sábado, 27 de agosto de 2011

Do que os anos trazem


'Stand by Me
Me apoie
Nobody knows the way it's gonna be
Ninguém sabe de que jeito será'

Era uma vez um espinho daqueles teimosos, venenosos. Não havia modo de se livrar dele porque quanto mais se apertava para expulsar, mais veneno ele derramava e a cicatriz nunca se fechava.
E ainda naquela vez, era uma menina já de saco cheio de espinhos insistentes e com um gênio terrível. Uma menina que de pequena aprendera que às vezes para se livrar de algo era preciso não só abrir a ferida, mas compartilhar a dor na esperança e expectativa de que olhado por outro ângulo houvesse a surpresa de constatar que a ferida secara.
Surgia assim um lugar encantado pra ela, uma espécie de jardim secreto particular e ao mesmo tempo, público! É, esqueci de avisar mas a menina era um tanto confusa com definições, ela gostava de figuras de linguagens e brincava com paradoxos.
Dois anos já fazem que ela sempre que sorri, que chora ou que deseja estacionar os dedos compulsivamente em cima do teclado, sempre que ela sente o brilho de olhos que vem de outro que tem a chave do seu portal, ou que escuta meio segredado acompanhado de um sorriso lindo algo do tipo: 'eu bem leio seu blog', sempre que pode ela passa por lá!
E a tal menina hoje nem lembra mais do lugar do espinho de tempos atrás, já se arranhou de novo, por motivos mesmos ou diversos, a gente nunca está livre de espetar os dedos.
Só que sempre que um novo machucado vinha ela corria para o seu espaço no mundo e chorando dizia tudo e vez ou outra encontrava alguém por lá que compartilhava, que compreendia, lia entrelinhas das suas palavras e tornava tudo mais colorido, mais belo, mais com cara de conto-de-fadas ou história de Príncipes loiros perdidos em desertos.
Ela queria dizer que cresceu nesses dois anos, mas a estatura é a mesma por fora, algumas pessoas não entenderiam. E ela teria que dizer repetindo um poeta português que é do tamanho do que vê, não do tamanho da altura que tem.
Um dia ela viu um cantinho perdido, deu nome a ele, decorou, e então ela se tornou grande.
Porque naquele mundo que era tão dela ela se permitiu ser outras, não repetindo padrões, mas descobrindo novos modos de ser dia-a-dia única. Apenas ela.
Dois anos se vão de 'compartilhos', de posts e alma.
Espera ela que ainda muitos venham pois o jardim tem espaço pra vida inteira, tem terreno fértil e um balanço pra cada um que quiser se achegar.
O jardim é maior que o mundo.
Porque ele é do tamanho do sonho da dona dele, a menina que por achar sofrido ser piegas acabou descobrindo que sensibilidade é a matéria-prima dos sonhos.
E os sonhos são lindos, sempre são quando sonhados juntos.


Feliz Aniversário Sucrilhos e Neuroses!


(Agradecimentos muito especiais vão a todos que passam por aqui diariamente, seguidores ou não, que comentam ou que apenas apreciam os textos. Aos amigos Cris, Felipe Eller e Nicole, obrigada por estarem aqui desde o princípio! Ao Andrey e à Ana Fontenelle, obrigada pela irmandade descoberta através do blog! Aos ex-colegas de trabalho da Equipe Bloínquês, dividir meu tempo com vocês durante aquele período me fez muito bem, obrigada! E lógico, à Carol que tantas vezes foi tema de textos, que sempre me apoiou, me empurrou pra frente e ainda fez o favor de apresentar o blog pra alguém que se tornou especial por apreciar meu jardim. Obrigada a todos vocês por construírem esse espaço comigo nos últimos dois anos!)



2 comentários:

  1. Muita coisa se passa em dois anos, e pude entender muito dessas coisas através do Sucrilhos, suas emoções meio que me fizeram crescer também.

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  2. Parabéeeens Sucrilhos ((((:

    Adorei a forma como voce conduziu as palavras no texto, ficou bom a beça . Beijos flor ;*

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Lembre-se que você me faz feliz. Críticas serão sempre aceitas, desde que você use de um mínimo de educação. Eu jamais ofendo ninguém, tente prezar a reciprocidade.
Beijos!

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