não a favor dele!)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Problema de Idealização Indisciplinada


Sempre reparei no modo como os olhos das pessoas brilhavam e isso me fez descobrir o que esperaria da vida.
Era ainda uma adolescente mimada e metida a dona do mundo quando percebi que queria ser professora, era tão bom sentir como os olhos de alguns professores brilhavam ao transmitir conhecimento.
Feita a descoberta era minha hora de começar a procurar algo que se pudesse transmitir, até aí não houve problema algum.
O problema começou quando notei que idealizo demais as coisas.
Idealizei um mundo onde os alunos tivessem a mesma sede de conhecimento que eu tinha quando estudava, um mundo em que eles notariam o brilho dos meus olhos e teriam interesse em ouvir o que eu digo, um mundo em que eu pudesse explicar o prazer de ter algo para passar.
Idealizei escolas em que professores fossem amigos, companheiros de classe, em que os materiais pedagógicos fossem mesmo pedagógicos. Escolas em que se funcionasse planejar aula com antecedência.
Idealizei diretores que procurassem a verdade, mas que não acreditassem em verdades absolutas, diretores que soubessem ouvir e entender o lado do professor, afinal, para ouvir o lado do aluno existem já mil outras pessoas.
Sonhei e sonhei. E hoje, com menos de um ano de profissão, sou frustrada.
Não por considerar o salário baixo, não por achar a carga horária extensa, por ver a desunião da classe.
Sou frustrada porque nada disso existe, porque o professor quase nunca tem razão, porque os pais mandam os filhos para a escola para ter sossego e não para aprenderem.
Frustrada porque por mais que tente me moldar, não me ensinaram ainda na faculdade, e talvez nunca me ensinem, que o aluno tem sempre razão, até mesmo aquele aluno que nunca entendeu nada de brilho nos olhos, de sede de conhecimento.
Infelizmente estou enxergando os meus olhos e vejo que eles brilham, mas não de prazer, brilham porque estão com lágrimas.

(Tradução da frase: Se você pode ler isso, agradeça a um professor)

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Carta ao meu Herói



I used to roll the dice
Eu costumava jogar os dados
Feel the fear in my enemy's eyes
Sentia o medo nos olhos dos meus inimigos
And I discovered that my castles stand
E eu descobri que meus castelos estavam erguidos
Upon pillars of salt, pillars of sand
Sobre pilares de sal, pilares de areia

Olá pai,
Sei que mandei uma carta na semana passada, mamãe diz que é falta de educação mandar outra sem que você a tenha respondido, mas eu precisava muito ter uma conversa com o senhor. Assim, aquela conversa de homem pra homem, mamãe não consegue entender isso.
Estava indo muito bem na escola, mas não se preocupe, tive apenas um problema com a minha professora e é justamente por isso que preciso falar com você.
É que ela passou um filme essa semana, chama-se 'Avatar', não sei se aí você já teve chance de assistir, é um excelente filme pai. O problema é que minha professora disse para todos nós que é isso que os soldados americanos fazem, eles invadem as nações, matam pessoas, destroem famílias, roubam tudo de bom que há e voltam para casa.
Pai, eu não podia ficar em silêncio. Eu sei que você não é um assassino! Eu disse a ela que não era bem assim, que nós íamos para acabar com o terror, que salvávamos as pessoas e que não queríamos destruir nada. Eu disse que você nunca ia matar uma criança, porque você tem um filho que ama muito, disse também que não mataria um homem porque sabe que ele poderia ser o pai de alguém e que você amava sua família, jamais ia fazer qualquer coisa para destruir a família de outra pessoa.
A professora não quis me ouvir, disse que eu achava que o mundo era um conto de fadas e que não entendia nada de guerra, disse que eu não podia pensar que você era um herói e que devia ter vergonha do sangue que suas mãos pingavam.
Foi impossível não chorar pai, ainda que eu saiba que homens não choram...
Porque eu vi nos jornais muitas pessoas mortas e eu tive medo que fosse você, tive medo que o seu corpo estivesse entre aqueles ou que fosse por sua culpa que eles estivessem no chão.
Eu chorei porque não quero entender que você é cruel assim pai, você não tinha coragem de matar passarinhos, teria coragem de matar gente, pai?
Por favor, me diga que não é assim, me diga que você não atira nas pessoas e que está aí por qualquer motivo que não seja tão idiota quanto demonstrar poder. Eu não quero que você faça guerra, esse povo nunca fez nada contra nossa família, porque você tem que estar aí?Por favor pai, me escreva e diga o que você faz aí, diga que você ajuda essas pessoas porque assim eu poderei mostrar a carta para ela e todos verão que você é mesmo um herói.
O meu herói, aquele que me ensinou o certo e o errado, que sabe que não podemos tirar a vida de nada, porque não temos esse poder.
Espero respostas com muita saudades do abraço apertado que você me dava sempre.
Do seu filho, Simon.
(É uma carta fictícia, Simon tem nove anos e seu pai está lutando no Iraque, foi feita para a pauta do Bloínquês, edição fotográfica).

