quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Primeira Pessoa do Singular


Eu gosto de ver o modo como as pessoas são felizes na tevê, mesmo sabendo que aquela felicidade é fictícia. Gosto do modo como sempre acordam arrumadinhos, penteados e maquiados. Gosto de ver o sol sempre brilhando, a chuva sempre caindo com trilha sonora linda.
Eu gosto do surreal, do imaginário, desse mundo onde só habita quem sonha.
Porque na verdade eu faço parte dele, eu sempre fiz. Sempre enxerguei coisas que ninguém via, e não estou sendo metida, estou sendo até medrosa. Minha mãe uma vez me levou no psicólogo porque eu dizia ver duendes, lógico que eu não via, eu queria só chamar a atenção dela.
Outra coisa que gosto, de ser notada. Eita defeito.
Mas fazer o quê? Deve ser porque fui filha única durante tanto tempo, a neta mais nova, a caçulinha da família toda... Ou vai ver é defeito de fábrica mesmo.
Mas também gosto do silêncio, sei apreciar o escuro, ando aprendendo muito sobre ouvir, sobre como é mais importante que falar, sempre!! Não que eu não soubesse essa teoria há anos, mas que eu não a colocasse na prática.
Eu adoro meus amigos, às vezes penso que até demais pra minha própria saúde física e emocional. Crise besta de egoísmo ou não, mas a gente tem que gostar mesmo é da gente, e logo, de quem gosta da gente.
Mas amigo mesmo, daqueles que nos conhecem de olhar, ah, eu não resisto!! Já tive muitos amigos pra entender que na verdade, não tinha quase nenhum. Andei sofrendo mais do que queria e até acho que merecia, fui criticada por pessoas que eu em outrar épocas teria morrido por elas...
Taí. Mas será mesmo que amizade pede isso tudo? 'Morra por mim'?
Não sei não. Quem ama quer estar junto, quem é amigo não quer ver o outro se dar mal, quer ver o outro ser feliz.
Ando sendo.
E não vou ficar falando de amizades que se foram, esse blog já foi nostáligico por tempo suficiente.
Também não vou falar de amizades que chegaram, ainda não encontrei as palavras certas para elas...
Vou falar mesmo é de mim.
Amo ver os desenhos que os raios de sol formam atravessando as nuvens, amo quando chove e eu estou em plena rua, amo a surpresa de acordar e não saber como vai ser o dia. Amo fim de semanas. Amo chocolate e também café.
Assisto muitos filmes, porém bem menos do que gostaria. Leio muitos livros, até aqueles que não gostaria. Ouço músicas e nunca lembro de aguar as plantas.
Escrevo sempre, mais para fugir do que pra me encontrar. Às vezes fico tão cheia de mim que tenho que me repartir.
Sou tantas que até eu mesma perco a conta.
Aprendi a usar o esmalte que eu quero, a vestir a roupa que me faz confortável, a deixar o pensamento ir além, ainda que o além seja simplesmente lugar nenhum.
Sou muito sensível, choro bem mais do que gosto de assumir, por pessoas que nunca vão saber ou jamais vão secar uma lágrima sequer. Mas choro pra mim, porque estou cheia de algo que não mais cabendo, transborda. Não choro pra me fazer de vítima. Não sou. Em todas as situações que estou, eu tive opção. Sempre temos.
A vida é feita de escolhas, as que você faz e as que você deixa que os outros façam por você. Engano seu achar que as que os outros fazem por você é responsabilidade deles.
É sempre culpa sua. Você pode dar o seu melhor, você teve tempo ou não de pensar naquilo e você decidiu deixar o rio seguir, a vida levar. Não vai adiantar jamais se lamentar.
É tão idiota quanto o jogador de futebol que reclama por um pênalti que já foi marcado. A vida é como um árbitro. Ela não volta atrás, não tem replay pra saber se estava na área ou não quando caiu.
Eu faço escolhas. E sim, eu pago os preços.
Algumas vezes caríssimos. Outras nem tanto.
No fim das contas, o prato dos ganhos vai ser sempre mais cheio que o das perdas... Eu confio.
E confio muito. Bem mais do que sempre achei, eu aprendi a entregar a minha vida nas mãos de Deus. Não significa ficar estagnado esperando a ação do divino. Isso é comodismo, não é fé.
Fé faz você se mover, caminhar, batalhar. Eu acredito na força que Deus colocou nas minhas mãos, e sei que Ele proverá sempre.
Gostei muito tempo do verde, mas já amei o lilás, o azul, o preto. Não tenho uma cor favorita, tenho um arco-íris. Nem sempre é de propósito, mas sempre é preciso.
Amo as coisas simples da vida, mas adoro as palavras grandes. E também alguns sons: melancia. Já passei algumas boas horas repetindo melancia pra ouvir o som que as sílabas tinham.
Melancia. Girassol.
Tenho relacionamentos estáveis e outros que me desestabilizam completamente com um olhar. Tenho pessoas queridas ao meu redor e realmente, aprendi que não vale nada a pena odiar os outros. As pessoas não vão sumir da Terra só porque você as odeia. O ódio fere mais quem sente do que quem é objeto.
Tenho sonhos. Quero ser mãe, ver brotar dentro de mim a semente da vida, ver nascer de mim algo com capacidade de transformação constante. Quero muito, viajar, fazer mestrado, namorar, comprar uma casa, uma moto, um pedaço de terra com um riacho no fundo...
Mas agora, chega.
Falei de mim demais já. Não que seja o fim, milhões de coisas ainda nem foram pensadas, que dirá faladas. É só que, a cada momento, eu me permito ser nova, e então, vão sempre sobrar muitas coisas para serem ditas.

Tay

2 comentários:

  1. Hum... não ia comentar.. afinal foi egoista! ¬¬ ... rsrs...momento egoismo! mas eu naum resisto rs... :) ... texto bem autobiografico!

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  2. boa sensibilidade ao escrever ;]
    estou te seguindo, siga-me também!
    um beijo!
    :*

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Lembre-se que você me faz feliz. Críticas serão sempre aceitas, desde que você use de um mínimo de educação. Eu jamais ofendo ninguém, tente prezar a reciprocidade.
Beijos!

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