Ana Terra não era a mais experiente no quesito Amor, então quando a professora de Literatura questionou com entusiasmo o poema ultra sentimental da segunda geração romântica ela fisgou os olhos no quadro, mordiscou o lábio e deu de ombros, aquele gesto tão seu:
- Ah professora, para mim o Amor é só ele, deixo ele meio em paz.
Não satisfeita a professora insistiu em uma definição mais objetiva da menina, que impertinente não poupou sinceridade na fala:
- Bem, é que o Amor é como uma coisa estragada que a gente não consegue jogar fora. É isso.
Atônita, a mulher desistiu de arrancar alguma coisa poética daquela criatura já tão prática, tão ciente dos acontecimentos reais da vida, virou-se para o quadro e suspirou.
Vai ver que lá no fundo, onde a gente guarda as coisas em segredo, fosse um pouco assim mesmo.
Algo lindo trazido da infância que te traz as melhores lembranças e que de vez em quando você precisa apertar bem próximo ao peito pra sentir o coração bater mais forte. Que faz com que você se sinta segura por saber que está lá apenas, bem guardado, tão seu.
Ou não.
Gosto da Ana Terra, das fases dela, fora do tempo cronológico. Hora menina, depois mulher. Questionável por vezes, depois "questionante". Pratica ou pensativa, e todas aquelas variações. Que Ana Terra defina mais coisas. Beijo
ResponderExcluirSabe no fundo eu concordo com ela. Por mais que busque a poesia.
ResponderExcluirBeijos.
Coisa estragada que não conseguimos jogar fora... Adorei a definição, apesar do prisma meio negativista. Do mesmo jeito que o amor machuca, também alegra e traz vida. Eu definiria como irônicamente essencial! ;)
ResponderExcluirTay,
ResponderExcluirlindo lindo lindo! quem sabe um dia essa menina-mulher ai consiga ver a vida de forma mais poetica e menos exata e concreta! acredito nisso! ou não.
vc escreve né! lindamente!
bjos
carol