(Ao som de: Viva la Vida - Coldplay)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Aquilo


'O caos acontece
Não poupa ninguém'

O outro maldisse, chorou e quis morrer, mas nada adiantou, ia novamente se apaixonando aos poucos.
Ainda fosse o único da Terra talvez as coisas fizessem mais sentido. Mas era o mundo, era tudo, até os irracionais. Até os brutos, os dinossauros e os avatares.
A moça faceira e dona do nariz cedia, a mulher humilde levantava os olhos, o tímido sorria em silêncio e respirava fundo pra sentir mais uma vez o perfume.
Tinham as histórias da novela, dos cinemas, dos gibis.
Tinham as canções, os poemas e os romances.
E tinha o coração que meio dono de algo novo não batia muito bem, ia descompassado rebolando de um lado pro outro numa dança sedutora de corações.
Coisa mais bizarra de se ver.
Como podia era difícil de saber, mas a coisa vinha assim chegando, tomando forma, líquido efervescente e bem disposto a invadir o mundo.
O outro que não entendia porque não sentia nada daquele frescor súbito na nuca e calor simultâneo nas mãos, dizia que era a loucura se aproximando, sabia era nada daquele caos louco, soubesse ia ter certeza que felizes são poucos.
Que ficasse calmo e ciente, chegaria sua hora. No mundo havia tempo para todos. Ia ele passando pra visitar aos poucos, cheio de trabalho e vagaroso, paciente e benigno, já havia dito alguém muito importante, ou quem sabe não, tinha por vezes uma vontade de atingir tudo tão rápido que ia mesmo avassalador, chegando sem avisar e se metendo a sem terra tomando posse da propriedade alheia.
Era imprevisível e tinha gosto de chuva molhando a terra quente, esse gosto bom que é parecido com o cheiro da onda quando quebra no mar, gosto e cheiro do novo germinando.
O novo batido e remendado brotando de novo no coração.


(Inspirada pelo som de: Aquilo que dá no Coração - Lenine / Canção da abertura da novela Passione, se você ainda não parou pra ouvir essa obra prima, dê um jeito de começar a se inspirar pra uma paixão agora!)
P.S.: Sim, ando falando bastante de amor, deixe estar, tema mais gostoso não há.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Felipe César

"Como dois estranhos,
Cada um na sua estrada,
Nos deparamos, numa esquina, num lugar comum.
E aí? quais são seus planos?
Eu até que tenho vários.
Se me acompanhar, no caminho eu possso te contar.
E mesmo assim, queria te perguntar,
Se você tem ai contigo alguma coisa pra me dar,
Se tem espaço de sobra no seu coração.
Quer levar minha bagagem ou não?"


