quinta-feira, 26 de julho de 2012

Do quase eterno em mim


And I need you now tonight
And I need you more than ever
And if you only hold me tight
We'll be holding on forever
Your love is like a shadow on me all of the time...
Every now and than I fall apart

E então o carro parecia pequeno, o mundo parecia pequeno, o peito parecia pequeno porque o ar não mais cabia, eu não sabia o que fazer dele e não havia foco suficiente que me fizesse parar de olhar pros seus lábios se movendo. Você dizia coisas sérias, você dizia coisas que eu ouvia mas não compreendia a necessidade de tanta coisa dita se havia o que fora vivido, havia o que era preciso viver, havia demais vida pra que eu pudesse apenas te ouvir.
Eram seus olhos que eu queria encontrar ao abrir os meus depois do beijo. E era o beijo que eu queria.
A cabeça se aproximando da minha, o olhar que me arrancava das pupilas uma confissão que fazia tempo eu revelara, o meu coração saindo pela boca como se anunciasse de antemão o carnaval que viria quando você me tocasse, quando você com seus dedos passeasse tão devagar na minha nuca me fazendo estremecer só de imaginar que aquelas mãos podiam bem não me soltar nunca mais.
Era você que se aproximava e eu não sabia escolher entre permanecer de olhos abertos pra ter a certeza de que você estava ali naquela promessa selada ou se me jogava de olhos fechados explorando todos os outros sentidos. Deixando que você me tocasse, que me puxasse pra perto, que me dissesse que eu era a sua princesa. A sua.
Permitindo que você me fizesse carinho na orelha esquerda e parasse os batimentos cardíacos em mim estacionando ali no meu brinco do terceiro furo. Eu não podia respirar sem que o ar saísse de você, será que você sabia?
Porque vinha do ar aquele cheiro seu, aquele cheiro do menino que me abraçava mesmo quando eu não estava em condições de ser amada por mim mesma. Tinha o cheiro que vinha me dizer que você era meu desde quando eu nem sabia se teria chances de ter alguém. O cheiro que vinha do seu lábio ali, tão pertinho do meu, tão o raio único da minha visão, da minha sina, da minha vontade de me perder pra que você me achasse.
Eu queria o beijo, queria o suficiente pra me doer cada pedaço de corpo que eu nem sabia ter, cada pedaço que gritava pra que de novo a gente se juntasse e tentasse como deve ser com quem se ama, tentasse ir em frente.
Pousado ali, nos meus lábios, o beijo seu. As mãos que me puxavam e que por sensibilidade minha nunca notada eu podia sentir até pulsando os músculos. Eu podia sentir você em mim, o carinho com que você mordiscava meu lábio querendo ter a certeza de que eu te pertencia, pedaço inteiro. Eu só podia sentir que não havia nada a ser feito que não pudesse culminar naquilo, nos meus olhos fechados por saber de cor o desenho do seu rosto, as minhas mãos brincando com o ruivo do seu cabelo e a textura do atrito do cabelo nascendo que fora recém cortado.
E os olhos se fecharam e abriram. Você ainda falava.
Você ainda lutava com seus moinhos de ventos de dentro e eu quis chorar até o mundo ser de açúcar e derreter.
De quase beijo morri mil vezes todas as noites pensando que se você não dissesse nada, se você não fizesse nada, se não houvesse nada, talvez, talvez tivesse havido o necessário pra que hoje eu não me pegasse assim, parte sua ainda, brincando de ser inteira.


(Ao som de: Total Eclipse Of The Heart - Glee Casting)


[Tradução: E eu preciso de você essa noite/ eu preciso de você mais do que nunca/ se você apenas me abraçar forte/ ficaremos abraçados para sempre/o seu amor é como uma sombra sobre mim o tempo todo... /De vez em quando eu desabo]

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