sábado, 31 de julho de 2010

Amizade Colorida


Eram amigos de infância, filhos de amigos de infância também.
Mas teimavam:
- Eu gosto de vermelho - por ela o mundo seria mesmo rubro, combinava com as bochechas queimantes.
- É feio, azul é mais bonito.
Ele retrucava, olhando e apontando o céu.
E ela ficou olhando para aquele céu todo lindo e pensando que seus filhos podiam gostar de roxo.
Pra ela, ele não era só mais um amiguinho.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Que assim seja!


"... como se tivesse retomado a um anterior estado de pureza depois de muitas marcas."

Que eu nunca desista de acreditar. Que o Sol queime e que mesmo com preguiça, eu deseje ir além.
Que quando a chuva cair, seja vagarosa ou tempestuosa, eu deseje estar no meio dela, desmanchando e renascendo como as nuvens.
Que o vento seja leve pra mover os pensamentos e os moinhos da imaginação, mas que quando não for ele leve a insegurança e tudo o mais que não me couber.
Que hajam amigos de todos os tipos, dos quietos aos ciumentos. Que sejam meu porto seguro, meu ombro, minha âncora. Que sejam leves e cantem comigo desafinadamente, que me visitem e que mesmo de longe, me façam tanto bem.
Que o amor jamais acabe porque sem ele não há pra quê viver.
Que os sonhos sejam sonhos por muito tempo, porque às vezes é tão melhor sonhar que realizar.
Que a realização quando chegar traga estampada na testa novos rumos, porque viver parado é para pedra.
Que eu jamais me deixe levar por vozes vazias e que se isso acontecer, eu possa sempre ouvir a voz daquEle que age por mim.
E que se eu não conseguir ser feliz, que ao menos eu não me permita ser triste.


Citação entre aspas: Caio Fernando Abreu.

sábado, 24 de julho de 2010

Jéssica


Cheia de graça e de riquezas, bem-aventurada, aquela que é abençoada pelo Senhor. É do hebraico sua força, seu nome.
A alegria nasceu com ela, mas não sendo egoísta ela a transporta para todos através de sorrisos tímidos ou de gargalhadas deliciosas, ela sabe fazer feliz.
Ela tem olhos vagantes que brincam como crianças em férias, olhos que procuram incansavelmente por novidades que os encantem por segundos, para novamente vagar. Olhos que não temem lacrimejar quando o coração quer parar de bater por doer de amar demais, coisa que faz muito bem.
Sua alma leve vai feito pluma que acaba de se desprender voando e descobrindo mundos novos, parando aqui ou ali para apreciar o sabor que o vento traz.
Ela encanta por seu sorriso sincero e aberto, por ir mesmo sem medo, coisa típica de quem é amante do perigo. Pinta o mundo de laranja, distribui abraços voluntários e acaricia sem pensar em arrependimento. Sorri e proporciona àqueles que a amam uma total paz de espírito.
Sonha e de olhos abertos conta histórias divertidas, prazeres e desventuras, amores e amores, porque desconhece o contrário de amar.
Encara e teima, faz valer sua vontade com uma súplica de olhos e cílios. Dança com a tempestade por prazer brinca com o fogo. Mesmo sendo valente e sabendo se defender sozinha, acha maravilhoso poder ser defendida.
Jéssica decifra e se deixa decifrar, decora leis e voluntariamente as quebra, vez por outra.
Ela sabe que o importante não é só saber regras, é saber o momento certo de infligir para ser feliz, sempre feliz, do jeito que só ela sabe ser.


Já conheci algumas Jéssicas na minha vida, já até tive uma gatinha com esse nome, e por mais incrível que possa parecer, quase todas tinham características comuns. Esse texto é um presente para uma nova 'amiga de infância' e também uma forma de agradecer à Jéssica Pereira, do blog 'Surtos Mode On' pelo layout novo. A foto é da Jéssica Leal Eller (a amiga mais feliz que eu conheço) editada pela Julia Guerreiro.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Carolina