Se você que está se dispondo a ler tudo isso agora não está nem um pouco apaixonado, por nada, nem que seja apenas por seu umbigo, por favor, não leia. Desista. Vá fazer qualquer outra coisa e volte outro dia, em outro post.
Este é destinado a um garoto, um garoto bobo e tímido que veio se chegando e hoje não sei o que seria de mim sem ele. Pode dizer que a vida é cheia de garotos mesmo que passam e algumas vezes marcam, mas sabe, esse garoto é de longe o meu melhor amor.
Hoje é aniversário dele e ele merece mais que testimoniais, ele merece o que de melhor eu pudesse dar, talvez isso signifique minhas palavras.
Sabe, raramente nós conseguimos encontrar aquela pessoa com a qual desejamos fazer tudo. Raramente mesmo. A pessoa com quem você deseja viajar para fora do Brasil, para a São Tomé e Príncipe. A pessoa com quem deseja passar o resto da vida não só por amar, não só por não se imaginar com outra pessoa, mas por saber que existe alguém que cuida melhor de você do que você mesma, ele.
Ele é tão parte de tudo que sou que quase não falo dele nesse espaço, coisa meio egocêntrica mesmo isso de querer guardar só pra gente aquilo que é tão lindo e puro.
Só que hoje eu precisava gritar aqui o quanto eu sou tão feliz porque Deus em uma esquina fez minha vida cruzar com a dele. Nos topamos e agora são várias bagagens, minhas, dele, bagunçadas e misturadas. Histórias sem fim e cheias de exclamações.
Não quero mais viajar sozinha, não quero mais ser cidadã do mundo se ele não for comigo pra qualquer lugar ou pra lugar nenhum.
Espero que ele tenha o melhor aniversário do mundo, que ganhe de presente saúde e felicidades sem fim, e que me permita sempre, sempre partilhar os melhores momentos com ele.
Parabéns Felipe. Amor.




(Ao som de: Dois - Tiê / para Postagem Coletiva)

sábado, 12 de junho de 2010

Pra ter namorado (Contém spoilers)


'Entre todos os amores e amigos
De você me lembro mais'

Coisa mais complexa do mundo é relacionamento. Ter namorado. Aquela pessoa tão importante e tão irritante, que te quer do seu jeito querendo do jeito dele. Complexo porque é querer demais pra caber em dois corpos, e são justamente isso, dois corpos, duas mentes, querendo.
Consenso tem que haver, do contrário, não há namoro.
Pra se ter namorado é necessário paixão mas boa vontade, em excesso. Boa vontade que faz doer os dedos, boa vontade pra ligar passando por cima do orgulho ferido, pra não brigar sempre que a sua vontade não for feita, pra aceitar um não amargo desejando ouvir um sim.
Pra se ter namorado é preciso ir além da imaginação e tentar não morrer de ciúmes sempre que ele não liga e diz que vai ligar, sempre que você vê o recado de uma amiga no orkut, sempre que alguma oferecida idiota tenta se esfregar no ser amado.
Ah, pra se ter namorado é fundamental coragem! Quase tanta quanto se é para ir à guerra. Namorar é guerrear, gastar saliva pra argumentar por algo que daqui a dois minutos você nem vai fazer mais tanta questão.
Há que se ter vocação pra estar acompanhado, pra dividir os dias e os planos.
Sonhar junto requer jeito, não é ir se impondo ao outro como quem diz: 'vai, engole aí minha vontade de visitar Paris e vem comigo'.
Namorar é rir sozinho, chorar sozinho, e entender que mesmo estando sozinho se tem alguém. Quando você passar por aquele problema que provavelmente não terá solução, é nessa pessoa que você vai pensar, quando fizer algo aparentemente terrível, é dela que sentirá vergonha. Quando quiser compartilhar um mundo de sorrisos e canções lindas, é pra ela que você vai ligar.
Dizia Carlos Drummond que 'não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho'. Completo que não tem namorado quem não sabe o gosto do outro. O gosto bom que a gente sente de algo novo, diferente. Quem tem medo de se entregar e vive pela metade, sentindo pela metade.
Pra quem ainda não viveu esse caos de flor e nuvem, mais um pouco de Drummond: 'Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uam névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteira: Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido. Enlou-cresça'. Enlou-cresça e sorria pro mundo, hoje é seu dia.
(Mil agradecimentos ao melhor namorado do mundo, o que me faz querer escrever o tempo todo, o que me transporta pro mundo dele e me faz querer ser tão melhor! É pra você que eu guardo o que há de mais lindo, o que eu penso ser mais puro e certo. Pra você os sorrisos que dou em silêncio e as lágrimas de gratidão. Pra você tudo isso e inclusive, o meu mais clichê e piegas 'eu te amo').
(Pelo som de: Minha Vida - Rita Lee)

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Balance sua Bandeira


Gol de placa, de trivela
No cantinho pra desempatar...
É de letra, de cabeça,
Bicicleta pra comemorar...
A bola vai rolar,
Entre a camisa e o coração
Grito lá do fundo então:
É campeão, é campeão!
E quando ela rola
O mundo pára
Só na torcida, sem respirar,
E quando ela passa pelo goleiro,
O Brasil inteiro vai comemorar!

