terça-feira, 20 de abril de 2010

Na Curva batendo a mais de cem


'Você não quer ver nada
Além do seu umbigo
E eu quero ver o que há
Depois do perigo...
Você não quer ver nada
Além do seu mundinho
E eu prefiro escrever
Meu próprio caminho...'

- Vem comigo.
- Eu não posso, você não entende, não é ali, é lá em outro país, em outro continente, vai ser outra vida.
- Eu vou estar ao seu lado.
- Mas e minha família, e minha casa, e tudo?
- E os nossos sonhos? Lembra que você sonhou comigo esse intercâmbio? Lembra que era para ser a festa da nossa formatura, que era para você dançar comigo e eu te entregar a promessa de um futuro bom.
Fez-se silêncio.
Ela chorava, ele segurava as mãos dela e as próprias lágrimas. Não entendia como agora que era realidade, ela não queria mais os sonhos.
- Eu te amo.
- Então fique, esqueça Paris, esqueça o intercâmbio, esqueça tudo isso e fique comigo.
- Não é fácil assim. Eu me preparei, nós nos preparamos, nós sonhamos com isso, é o nosso futuro.
- Não será o meu.
- Eu não entendo! Não será a mesma coisa sem você, e todos os nossos planos? E tudo que a gente desejou olhando as estrelas de mãos dadas, e toda a história que íamos construir?
Uma lágrima caiu dos olhos perfeitamente maquiados dela, ele notou que era verão mas o terno lhe caíra bem, sentia um frio inexplicável.
- Você não vai ficar comigo? Não vai desistir desse sonho infantil para ficar comigo? Você disse que me amava.
- E amo. Mas não posso desistir agora, não sou tão fraco quanto você.
O primeiro golpe não se sabe de quem foi, mas agora não eram mais lágrimas doces.
- Eu volto, se você quiser me esperar. Eu vou voltar porque Paris não vai ser nada sem você.
- Não precisa. Eu não quero ser a sua segunda opção.
- Mas eu amo você e vai ser para sempre!
- Não, não vai, você fez a sua escolha. Você vai me deixar aqui, a nossa história vai ser para sempre, mas o nosso amor, termina aqui.
Soltando-se das mãos dele ela queria que o mundo parasse, que explodisse ou que simplesmente não houvesse ninguém nele, para se deixar chorar, para se odiar por ser tão infantil e medrosa, por ter jogado tudo fora, de propósito.
- Vou voltar, e eu sei que você vai me esperar todos os dias, vai sonhar comigo e vai chorar por ver que podia estar ao meu lado. Vai haver sempre o seu espaço, o vazio que você deixou. Vou voltar e não só porque te amo, vou pra te mostrar que você é uma menina mimada que vai ter que deixar o orgulho de lado e dizer que me ama.
Suspirou aliviado, ele sabia que era verdade.
Puxou-a para si e num último abraço doído sentiu o pedaço do coração que ficaria para trás.
E partiu.

'Se eu parasse o tempo ali e eu não tivesse mais que ir... Você me acompanhava e me daria a mão, na sua calmaria eu iria ser vulcão... E quando o Sol se for e o frio me tocar, é com você que eu vou estar...'

(Ao som de: Nada Além - Frejat e Quando - Millena)
(Tema proposto por Bloínquês, edição visual)
(P.S.: Eu sou a negação em pessoa para dar título às postagens!)

6 comentários:

  1. taaaaay , o seu livro !
    Ficou muito lindo , rs

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  2. Lindo o blog, o texto e as postagens! Amei o seu cantinho e visitarei sempre que puder.
    ah, estou fazendo uma promoção no meu blog, queria muito que participasse.
    www.menina-normal.blogspot.com
    Visita lá , o comunicado está na primeira postagem.
    beijo :D

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  3. Nossa :oooo Fiquei boquiaberta. Eu já tive um diálogo na vida real, parecidíssimo com esse ! SHAUSHAUSHAU!

    Gostei...me fez reviver muita coisa.
    Lindo blog, obrigada pela presença viu?

    :D
    Seja sempre bem-vinda!
    beijos

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  4. adorei teu texto! uma despedida triste, ele indo embora e ela sem coragem, ou egoista de mais pra segui-lo!

    adoro essa música do frejat!

    boa sorte pra você tb!
    :*

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  5. o seu blog é realmente muito lindo...não só o visual, mas as postagens tb!
    amei o seu texto...boa sorte ninaa!

    P.S. te sigo! xD

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Lembre-se que você me faz feliz. Críticas serão sempre aceitas, desde que você use de um mínimo de educação. Eu jamais ofendo ninguém, tente prezar a reciprocidade.
Beijos!

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