Ela tem um jeito esnobe, típico de escorpião, aparenta força nos punhos e anda sempre na contra-mão. Na bolsa leva os sonhos, nos olhos o medo disfarçado por brilho dourado. Seu mundo nunca foi cor de rosa, ilusões vieram e partiram enquanto ela aprendia a ser capaz de falhar e acertar. A solidão não é sua companhia mas jamais a abandona. Não mente pra agradar, silencia e faz o olhar reinar. Alguns dizem que ela é infeliz com seu jeito, ela não pede comentários. Amigos sabem que ali habita um algo insano, felicitam-se por terem algo a compartilhar com ela.
Com frequência ela cala, porque precisa que as palavras recuperem o seu verdadeiro sentido. Com prudência ela ensaia momentos de loucura, permitindo-se ir além de tudo que jamais fora.
Ela chora e sangra, acaricia e às vezes faz sofrer.
O que ela busca não é somente o que pensam ser.
O que ela busca é bem mais.
Fugir sempre do clichê.


(Obrigada aos novos seguidores e aos de sempre! Obrigada aos amigos que comentam, aos desconhecidos, aos que fazem meu coração bater melhor e meu sorriso crescer.)

Estou começando uma nova 'tag' hoje, sobre personagens femininas. São descrições, algumas inspiradas em pessoas reais, outras pura imaginação. Essa é a Carolina, trouxe algumas coisas de uma amiga muito especial e outras de personagens burguesas de filmes antigos.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Eu estarei lá por Vocês

I'll be there for you
Eu estarei lá por você
When the rain starts to fall
Quando a chuva começar a cair
I'll be there for you
Eu estarei lá por você
Like I've been there before
Como eu já estive antes
I'll be there for you
Eu estarei lá por você
'Cause you're there for me too
Porque você estará lá por mim também

Coisa mais gostosa que ter amigo não existe! Ter um amigo é um presente de Deus pra vida ser menos amarga, só pode.
Ter aquele tipo de pessoa que faz as coisas valerem mais a pena, ainda que seja uma tarde de chuva e conversa jogada fora. O tipo que você vê todos os dias e ainda assim não se cansa ou o tipo que vê uma vez por ano mas não consegue esquecer, não importa. Amigos são amigos, sempre.
Hoje, sendo o dia internacional da Amizade era preciso que eu viesse aqui falar dos meus amigos, aqueles poucos e bons, mas eu não consigo achar palavras para eles e só isso já é clichê suficiente.
Fico com o coração apertado ao me lembrar de quanta gente já passou por mim e de como algumas realmente ficaram, obrigada, obrigada e obrigada se você faz parte desse time.
Foi com meus amigos que aprendi a ser gente, aprendi a perdoar e aprendi também a errar. A pular muro, a fazer queda de braço, a soletrar.
Foi com eles que passei noites em claro contando histórias, quando eu ainda nem sabia como fazer isso direito.
Me viciei em FRIENDS, aprendi a comer batata frita de saquinho, descobri a paixão por Engenheiros do Hawaii, desenvolvi habilidades criminosas no banco imobiliário, cresci e sobrevivi a todas as quedas por conta dos amigos que Deus colocou na minha vida.
E se hoje eu sou feliz, se acho graça do Sol nascendo e se pondo é porque ano passado, quando estive péssima, encontrei novamente forças pra recomeçar através de novas amizades.
Tem coisa melhor que amigo?
Não, não tem mesmo. Porque todo amor é uma forma de amizade, porque hoje deveria ser o dia mais importante do ano, o dia para se abraçar, ainda que mentalmente, aqueles que fazem valer o significado de laços.
Obrigada a cada amigo e amiga que faz a vida tão melhor.

No one could ever know me, no one could ever see me
Ninguém poderia me conhecer, ninguém poderia me ver
Seems you're the only one who knows what it's like to be me
Parece que você é o único que sabe como eu sou
Someone to face the day with, make it through all the rest with
Alguém para encarar o dia comigo, vencer todo o resto comigo
Someone I'll always laugh with
Alguém com quem eu vou sempre rir
Even at my worst, I'm best with you
Até no meu pior, eu sou melhor com você.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Quase Amor de Cinema


Love can touch us one time
O amor pode nos tocar uma vez
And last for a lifetime
E durar por toda a vida
And never let go till we're one
E nunca ir embora até nós partimos