Oficialmente estamos em estado de êxtase, aquele típico amor à Pátria que nos chega de quatro em quatro anos. É a Copa do Mundo que começou!
Pessimistas e torcedores fiéis fazem suas apostas, coração na mão lá vamos nós, Brasil!
Sou apaixonada por futebol, viciada em Copa do mundo e alucinada por essa coisa tão boa que nos enche os olhos, faz o sangue pulsar, os dedos quererem arrancar cada fio de cabelo em um chute mal dado e a garganta doer de gritar 'Goooooool'.
Tem quem deseje tirar o foco da beleza da Copa, tem que diga que o investimento não compensa, que a África é um país pobre e que todo o dinheiro investido em estádios ajudaria mais de outro modo.
Não discordo.
Mas sou a favor da felicidade mundial. A favor do jogo limpo, do amor que nos une em torno de vinte e dois jogadores e uma bola.
Assistindo ao primeiro jogo hoje meu coração já se alucinou, é bom ver uma África com história trágica unida e bravando, tocando aquelas vuvuzelas. Algo ali me lembrou uma colmeia cheia de abelhas enfurecidas e unidas atrás do bem maior.
O dinheiro poderia ser melhor investido, nós poderíamos nos preocupar mais com as eleições presidenciais do que com a Copa, o mundo devia não se importar tanto. Mas é impossível não torcer, é impossível não vivenciar a emoção daqui, não sentir o quanto é maravilhoso ouvir um estádio lotado gritando gol.
Sim, decore sua rua, vista seu uniforme oficial ou improvisado, balance sua bandeira e fique sem voz ao gritar gol. Reclame do juiz, da catimba argentina, dos impedimentos mal marcados e dos gols perdidos. Tenha taquicardia, deixe as mãos soarem e os olhos lacrimejarem quando o nosso hino tão lindo começar a tocar.
Deixe o futebol fazer parte de você e olhe, deixe que ao menos de quatro em quatro anos, o mundo tenha praticamente um único desejo, que a guerra fique de lado, a política, a violência, tudo que nos faz menos belos e bons. Que a partir de hoje sejamos a nação Canarinho.
Que canta feliz e voa.
Rumo ao hexa, o Brasil inteiro vai comemorar!


Give me freedom, give me fire
Me dê liberdade, me dê fogo
Give me reason, take me higher
Me dê razão, me faça melhor
See the champions take the field now
Veja os campeões no campo agora
You define us, make us feel proud
Você nos define, nos faz sentir orgulhosos
Celebration is surround us
A celebração está ao nosso redor
Every nation all around us
Todas as nações em torno de nós

(Ao som de: Wavin' Flag - K'naan e Skank - simplesmente viciante a canção!!)

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Um Presente Mais que Perfeito


'Inteiramente responsável por aquilo que cativas'


