segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Apodrecido por amor


Fazia o tipo sério, daqueles que escolhiam amores a dedo.
O problema era que apesar das unhas bem feitas, ela tinha o dedo podre. De infância diagnosticado, ainda que o pai lhe aparecesse com bons pretendentes, os dedos se moviam e apontavam aleatoriamente.
Coração ia querendo um ou outro vagabundo e na dança do malandro entrava já de olhos fechados, suspirando.
Ah, o amor...
Tão banal!
E o pobre coitado do colega de trabalho que mandava flores, ia a missa, pagava o cinema e emprestava o ombro nunca ia ter chances se continuasse assim...
Inventou uma amante, apareceu de barba por fazer, perfume vencido, cheiro de vodka barata soprando na nuca. E a mulher nem charme fez, comentou qualquer coisa da mudança e lançou-se alvoraçando os cabelos...
Nem chegou a saber que ele passara de fato a noite em claro com uma dama, aprendendo a ser o homem ideal: fora visitar a mãe, abandonada pelo pai há anos.
Tornara-se phd em vagabundagem, daqueles dignos dos dedos mais apodrecidos.
Coração em flor, pintado de brejo.


(Achei a imagem no blog: O Amor é uma Falácia, excelente por sinal!)


6 comentários:

  1. Adorei Thay! Ficou muito bacana, o pior é que é tão verdade.

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  2. Dedo podre é um problema... Mas é um problema daqueles que não se faz muita força pra curar. Cafas tem seu encanto e dá pra perceber de longe que são cafas.Acho que é questão de escolha consciente mesmo, não sei...

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  3. Nossa. Concordo bastante com o texto e a imagem.
    É triste isso. E é verdade.

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  4. SUPER VERDADE! quanto te acho online heim?

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  5. seguindo o blog. :)

    Acho essa imagem e o que acontece nela 'quase' muito verdadeira :/ infelizmente é assim.
    E o texto então ? lindo.
    Mas realmente, pisa que ele gruda, gruda que ele pisa, rs.
    As mulheres tem esse atrativo por homens cafagestes, mas quem manda no coração ? :(

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Lembre-se que você me faz feliz. Críticas serão sempre aceitas, desde que você use de um mínimo de educação. Eu jamais ofendo ninguém, tente prezar a reciprocidade.
Beijos!

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