Do fundo da caixa de fotografias caiu o recorte de jornal, Jack e Rose expressando amor pelos olhos em uma das últimas cenas me fizeram retornar doze anos.
Era janeiro de 1998 e os meus planos de universitária incluíam um casamento ainda naquele ano. Eu tinha um noivo apaixonado, bonito e inteligente, que logo se formasse estaria me levando pro altar. Tínhamos mil planos em comum e um gosto diverso no que dizia respeito à filmes.
Foi assim, numa tarde de sábado que fui sozinha assistir ao tão comentado Titanic. Cinema lotado, eu uma adolescente em fase de transição para a vida adulta com um príncipe encantado esperando em casa e o coração ansiando por viver aventuras.
Ele não se sentou do meu lado, mas estava na mesma fileira, às vezes o meu peito ardia e eu precisava parar de olhar aquele casal na tela, então notava os seus olhos em mim.
Terminado o filme eu precisava de mais. Esperei a próxima sessão, comprei meu bilhete e fui até a sala, ainda vazia.
Era como se tivesse perdido um pedaço de mim, como se o amor do filme fosse mesmo tão real, capaz de transformar. Chorava de vontade de viver algo assim, de ter um amor impossível que lutasse por tudo.
A sala lotou e mais uma vez ele estava lá, mais perto de mim, sorrindo agora.
Alguma coisa insistia em dizer que era um sinal, eu que pedira um amor de sonho, um amor que fugisse ao que me esperava do lado de fora.
Novamente o convés, o brilho nos olhos, o desenho dela nua. Outra vez o iceberg, o desespero, o capitão morrendo com seu navio. Quando enfim Rose atira o 'Coração do Oceano' ao mar meu coração dizia que seria atirado da mesma forma, se eu não fizesse nada. Saí da sala e esperei por ele, não sabia o seu nome, não sabia o que estava fazendo nem o que me levara a tamanha loucura. Mas ao vê-lo meus olhos sorriam e eu o beijei.
Foi um beijo tão rápido, tão inesperado até mesmo para mim.
Ao fim ele sorriu e eu cheguei por poucos segundos a imaginar o que teria sido de mim dali para frente, só que eu era apenas uma maluca apaixonada pelo 'amor' depois de ver um filme. E ele se foi.
Em casa o mundo real me esperava, com seus amores possíveis, revirei todos os jornais até encontrar uma fotografia que pudesse me trazer pra sempre aquele momento, aquele sonho, aquele amor que naufragou mas que poderia ter sido lindo.

Ao som de: My Heart Will Go On - Celine Dion (retirada do fundo do baú musical!)
Texto para a Edição Visual do Bloínquês

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Feliz Tempo Livre


Vento ventania me leve pra onde a nasce a chuva
Pra lá de onde o vento faz a curva
Me deixe cavalgar nos seus desatinos
Nas revoadas, redemoinhos
Vento ventania
Me leve sem destino!

Você está de férias. Não teime, não pestaneje, não pense que não. Por favor não insista em trabalhar, não insista em programar mil coisas, em passar noites em claro.
Feche os livros de estudo, abra a janela e deixe o Sol entrar e colorir um pouco o desbotado do seu olhar. Deixe que a luz invada a alma, que a claridade faça sua cabeça doer. Deixe de lado essa pessoa organizada, por favor!
Vista seu velho jeans e sorria, sorria e dê muitas gargalhadas. O tempo vai passar de qualquer jeito, você aproveitando ou não.
Não pense no que será daqui há alguns dias, meses. Não pense em como estará, em quem estará ao seu lado.
Permita-se sair um pouco do modelo pré-fabricado que almeja sempre as coisas certas, deixe que tudo se acumule um pouco, não vai morrer por isso.
Viaje sem planejar, pegue um filme estranho, baixe um cd de uma banda nova e tome um sorvete colorido.
Ligue pro amor, faça uma declaração boba em guardanapo, eternize alguma coisa.
E sobreviva do melhor modo possível.
Logo logo o caos retorna, a vida volta ao normal. Logo as férias terão ido embora e você nem vai ter visitado o blog dos amigos, tão comprometida estava com algo que não percebeu que o tempo passou, do mesmo jeito.