De todos os aniversários, dos vinte e um, certamente esse foi o melhor.
Se fosse preciso empregar um tempo verbal, seria o mais que perfeito. Fora mesmo, de longe, o melhor.
Mas eu prefiro outros tempos, pudesse falaria no presente mesmo, porque para mim foi um presente simples e perfeito.
Há tanto que se agradecer que eu realmente fiquei sem palavras.
Obrigada às pessoas que fizeram acontecer, primeiramente ao Felipe por me conhecer tão bem, por entender meu coração e por fazer acontecer.
Obrigada à Ju que programou tudo, obrigada por ser sempre essa pessoa 'sorriso aberto', por me alegrar e me dizer que sou boba.
Obrigada à Natércia por me mandar tirar as rugas da testa, por me mandar ter juízo, por me ensinar expressões novas, por me fazer rir muito.
Obrigada à Marcella por ser a 'Relações Públicas', por ter mania de fotos, por aparecer poucas vezes, mas estar sempre pronta.
Obrigada ao Júnior por ser um amigo tão exemplar, por ter todo o respeito do mundo e por me dar conselhos bons, ainda que dizendo asneiras periodicamente.
Obrigada à Lucimar por ser essa boneca de porcelana e enfeitar minha vida, por ter tantas palavras doces e esse tom de voz capaz de acalmar tempestades.
Obrigada à Michele por aguentar crises, por me contar casos pessoais que mais se parecem novelas mexicanas, por me deixar sempre por dentro de tudo e por ser tão amiga, sempre.
À Maiana agradeço o companheirismo de sempre, até em momentos de separação. Agradeço por ter sido a melhor dupla para trabalhos e confissões, por ter cuidado de mim e tentado me proteger tantas vezes. Por me emprestar um quarto e me fazer rir muito ouvindo as histórias do Raymundo.
Para Nicole, meu golfinho, gratidão sem fim por tanta coisa vivida, partilhada. Pela companhia sempre, por entender meu silêncio, por me deixar fazer parte de sua vida, compartilhar histórias e por me abraçar sempre. Mesmo!
Valéria, ou Vá, que eu sempre vou preferir, essa pessoa verbo imperativo, obrigada por lições que eu jamais aprenderia sozinha. Obrigada por ensinar sobre o novo, sobre novas chances, e sobre o valor de coisas antigas, mais antigas do que se tem ideia. Obrigada por cada gesto verdadeiro e cada abraço de urso panda cheiroso. Obrigada por indicar filmes e livros, por despertar em mim curiosidade sobre coisas desconhecidas, por ter sido sempre 'My Captain'.
Finalizando, obrigada à queridíssima Carol. É tão clichê empregar superlativos para falar de você, vou tentar mudar um pouco isso. Minha querida Bruxinha, obrigada por ter sido desde aquela primeira aula um instrumento para me mostrar o mundo do qual desejaria fazer parte, obrigada por despertar o que há de Linguísta em mim, por ser um exemplo tão grande, sempre. Obrigada pelas palavras e pelo silêncio, obrigada por ter sempre tempo para mim, por entender o que meus olhos dizem e por ser tudo que você é.
Existem pessoas que fazem tudo valer mais a pena, essas aí são desse time. Gostaria de compartilhá-las com o Universo inteiro, quem sabe assim tudo seria mais belo.
Ainda há agradecimentos ao Lipe, que foi o primeiro a me parabenizar, à Cris, minha fada madrinha de sempre por ter compartilhado comigo o primeiro choro dos vinte e um e à Samy, minha Sandra Bullock linda.
Obrigada aos amigos que pediram por mim e mesmo de longe me desejaram tudo de lindo. Se fosse melhor teria sido mentira.
Gostaria de ter mais palavras para agradecer, mas às vezes torna-se desnecessário dizer muitas coisas. Apenas, sempre, obrigada, mesmo, de coração e de alma, por terem feito dessa data algo inesquecível para mim.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Vinte (Ainda)


Então hoje é enfim o meu último dia dos 'vinte'.
Amanhã quando eu acordar alguma combinação mirabolante dos astros indicará que é novamente oito de junho, e eu terei vinte e um.
Esse foi um ano tão cheio de tudo que já vivi que precisava mesmo falar dele, talvez para me livrar ou para tentar eternizar (essa mesma mania de sempre) algo que foi trágico e belo, quase um livro.
Pode parecer muito estranho, mas quando se faz vinte anos tudo muda. De um dia para o outro mesmo. Você dorme com os ombros leves e a áurea de adolescente e quando acorda está na hora de enxergar a vida como ela é, afinal, você já tem vinte anos.
É preciso arrumar um emprego, ter mais responsabilidade, ser mais maduro e principalmente mais seguro de si, já são vinte anos poxa!
É imprescindível coragem e força nas pernas, olhos brilhantes e ar de mulher fatal, quando é que você vai entender que já é adulto?
Com vinte é assim.
Não há mais espaço para ser criança, para birras e mimos, para fazer bico e bater o pé. Ainda que a gente sempre arrume um jeitinho.
Como eu sou alguém sem medo de ser clichê posso arriscar a frase feita: 'foi o melhor ano da minha vida'.
Se eu ficasse famosa com um poema seria 'Meus Vinte Anos'.
Como me dei mal com vinte! Errei feio, desperdicei chances únicas e perdi pessoas importantes e outras nem tão importantes assim. Chorei e senti dor de tudo, de alma até estômago.
Mas foi com vinte que aprendi a experimentar novas cores de esmalte. Foi com vinte que descobri que é melhor errar fazendo seu próprio caminho do que ir à sombra de alguém em um caminho já pronto.
Caí, levante, me arranhei e entre mortos e feridos, farei vinte e um.
Poderia escrever um livro cheio de filosofias de botequim só sobre meus vinte anos. Sobre como tanta coisa aconteceu quando eu senti a solidão doer tão forte e aprendi a ser minha melhor amiga.
Com vinte o Sucrilhos nasceu, quase um filho mesmo.
Eu mudei de sonhos, vezes demais até, mudei de ares, de gostos e acredito que até de personalidade.
Descobri verdades inconvinientes sobre mim e coisas encantadoras também.
E tentando (só tentanto porque jamais seria capaz de tal feito) resumir duas décadas em uma frase, é, eu fui bem mais feliz do que pensei que seria.
Que venha então um novo ano, uma nova década, um novo tudo.
Porque cada idade é única.
(Tradução da frase da foto: Em vinte anos você estará mais desapontado pelas coisas que você não fez do que pelas que fez)

