sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Do concreto abstraído em puro tudo


"Com a força da palavra muito
Com a força da palavra tudo
Com a força da palavra urbano
Com a força da palavra humano"

De pequena que sempre fui estranhamente me fascinou o primeiro olhar sobre a imensidão de mundos que existem em São Paulo. A capital de todas as cores, de asiáticos, muçulmanos, budistas, prédios e parques. A cidade que não dorme e que respira ar puro extraído de todo o concreto que não apaga o verde que habita.
Cinco minutos de São Paulo e você se apaixona. Abre os olhos e o céu é tão azul driblando a insistência da garoa e da fama de cidade cinzenta, dois passos e o trânsito te assusta e o metrô está lotado e é tanta gente e tanta história para ser contada, tanta vida esperando atrás de cada esquina, tanta cultura esbarrando em muros, praças, museus, gente.
Canta Criolo que não existe amor em São Paulo, mas naquela incoerência que alguns conceitos conseguem ter, São paradoxo Paulo, tão cheia de urbanidade e tão interiorana em seus bairros, em suas famílias tradicionais, em seu respeito que insiste em ir em frente mesmo na multidão que atropela em busca de um lugar, mesmo quando não respeitam a prioridade do assento para idosos. A cara de um Brasil que é tão tudo que não sabe mais ser só verde e amarelo e azul. Um país de cabelo roxo, olhos puxados, fala arranhada, música eclética, um país que não é o do carnaval, é o do múltiplo olhar.
Pero Vaz de Caminha que insistia que nesse Brasil em se plantando tudo dá merecia ter visitado esse bosque de nascer toda semente desse solo tão coberto de asfalto e tão propício para o nascimento do que se desejar regar com toda a garoa.
Em São Paulo se pintando tudo é cor, se tocando tudo é canção, se amando tudo é amor.
E não venha me lembrar do trânsito, do caos, do excesso de população, deixe que eu insista que há tempo para ser o melhor lugar do mundo lá fora se for o melhor lugar do mundo aqui dentro.
São milhares de cidades de vidas de cores de times de vozes em quatrocentos e cinquenta e nove anos. Parabéns cidade mais universal desse Planeta tão variável. Parabéns casa de todo  coração que souber procurar apenas um motivo que seja para transformar o cinza em um tom a mais na aquarela, o concreto em uma forma abstrata de amar solidificando.
Parabéns São Paulo do meu coração mineiro cativo por sua pluralidade de mosaico que está ainda começando a ser construído.

(Ao som de: São Paulo - SP - Fernanda Abreu)

2 comentários:

  1. Maravilhoso. Você vê a São Paulo que poucos param pra prestar atenção. Suas palavras só aumentam ainda mais o meu desejo de conhecer essa cidade tão plural. Texto excelente, mesmo. Me encantou.

    www.eraoutravezamor.blogspot.com

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  2. Apesar de não conhecer ainda SP, pelo o que eu vejo e falam, dizem que é um ótimo lugar cheio de oportunidades para todos, porém tem muita fumaça é muito cinzento... Enfim, só poderei afirmar e ver com os meus próprios olhos quando for conhecer. Beijos

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Lembre-se que você me faz feliz. Críticas serão sempre aceitas, desde que você use de um mínimo de educação. Eu jamais ofendo ninguém, tente prezar a reciprocidade.
Beijos!

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