sábado, 19 de novembro de 2011
Das cores dos sonhos
Ana Terra era criança ainda quando desenhou o mundo. Seus sonhos eram aqueles, toda a cor que vinha na caixa de giz de cera enfeitava a paisagem.
Quando cresceu e foi ter com a realidade aquela conversa chata sobre a vida o que tinha de menina falou mais alto e ela se pegou chorando, chorando como se chora quando se tem sete anos. Tentando fugir da água do chuveiro que bate no machucado e faz arder.
Não, ela não tinha sonhos multicoloridos. O problema não era a cor dos sonhos, ela tinha problema de visão e sabia que elas jamais atingiriam o tom da sua imaginação.
O problema era que de repente parecia para a pequena Ana que os sonhos não eram feitos para o tamanho dela. Eram os sonhos de outros.
Eram outros sonhos.
E ela sentia tanta falta de quando ainda era criança suficiente para caber dentro daquele mundo colorido e lindo. Agora era grande e suas pontas furavam balões. Era angulosa.
Era cheia de arestas cortantes.
Queria os sonhos de volta.
Queria a menina que sonhava, mesmo fugindo da água do chuveiro pra não arder o arranhão.
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Que texto lindo Tay.... Também me sinto assim como a Ana! "Queria os sonhos de volta"... bjim :D
ResponderExcluirÉ sim ;)
ResponderExcluirLogo mais vc se esbarra por lá rs
beijos =*
Ana Terra, sempre tão menina-mulher em seus texto. Impossível não se apaixonar por ela, (:
ResponderExcluirA gente cresce, perde a cor, fica pálido e lembrando do que se tinha, querendo o que ficou lá atrás.
ResponderExcluirA inocência é algo tão sublime que é dificílimo alguém conseguir carregá-la para além da infância. E aqueles que conseguem este feito devem sentir-se agraciados, pois ela é incrivelmente majestosa. Queria eu poder ser criança para sempre e talvez um dia encontrar peter pan, e dizer a ele que foi para mim uma grande inspiração. Afinal, nenhuma criança deveria crescer.
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