sábado, 28 de setembro de 2013

'Love, love, love' - Glee 05x01


*contém spoilers
Glee voltou.
Finalmente, depois de uma temporada inteira sendo uma série estranha para todos os fãs, Glee voltou, o bando de losers que não se importam com que os outros pensam, a treinadora mais odiada e amada do universo de séries, a Rachel Berry que corre atrás do que quer, a Santana que todos nós amamos...
Tanta coisa para falar desse episódio que pra mim já se tornou épico!
Comecemos pela ausência considerável do Cory. No começo da temporada passada não tínhamos Cory também, mas havia de certa forma uma perspectiva de que em algum momento Finn retornaria. Achei vaga a ideia dele não estar lá, para mim a morte dele já deveria ter sido explicada desde esse episódio, como até mesmo Mercedes estava no pedido e Finn não estaria? Até porque o personagem foi bem recorrente no final da temporada, entretanto acho que a ausência dessa explicação (e também do fato de que Ryder permaneceu no clube, mesmo tendo dito no fim da temporada passada que iria embora), não tirou todo o mérito da produção grandiosa do episódio!
Já nas primeiras cenas temos o retorno da personagem que se perdeu em algum lugar no fim da terceira temporada. Rachel, a estrela, a que sabe o que quer, a que corre atrás, a que acredita em si mesma. Que fã de Glee não se lembra da estrelinha dourada colada no primeiro episódio: essa é uma metáfora minha, porque eu sou uma estrela! Se existe alguma coisa capaz de salvar a série da ausência de Finn e Britt, essa coisa é o potencial de Rachel.
Fazia tempos que não assistia um episódio com canções tão bem escolhidas, como não babar na performance perfeita de Santana e Rachel na lanchonete. Apenas morri de inveja de todas as pessoas que podem comer batata frita ali.
Sobre casais não há muito o que dizer, mais uma vez Klaine domina a cena e eu realmente acho um saco os dois, não é preconceito, mesmo, meu casal favorito sempre foi Faberry e esse sequer existiu de fato um dia, é só que cansa. Outra vez escadaria da escola e música. Outra vez calça colorida, gravata borboleta e óculos. Repetitivo.
Artie e Kitty por outro lado surpreendeu até aos mais desacreditados, não é que a mocreia teve jeito? Digam o que disserem, achei fofo. A fala dela sobre o medo que ela sentia, foi sincera, pareceu nobre e real.
Tina também arrasou e se Bree (a nova mocreia) não se cuidar perderá o posto de bitch facilmente. Tina sendo má é maravilhosa e acho que a personagem tem potencial de sobra pra vilanice. Pense uma associação de Tina à Sue. Fadada ao sucesso.
O pedido de casamento foi legal, não curti a ideia de casar jovens porque né, se fosse pra casar saindo da escola por que então o casamento Finchel não rolou? Haters que me queimem mas achei muito mais legal 'We Found Love', para mim nenhum pedido supera aquele.
A audiência americana parece não ter botado fé no episódio, foi o terceiro menos visto, só que acredito realmente que a renovação da série vai angariar mais fãs. O núcleo de Nova York tem muito a crescer com Santana por lá, se for explorado da forma certa, ainda temos que lembrar que vem aí personagem nova e interesse amoroso para a latina. E teremos o tributo ao Cory, aquele episódio em que todos morrerão de chorar e tudo mais.
Palmas para o profissionalismo de todos da equipe, o show sempre tem que continuar.
E eu aposto como dessa vez, vai continuar rumo ao ápice.



Para ver a performance mais legal do episódio dê um pulo aqui.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Prateleira Neurótica: Tamanho 42 não é Gorda


"Vou me apaixonar por algum outro cara assim que der. Juro.
Mas enquanto isso, qual o problema de eu aproveitar a companhia dele?"

(página 73)


Heather Wells já teve tudo que uma garota poderia querer: foi uma cantora pop de sucesso ainda na adolescência, tinha o namorado dos sonhos e um futuro brilhante como os milhares de discos que pretendia vender.
Aos 28 anos e já um pouco distante da adolescência, a versão adulta de Heather trabalha em um alojamento estudantil procurando meios de conseguir através do emprego uma bolsa na Universidade de Nova York, uma vez que ser apenas uma ex-cantora pop não faz mais parte dos seus planos.
Cooper. Cooper sim faz parte dos seus planos, ele é o detetive mais particular da Big Apple e além de tudo tem o coração mais formidável do Planeta, permitindo que ela more emprestado no apartamento de cima. Sim, Cooper também é o irmão do ex-noivo/cafageste/lindo de morrer/cantor de sucesso que arrasou com o coração de Heather, mas quem se importa?
Apesar de ter sido traída por Jordan, ter perdido todo o dinheiro sendo roubada pela própria mãe que fugiu com seu empresário e ter chegado ao tamanho 42, Heather gosta do seu novo trabalho. Gosta da paz que existe no Conjunto Fischer, do seu cargo de diretora assistente, de alguns colegas de trabalho, aqueles que não ficam dizendo que ela tem problemas psicológicos e que deveria tratar seus traumas.
Meg Cabot tem um jeito leve de narrar as aventuras de suas heroínas, conheci essa leveza através de Mia Thermopolis na série O Diário da Princesa, mas com Heather me surpreendi, a personagem traz um humor possível, além do suspense que recai sobre seu alojamento após a morte misteriosa de duas meninas.
Tamanho 42 traz comédia, paixão, aventura e a pitada certa da loucura nossa de cada dia, certamente você vai se envolver com o raciocínio criminal quase beirando a genialidade de Heather e ao mesmo tempo gargalhar de suas inseguranças emocionais e sua imaginação mega fértil para fantasias de cunho altamente físico.