Ao som de: Vento Ventania - Biquíni Cavadão

É, estou de férias, fazendo muitos planos e descumprindo outros tantos. Mas estou aproveitando! É o que vale. Sempre!

terça-feira, 13 de julho de 2010

Terra pra Cobrir o buraco do Peito


O tempo é que via passar
A gente só vai rodar
Na mesma ilusão
De recomeçar

Ela saiu do carro e prestou bastante atenção na casa velha de paredes descascadas. Pareceu tudo tão clichê daquele ângulo que ela se obrigou a ir até o quintal, se lembrar da piscina de plástico que ficava bem perto da árvore pra onde ela fugira um dia, a árvore do primeiro beijo e de tronco forte onde se batia o pique-esconde.
Era tudo tão pequeno e desbotado depois de anos que ela não se importou com a pieguice da situação e se permitiu sentar nas tábuas velhas da varandinha dos fundos e ficar imaginando se dali a alguns anos ela olharia pra trás e veria que seus problemas, assim como as lembranças da infância, eram bem menores do que imaginava.
Ia fechar os olhos mas pensou em como a cena pareceria ridícula para qualquer espectador, correu então os olhos perdidos até o muro tantas vezes rabiscado e quis do fundo da alma ter levado bem mais tempo pra se livrar de tudo aquilo.
Lá daquele lugar de onde brotam as coisas puras saiu uma lágrima que ela ainda tentou prender, mas era só a nostalgia, pensou. Estragando o esmalte perfeito das unhas cavou um pouco da terra que tantas vezes beijara com os pés descalços, e guardou num vidrinho de tamanho não confiável, como os sonhos, que se parecem pequenos quando são sonhados, mas se realizados, são grandiosos.
Apertou firme com as mãos unidas e depois de dar mais uma olhadela pra árvore que já tivera uma casa desajeitada em seus galhos, entendeu que era preciso ir embora.
Enfim.


Ao som de: Ter que Esperar - Chicas

(Um Feliz dia do Rock pra todos que gostam do estilo musical, até pra quem não conhece e acha que o que se faz hoje em dia por algumas bandinhas de adolescente é rock)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Feita de matéria invisível que só os inteligentes conseguem ver


What do I have to do
O que eu tenho que fazer
To try to make you see
Pra tentar fazer você ver
That this is who I am
Que isso é tudo que eu sou
And it's all that I can be?
E tudo que eu posso ser?


Oi.
É, eu ainda estou aqui, ainda estou com tanta coisa presa na garganta e você às vezes não tem a decência de perguntar como foi o meu dia.
Eu sei que ligo o som alto e que parece que quero me perder no meu mundo, mas peça que eu fique, tente me ajudar, pergunte pelo que sobra de mim em cada solavanco que o motor da vida vai dando.
Você não estará se metendo, juro.
Não tô mendigando atenção, se não quiser me enxergar, me deixa, sobrevivo.
Mas se vier, que venha com reciprocidade. Que me encha dos seus problemas, da política global, do fracasso da Copa, da insanidade sentimental e que me permita ao menos dizer qualquer coisa.
Não reclame do meu silêncio quando você não me permitir outra coisa.
Sim, eu tenho vocação pra psicologia, mas não exagera.
Quero conversas leves que tragam pássaros coloridos, não pinguins em fase de hibernação forçada.
Quero um descanso do caos aleatório, quero a sua companhia tão saborosa de outras épocas.
Quero só ficar sozinha se for preciso, mas tentar solucionar problemas, nem que eles sejam como os do meu herói favorito, Dom Quixote, apenas imaginários.

(...)

Parece uma indireta romântica, mas algumas pessoas entenderam errado o texto anterior, era fictício. Não tenho problemas de relacionamento, não desse tipo. Pelo contrário, às vezes é como se o tempo todo na minha mente tocasse aquela canção batida do Engenheiros: 'tenho muitos amigos, cartões de crédito e um imenso disco rígido, mas quando eu mais preciso, eu só tenho você'. No meio de tanta bagunça é ele quem me abraça e faz meu mundo girar mais devagar, quem faz parecer que tudo vai dar certo, ainda que de modo irritante. No entanto, só de vez em quando, eu queria mais compreensão de outras partes também. Só isso.