domingo, 6 de junho de 2010

O gosto do Novo



A calma que esperava ainda não chegou, vai ver foi extraviada dentro de alguma bagagem e agora está em outro lugar, com outra pessoa.
Vai ver ela era uma ilusão banal que já não pode me acompanhar, sinto muito por ela, enfim.
Ainda não encontrei o que eu estava procurando, acho que não vou encontrar nunca, a neve que cai e se derrete na minha língua quente me traz a vida nova, me lembra que o ciclo nunca tem fim.
A busca começa por onde você quiser, foi o que você me disse enquanto me deixava partir sem derramar nenhuma lágrima, juro que não pensei que fosse ser diferente, você sempre soube lidar com minhas escolhas do que eu.
As gotas de chuvas continuam caindo, agora como flocos. Sinto sua falta como sentiria de um jardim na beirada da janela, se um dia tivesse tido tal jardim. Não que eu queira lhe comparar a meras flores, mas você era a minha primeira visão feliz ao amanhecer.
Queria te contar de como estou, do frio doído e feliz que sinto. Queria dizer que meu coração se aquietou e que enfim estou sim, plena.
Querido, não estou.
Mas estou bem, começando a gostar do silêncio que me acompanha como sombra, uma sombra branca ou colorida, dependente do meu humor.
Acostumo-me à solidão como quem vai devorando aos gomos uma mexerica, é possível saber o gosto desde o primeiro momento, mas você nunca sabe quão ácido será o próximo gomo.
Para você não soaria assustador, você sempre soube que eu buscava um não sei quê. Lembrando a frase que uma amiga repetia de uma autora: 'Há sempre algo de ausente que me atormenta'.
Acho que haverá, que buscarei eternamente. Tem coisas que não se encontram em lojas de conveniência, nem aqui, nem em lugar algum desse Planeta.
Queria te mandar um pouco da neve, mas ela vai se derreter, graças a Deus, nada dura para sempre. Espero que sinta o vento frio sair do envelope e que ele não te lembre os meus olhos gélidos dos últimos dias.
Saiba que estou bem, sempre estive. Saiba que você vai comigo, onde quer que esteja.
Dizia Guimarães Rosa que 'a colheita é comum, mas o capinar é sozinho'. Mineiro sabe o que diz, sempre.
Pegue a chuva, beba a água que renova o que há de melhor. Deixe as sementes brotarem e por favor, faça um jardim na sua janela.
Só não espere por mim, não por não valer a pena, mas porque se você esperar pode ser que eu volte antes da hora, antes de aprender tudo que preciso, antes de ser completa.
Veja estrelas cadentes, marque cidades no mapa atrás da porta, receba meus postais e cartas e sorria para desconhecidos, estarei nos olhos deles.
Diga aos outros que a Inglaterra vai além dos Beatles, vai além do Manchester United e além do Príncipe Charles. Ela vai além de mim e de você.
A neve tem um gosto maravilhoso, entretanto há sabores que ainda precisam ser experimentados.
A kiss for you, dear.
Fique bem.

(Citação de Camille Claudel)
(Tema proposto pela edição fotográfica do Bloínquês)
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