segunda-feira, 9 de julho de 2012

Movimento Contínuo


Ana Terra olhava o mundo de mar diante dela, o vento fazendo com que os cabelos desesperados se juntassem ao rosto com lágrimas.
Não era de chorar, não era de se permitir sentir tanto, mas era possível daquela vez?
Estava cansada. Cansada de tantas vezes não esperar e mesmo assim ver que ali na sua frente as coisas viravam ar.
Aquele poder que ela tinha de botar as mãos e fazer tudo virar ar.
Queria só por alguns momentos entender das coisas mais insanas da terra, queria entender porque havia tanta gente no mundo, porque as pessoas se envolviam com coisas estranhas, porque o tempo parecia passar diferente. Queria entender porque saudade consumia os dias, porque o calor que um toque fazia era mais forte que o Sol, porque ser adulto não era nada do que parecia.
Ela se sentia perdida, perdida.
E era detestável não saber onde pisar, um poço no escuro cercado por areia movediça. 
Não era de ter medo, e tinha.
Não era de se perder, e onde estava?
Onde estava a sua força interna que mandava ir adiante, onde estavam as respostas para todas as questões que ela sempre tivera, onde estava ela, a parte boa de tudo, a parte sólida e real e brilhante?
Queria só parar.
Só um instante, parar, chorar e descer, descer até a cama, até debaixo da cama, até debaixo de debaixo da cama, do cobertor, do céu, dela.
Vai ver lá pra baixo iam tudo que procurava e ela encontrasse no fundo da caixa um bilhete avisando que passaria logo fosse noite, a noite vinha pra trazer claridade.
Ou vai ver a noite só vinha pra que ela pudesse ao menos parar de ter que fechar os olhos pra seguir em frente, de noite não se enxerga no espelho o quão vermelho os olhos ficam quando se perdem.

3 comentários:

  1. Que forte, Tay.
    Mas é assim, a vida parece ser um conto de fadas, até que você passa a vivê-la como protagonista e percebe que a limonada fica passada, amarga e a vida também.

    Que olhando dá uma água na boca de vontade de beber, mas depois que bebemos provamos na real que nem sempre está tão boa assim.

    Mas é preciso tentar, enfrentar e vencer.

    Que bela história para tomarmos grandes exemplos.

    Beijos, bela. Saudade de você!

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  2. Obrigada Naty!
    A gente acaba trombando com o indesejável que vem do que foi por tantas vezes cobiçado. Vez ou outra a gente tromba sim.
    Muito me alegra seu comentário, mesmo!!
    =)

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  3. Gostei muito do teu blog! Parabéns!

    Vem conhecer o meu:
    leiakarine.blogspot.com

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Lembre-se que você me faz feliz. Críticas serão sempre aceitas, desde que você use de um mínimo de educação. Eu jamais ofendo ninguém, tente prezar a reciprocidade.
Beijos!

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