(Ao som de: Good Enough - Lifehouse)


P.S.: Eu voltei ao blog da Cínthya Verri (ela tem o mesmo sobrenome do Dunga!) hoje, com meu péssimo humor de chuva e ela novamente me arrancou gargalhadas, impossível não fazer mais uma propaganda então. Obrigada, ainda que involuntariamente, por me fazer rir facilmente.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Eu não Entendo


Por que você não disse que viria?
Logo agora que eu tinha
Me curado das feridas
Que você abriu quando se foi...
Por que chegou sem avisar?
Eu queria tempo pra me preparar
Com a roupa limpa, a casa em ordem
E um sorriso falso pra enganar

Sabe, eu tentei não escrever, tentei lutar contra a vontade de dizer 'não' com o sorriso que ensaiei tantas vezes quando você se foi da primeira vez.
Eu tentei olhar pra você com os mesmos olhos, tentei ir contra a vontade de brigar novamente, tentei aceitar suas desculpas com o coração na mão e com o mundo nas costas.
Eu não fui egoísta, eu senti doer sozinha, chorei enquanto você seguia o seu caminho e quando comecei a superar você, talvez num rompante de lucidez, quis voltar.
Eu vi o quanto pareceu louco para os olhos alheios, eu aguentei o fato de todos se virarem contra mim ao aceitar você de volta, mas quer saber, cansei de viver um não-amor.
Cansei de ser a boba que aceita tudo, nunca quis te fazer sofrer, embora eu saiba do fundo da minha alma o quanto você merece, eu nunca quis te causar dor, embora eu saiba que doa. Mas eu não posso mais ter que te fazer feliz, afinal, você mesmo me fez triste tantas vezes.
Não é um jogo de vingança, você sabe que eu tentei, sabe o quanto eu quis que desse certo, mas se eu olho pra você eu me lembro do que fomos e do que você jogou fora.
Se eu vejo você indo embora eu já não sinto sua falta, acho que me acostumei a te ver pelas costas.
Acho que no fundo estavam todos certos, tem amor que não sabe ficar perto de quem ele ama. A gente não dá certo mais, foi tudo tão lindo, tão precioso pra ter sido jogado no esgoto.
Agora não venha me culpar por não querer mais, não me peça por favor, não diga que me quer ou que podemos fazer dar certo. Já deu certo suficiente. Já foi bom enquanto durou, já acabou.
Sempre quis um príncipe, achei que você fosse meu amor.
Só que agora, desculpe o modo de dizer, não quero mais nada, não quero tentar, não quero pensar se pode ou não dar certo, não quero correr o risco de ver novamente tudo jogado ao vento.
É a minha vez de fechar a porta.
Sinto muito, nem tanto por você, mas pelo que foi feito do nosso amor. Sinto porque não quero mais tentar entender esse seu coração tão confuso.

Eu não entendo a sua volta
Não entendo a sua indecisão
Num dia sou seu grande amor
No outro dia não.

Ao som de: Eu não entendo - Nenhum de Nós

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Sonhos de Verão fora de Época

'Não dá pra controlar o tempo
Vou deixar passar
Melhor viver cada momento
Sem me preocupar'

Não era verão, não era domingo, mas era amor. Não um amor romântico, talvez um amor carnal por um ou outro, mas no geral era a vontade de eternizar os últimos momentos juntos, amigos antigos e o que de melhor na vida dela tinha existido até aquele momento.
Era quase vestibular, o mundo nas costas e o medo preso nos olhos.
Mas não naquela semana, as férias eram de inverno, mas a praia era sempre a melhor opção para esquecer os dramas. O sol branco da estação brilhava e as ondas não faziam caso dos jovens sentados cantando canções de outra estação.
Porque na alma era Verão, era Primavera, era qualquer tempo em que se pudesse ser feliz, sem mais nada.
Em alguns meses estariam separados pela vida adulta, com responsabilidades sérias, tornando-se futuros profissionais.
Hoje eram apenas meninos e meninas com o coração do tamanho de uma kombi, querendo abraçar o mundo e morrer de amor.
Ela olhou para o mar mais uma vez, para os dois amigos a cantar, para o horizonte tão imenso e pediu Maria Gadu, Shimbalaiê, pra rimar com a vontade de ser capitã do mundo que tinha dentro do peito, de rodar sem fronteiras...


Ao som de: Sem me preocupar - Tomaz Sussekind

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