sexta-feira, 8 de outubro de 2010

One Breath





'Ela o teria, mesmo que isso a matasse. Mesmo que matasse os dois, ele seria dela'.
Acariciando a barriga ela suspirou mais forte, tentando levar para longe a dor que a tomava e fazia seu corpo tremer.
Pisou mais fundo no acelerador e atravessou mais um sinal vermelho. A rua deserta tornava tudo mais simples, a chuva que aparentemente não demoraria a cair anunciava com um vento que logo o mundo acabaria em água. 
De longe ela quase podia ouvir a voz dele insistindo para ir em frente, o filho tinha que nascer, ele tinha que dar continuidade a vida que o pai perdera tão ridicularmente.
E agora ela precisava arrancar forças de qualquer lugar para levá-lo, lágrimas vinham fortes e caíam sobre a barriga, a fazendo tremer.
Talvez todos morressem e o futuro fosse algo não concretizado, como os sonhos em que ele embalava o filho e ensinava a ele como puxar o seu cabelo de um jeito implicante.
Mas haviam promessas a serem cumpridas, ele precisava nascer, nem que isso implicasse a morte dela.
Freando bruscramente ela abriu a porta do carro e caminhou amedrontada vendo o sangue sair de si.
Estava no hospital, haveria ainda alguma chance de tê-lo em seus braços.

8 comentários:

  1. Gostei *-*. Dá até um gostinho de quero mais ><

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  2. Porque a Tay escreve, SEMPRE maravilhosamente bem... :)

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  3. Adorei seu texto... bom demais.
    Que história envolvente.

    Beijos

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  4. Aaaaaaaiii adorei, mto show.

    Vc arrebenta, SEMPRE...

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  5. er, bom!

    gosta de escrever mencionado fatos, não?

    já é a segunda vez que percebi isso aqui. Nunca uma história com começo, meio e fim, mas nem de longe isso tira o brilho do seu texto!

    Sorte!

    :)

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  6. A melhor amiga, e melhor escritora...sempre! ♡

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  7. que lindo tay. Complexo, nos deixa imaginar e querer mais.

    bom fim de semana, beijos :)

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Lembre-se que você me faz feliz. Críticas serão sempre aceitas, desde que você use de um mínimo de educação. Eu jamais ofendo ninguém, tente prezar a reciprocidade.
Beijos!

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