quarta-feira, 23 de maio de 2012

Da que tem olhos Literários



Vem do norte aquele vento de praia, aquele vento que traz a esperança molhada pro interior.
Tem esses olhos de Diadorim que nunca tinha medo, que desafiava e se transformava e cheia de uma coragem de vingança e de amor ia em frente. Esses olhos que abrem portas aos pontapés porque cabe ser delicado só quando convém, quando se está junto e a fala é baixa e os olhos também. 
Eu que fora péssima aluna de física nunca fui dada aos entendimentos da distância, isso de calcular quilometragens bobas para dizer o quão longe ou perto se está. Não me conceptualiza o cérebro toda essa semântica do longo caminho que existe entre esses braços comuns, que já me abrigaram mesmo sem as mãos terem sequer se tocado. 
Fico como se conhecesse o sotaque, os gestos de mãos, aqueles detalhes que cada um tem e que gosto tanto de reparar, aqueles seus detalhes de dizer que Rory era uma menina boa mesmo quando queria ser má. As coisas que a vida faz com os personagens da nossa história favorita.
Sou de datas, de surpresas mínimas ou grandiosas, mas gosto de estar perto no dia em que anos atrás ganhava-se o sopro. Não posso sempre.
E então me sobram linhas para dizer que talvez se eu começar a andar um pouco dia a dia uma hora a gente se chegue mais perto. Uma hora Minas vai morar na sua terra e leva pão-de-queijo, terra molhada, cheiro de cachoeira.
Uma hora levo meus olhos de Helena pra brincar com os seus de Diadorim e dançarão valsas literárias e serão sorrisos de alma.
Até lá, fica o abraço de longe mas apertado. Abraço de braços grandes.
Que a felicidade more do lado direito da sua janela pra que quando você abrir e notar o Sol nascendo ela se encante e junto com você vá buscar coisas novas.
E que quando ela soltar sua mão você a deixe caminhar sozinha só um pouco. Felicidade por horas precisa se afastar um tiquinho pra gente aprender a fortalecer as pernas sem depender de outras mãos.
Aprendida a lição corra e alcance tudo e volte a ser, a estar, a ter.
Se tenha.
E me dê um pouquinho de você, sempre. Doses incontadas. 
Feliz feliz aniversário.
Deus te crie Diadorim.

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Beijos!

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