Dados técnicos:
Autora: Meg Cabot
Editora: Galera Record
Número de páginas: 411

Dados Essenciais:
Avaliação pessoal: 4 estrelas (fácil de ser lido, enredo que se desenvolve bem e personagens bons!)
Melhor personagem: Heather Wells
Personagem mais chato: Jordan Cartwright
Preste atenção em: Cada capítulo começa com uma canção de Heather.
Citação favorita: "Esta é a parte mais legal de se ter um cachorro. O bicho sempre fica feliz quando vê a gente. Além do mais, sabe como é, também faz bem para a saúde. A pressão sanguínea cai quando se acaricia um cachorro. Ou até um gato. É um fato documentado. Eu li na revista People." (Página 70)

Se virasse filme o elenco dos sonhos seria:
Heather - Renée Zelweger
Cooper - Jude Law
Rachel - Anne Hathaway
Sarah - Reese Witherspoon
Christian - Tom Welling
Sra. Allington - Lauren Graham
Sr. Allington - Steve Martin

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Cor de primavera atemporal


Now it all seems so clear
There's nothing left to fear
So we made our way
By finding what was real

Era setembro outra vez, a voz infantil no banco de trás anunciava, não era aquele mês que viria a primavera?
E dentro dela que procurava constelações com o carro em movimento algo se fechou, encontro de duas mãos saudosas que se acham, fechamento assim, gostoso de se ver, melhor ainda de sentir.
Outra vez setembro, outra vez estrada, outra vez escuro, outra vez outra vez. Dessas coincidências que só se dá conta ao viver, mesmo dia, mesmo instante e um ano depois ela não queria mais que os meses corressem pra que chegasse logo alguma coisa. Um ano depois e já não havia espera da chance de estar perto, estar perto tomara rumos tão distintos, tão mais amplos e diversos e além do que ela poderia ter cogitado voltando para casa com a luz da lua cheia inundando tudo de lembranças naquele passado recente.
Onde estava aquela sensação que viera depois de pisar outra vez no chão trezentos e sessenta e seis dias atrás, aquele nó na garganta de que deixara um pedaço de si e agora como proceder?
Respirando fundo foi-se inundando da plenitude de se saber exatamente onde lhe cabe. Aquilo que tantas vezes nos últimos meses ela tentara se convencer, agora vinha assim, vozes dentro do carro e a verdade na cara, era alguma coisa toda especial dentro dela indicando que ela poderia estar em qualquer planeta do sistema solar que nada afetaria aquilo, não era causado por alguém nem por um lugar, era nascido dentro dela. Bem dentro. Olha que lindo!
Será que dias tinham mesmo esse poder de transformar tudo dentro da gente ou fora as batatas do Burger King que alteraram de vez o pensamento e mostrou o que já era meio evidente? Será que depois de um ano ela estava enfim voltando?
Um sorriso foi brotando porque ela não queria mais estar em outro setembro, em outro janeiro ou qualquer outra estação. Não havia mês passado que valesse a volta. Não havia cidade, fosse gigante ou minúscula, que a abrigasse mais. Não havia sorriso, por mais sincero que fosse, que a fizesse querer estar em outro lugar, em outra órbita, em outra estrada.
Aquele caminho era dela, estava indo para casa mas estivesse indo para a Lua sentiria o mesmo porque achara a rota que ia por si mesma, coisa mais bonita gente. 
Era isso então? Era isso de querer estar em algum lugar por querer e pronto? Pensou em Peter Pan que não sabia o que era ter um lar, penso na Doroth que desejava mais que tudo voltar ao seu, lembrou do Pequeno Príncipe que tinha um asteroide e uma rosa e perdeu todo o tempo na Terra preocupado com baobás anos luz distantes.
Seu lar estava seguro, quente e pulsante ali dentro, o lar que ela carregaria pra onde pisasse e que era ela.
Deu tempo de sentir uma saudade gostosa de carinhos de setembros passados e depois ela gargalhou e até enxergou uma estrelinha cadente metida a faceira que brilhava mesmo em movimento.
Só que dessa vez não pediu nada. Não pra si. Não pra outro alguém. Não pra nada.
Carecia pedir não, a gente tem exatamente tudo na medida que precisa pra aprender a ser gente, pra aprender a ser feliz, pra aprender a não querer mais.
Sou capaz de dizer que esse ano até a primavera virá mais colorida, tudo é cor quando a gente nota que voltou pra casa que é o próprio peito.


Ao som de September, Daughtry.

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