quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Do Redemoinho



"Vem
Que a sede de amar
Me faz melhor."


Querido,
Você não está aqui mas em muito tempo não te sentia tão presente. É possível que eu esteja abrindo outra vez a janela, tirando a cortina e aceitando novamente correr os riscos?
Talvez eu devesse me manter desacreditada de paixões que nos fazem suspirar ao som de músicas que estão longe de serem minhas favoritas, mas me trazem você. Eu poderia fechar os olhos e cavar, poderia buscar por sofrimento, mas como se agora parte de mim parece não se lembrar exatamente dele?
Sorrio e passo de incoerente, você me bagunça e tumultua tudo em mim amor, faz ventar quando preciso de paz e veja bem, você me acalma quando eu estou completamente perdida no meio do mar que fica dentro de mim. Você faz alguma coisa comigo que não sei dizer o que é e não saber direito me assusta tanto, você sabe disso. Estou me permitindo passar por cima dos meus medos porque quando você se aproxima e respira próximo demais ao meu pescoço parece sugar todo o oxigênio de dentro de mim e não sei mais o que mora em meu sangue e faz a cabeça girar nesse nível. Algo parece mais fácil. Mais leve.
Não sou de paixões e olhe, mire e veja, meus olhos te seguem a ponto de me fazerem teimar com os outros que não, que tudo é normal, que não existe isso, que não te quero pra mim esse tanto, que tenho o controle.
Fico na esperança de que negando me convença que te querer é comum, de que feito assim seja mais fácil. Você faz com que eu me desligue, com que deseje fugir mesmo amando tanto tudo isso aqui, com que eu sorria da vida. Me pego brincando com seus dedos finos, você deitado no meu colo eu perdendo a linha mexendo no seu cabeço, meu menino.
De lealdade mútua a gente se cala, mas escrito está na expressão. Não sei se podia te querer, quem é que pode dizer o que é certo ou errado nesse ramo? Mas eu quero, quero até a bagunça que vem junto, o vento que descabela, o coração que não sei mais manter quieto, as mãos que se agitam quando pensam que você está próximo, já está ali, vindo pra mim.
Quero a sintonia que a gente tem, a vontade de te abraçar forte e depois ir dormir com seu perfume em mim, o seu beijo que me morde o lábio inferior e não sei mais se me pertenço depois.
Venha. Traga suas palavras e questionamentos, acabe com meu silêncio. Faça sujeira na minha exatidão, espalhe as roupas, pregue suspiros nas minhas paredes lisas de quem sempre achou que de paixão não se perecia.
Venha porque te espero e hoje entendo que em se tratando de sentimento é sempre bem mais que por obrigação. Traga o caos e venha logo, com paixão.




(Ao som de Como Vai Você - Daniela Mercury e Você me Bagunça - O Teatro Mágico)

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